Um macho de harpia com cerca de 2 anos recebeu um transmissor GPS alimentado por energia solar, no Parque Nacional do Pau-Brasil, em Porto Seguro (BA). É o primeiro registro de monitoramento da espécie com essa tecnologia na Mata Atlântica, um passo considerado histórico para sua conservação.
O equipamento envia dados diários em tempo real sobre os movimentos do animal. Isso demonstrará como o filhote usa o território, rotinas de voo e tendências da “dispersão”, quando jovens se afastam dos pais buscando áreas próprias. Tais dados são cruciais em biomas muito fragmentados.
Nesse sentido, os primeiros traçados enviados pelos satélites mostram que o filhote está ativo e saudável, sinal de que a tecnologia pode se tornar uma aliada poderosa para proteger não só a ave, mas todo o ecossistema ao qual ela e outros animais e plantas pertencem.
O aparelho foi instalado este mês por uma equipe do Projeto Harpia Mata Atlântica, coordenado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e apoiado por ICMBio, ongs e instituições científicas.
Maior águia das Américas, a harpia precisa de florestas contínuas, monta seus ninhos em árvores com mais de 30 m de altura e se alimenta de mamíferos como preguiças e macacos. Os adultos começam a reproduzir a partir dos seis anos e têm apenas um filhote a cada três anos.
Além dessa recuperação natural lenta, a possante ave enfrenta outros desafios em todas as regiões onde ainda vive, como desmatamento, caça e incêndios.
Saiba mais aqui sobre o acompanhamento do filhote com GPS.
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