Salada Verde

Ricardo Galvão é uma das dez personalidades do ano da Ciência

Ex-presidente do INPE encabeça a lista da conceituada Revista Nature e é descrito como herói e defensor da Ciência pela publicação

Sabrina Rodrigues ·
18 de dezembro de 2019 · 5 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Ricardo Galvão, de 71 anos, descrito como o defensor da Ciência pela Revista Nature. Foto: Waldemir Barreto/Agência Brasil.

O ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Ricardo Galvão foi escolhido uma das dez personalidades da Ciência do ano pela conceituada Revista Nature, como as que mais se importaram com a Ciência em 2019. A lista foi divulgada nesta terça-feira (17). Galvão encabeça um grupo onde tem a ativista ambiental sueca Greta Thunberg, escolhida pela Revista Time como a personalidade do ano.

Ricardo Magnus Osório Galvão, de 71 anos, é professor doutor do Instituto de Física da USP e ex-diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), quando foi exonerado do cargo no início de agosto, após rebater declarações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que os dados divulgados pelo INPE sobre o desmatamento na Amazônia estavam errados.

Foto: Nature.

A revista descreve Galvão como o defensor da Ciência e relata o episódio em que Bolsonaro suspeita dos dados do INPE: “Ricardo Galvão quase desmaiou quando ouviu a notícia e percebeu que estava sendo alvo de seu próprio presidente. Em 19 de julho, o líder brasileiro, Jair Bolsonaro, atacou um relatório sobre desmatamento da equipe de Galvão no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São Paulo. O físico de 72 anos ficou surpreso com a acusação. ‘Minha esposa teve que me trazer um copo de água’, escreveu a revista.

A Nature conta que o embate com Bolsonaro trouxe a exoneração do cargo de diretor do INPE, mas por outro lado o colocou na posição de herói, saudado por seus colegas cientista e por estranhos nas ruas. 

A publicação ressalta que a reputação do Brasil como líder ambiental vem se deteriorando nos últimos anos e cita os dados do desmatamento na Amazônia, divulgados no dia 18 de novembro pelo INPE, em que a região perdeu 9.762 quilômetros quadrados entre 1º de agosto de 2018 e 31 de junho de 2019, uma área maior que Porto Rico. “Cientistas e conservacionistas afirmam que a retórica antiambiental de Bolsonaro enviou um sinal aos fazendeiros, agricultores e grileiros de que eles podem mais uma vez limpar a floresta na Amazônia com impunidade”, afirma a revista.

Saiba Mais

Nature’s 10 – Ten people who mattered this year.

 

 

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  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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