O Museu de História Natural do Araguaia (MuHna) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) lançou nesta terça (16) a cartilha Aves do MuHna, com conteúdo bilíngue – em português e em a’uwe mreme, a língua xavante. A cartilha mostra informações sobre 10 aves, com explicações sobre a importância de cada uma para o povo xavante. O evento aconteceu na Escola Estadual Irmã Diva Pimentel, em Barra do Garças (MT), como parte da programação da Semana dos Povos Indígenas na escola.
A cartilha foi elaborada pelos professores Maxwell Gomes Miranda e Deyvisson Pereira da Costa, da UFMT, e traduzida para o xavante pelo professor Oscar Wa’raiwē Urebete, da Escola Estadual Indígena Dom Filippo Rinaldi. O lançamento contou com a participação e protagonismo dos estudantes indígenas, que leram a cartilha e explicaram aos colegas a pronúncia das palavras em sua língua e a importância das aves na cultura xavante.
A Escola Estadual Irmã Diva Pimentel recebeu uma doação de 100 exemplares da cartilha, e todas as escolas de Barra do Garças deverão receber exemplares até o segundo semestre. Outro evento de lançamento também será realizado em uma aldeia indígena, com data ainda a definir. No segundo semestre – quando o museu deverá ser reaberto após as reformas – será realizada uma exposição, também chamada “Aves do MuHna”, que contará com sons das aves e narração bilíngue. Uma versão digital da cartilha atualmente está em elaboração pela equipe do museu, e contará com áudios em xavante.
Segundo Márcia Pascotto, professora da UFMT e diretora do MuHna, a universidade tem uma “responsabilidade” com os xavante pelo fato do campus Araguaia, onde funciona, estar próximo ao território dos indígenas, que são “público assíduo” do museu. “É um compromisso social da Universidade e do MuHna, é um direito garantido em lei que todos os ambientes culturais devem ser acessíveis”, frisou a professora.
Ao programa MT1 Rondonópolis, da TV Centro América, o professor Deyvisson Pereira da Costa, um dos autores da cartilha, falou sobre a importância do material. “Esta é uma publicação bilíngue, ou seja, todas as informações estão em português e xavante. Acreditamos que assim, além de difundir o conhecimento, como é o propósito do museu, também valorizamos a cultura desse povo que é importantíssimo, imprescindível, para a preservação do meio ambiente, seja o Cerrado ou o Pantanal”, explicou.
No mesmo dia, os estudantes ainda puderam conferir a exposição fotográfica Modos de Ver, do fotógrafo Pio Tsimhoropupu Butsé. Nela, Butsé registrou o dia a dia e os rituais realizados nas aldeias do povo xavante. A exposição ficará disponível e aberta ao público na escola até o dia 19, data do Dia dos Povos Indígenas.
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