O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal para que o Ibama e o Estado do Pará sejam obrigados a trabalhar em conjunto em ações de fiscalizações periódicas para combater o desmatamento e crimes ambientais no estado. Os procuradores ingressaram com a ação na quinta-feira (10) de outubro.
O MPF justificou a medida por já ter tentado, inúmeras vezes, por meio de recomendação e tentativas de solução negociada, junto a Segurança Pública (Segup) e a Polícia Militar (PM) do Pará, para que as entidades autorizassem o acompanhamento e apoio da polícia nas ações de fiscalização ambiental promovidas pelo IBAMA, ICMBio. No entanto, segundo os procuradores, houve recusa por parte dos órgãos de segurança pública do Pará, no auxílio.
Em setembro, por exemplo, o MPF enviou uma recomendação à Segup do Pará e ao Comandante da Polícia Militar (PM) para que acompanhassem os órgãos de fiscalização e deu 10 dias para que respondessem se acatariam a recomendação. A medida se deu após denúncias circularem na imprensa de que a presença de policiais militares não estava sendo autorizada em operações de fiscalização do Ibama. O MPF iniciou uma investigação em agosto e consultou todos os órgãos envolvidos.
Na apuração, o MPF confirmou que, em pelo menos sete ocasiões, o Ibama solicitou apoio da PM do Pará e recebeu respostas negativas, com a justificativa de que não havia “amparo legal” para a participação de policiais na fiscalização ambiental. Segundo, o MPF, a situação se repetia em todo o estado, mesmo em áreas críticas de devastação ambiental, como as regiões de Altamira e Novo Progresso. Os procuradores promoveram reunião com a Segup e a PM, enviou recomendação para que fossem concedidas autorizações de apoio, mas de acordo com o órgão ministerial, as autoridades do Pará permaneceram inflexíveis.
“ SEGUP e PM se recusaram a acatar a recomendação ministerial de disponibilização de força policial nas incursões do IBAMA ao argumento da necessidade termo de cooperação entre IBAMA, SEGUP e PM a subsidiar envio de força policial militar. Desta maneira, na prática, a Secretaria de Segurança condiciou o apoio policial a assinatura de termo de cooperação, o qual nunca foi alvo de tratativa ou reuniões entre os órgãos de segurança pública e IBAMA”, afirma o MPF na ação civil pública.
Na ação, de caráter liminar, o MPF pede que a Justiça Federal estabeleça o prazo de 30 dias para que a União, o Ibama e o Estado do Pará adotem medidas para deflagrar fiscalizações periódicas pelo IBAMA com a presença do policiamento ostensivo pela Polícia Militar sob pena de multa diária por descumprimento da determinação de R$ R$ 10 mil.
Saiba Mais
Leia Também
MPF recomenda que o secretário de segurança do Pará autorize apoio da PM na fiscalização ambiental
Fazendeiro é condenado a pagar R$ 3 milhões por desmatamento na Amazônia
Prefeito de Itaituba (PA) é condenado por desmatamento ilegal
Leia também
Prefeito de Itaituba (PA) é condenado por desmatamento ilegal
Valmir Climaco de Aguiar foi condenado a quatro anos e nove meses de detenção por exploração de madeira sem autorização em Altamira (PA) →
Fazendeiro é condenado a pagar R$ 3 milhões por desmatamento na Amazônia
Sebastião Machado de Oliveira desmatou 694 hectares no interior da Gleba Carapanã em São Félix do Xingu, no Pará. A Justiça acatou pedido do INCRA e da AGU →
MPF recomenda que o secretário de segurança do Pará autorize apoio da PM na fiscalização ambiental
Documento vem após denúncias e apuração de que a Polícia Militar estava se recusando a atuar em operações do Ibama sob o argumento de “ausência de previsão legal” →
Estes Estados do Norte, a décadas em coluio com os criminosos ambientais de seus Estados.
A hipocrisia politiqueira, correndo frouxo. Cambada.