A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) fez uma nova mudança em seu site, alterando e removendo trechos que explicitam a ligação entre mudanças climáticas e a queima de combustíveis fósseis em atividades humanas. Para cientistas, as mudanças são “extremamente preocupantes”. EPA fala em “não aceitar mais ordens do culto climático”.
As mudanças no site ocorrem em meio aos esforços do governo Trump para impulsionar as indústrias de petróleo, gás e carvão no país. A página dedicada às “causas da mudança climática” deixou de mencionar o principal responsável pelo aquecimento global – a queima de tais combustíveis fósseis – e passou a enfatizar apenas fatores naturais para alteração do clima
A página agora afirma: “Os processos naturais sempre influenciaram o clima da Terra e podem explicar as mudanças climáticas anteriores à Revolução Industrial, no século XVIII”, antes de listar questões como mudanças na órbita da Terra, variações na atividade solar e atividade vulcânica. Embora admitam que os fatores naturais, sozinhos, não explicam totalmente o aquecimento da terra, os conteúdos não deixam claro quais são as reais causas.
Outras páginas foram retiradas totalmente do ar, como a de “indicadores de mudança climática”, eliminando um recurso importante usado por educadores e pesquisadores.
Além da remoção direta de conteúdos, algumas seções foram mantidas, mas com alterações que suavizam ou omitem referências à contribuição humana para o aquecimento global.
As modificações despertaram forte reação da comunidade científica, que acusa a EPA de distorcer informações e comprometer a integridade científica. À CNN Americana, Daniel Swain, cientista climático da UC Agriculture and Natural Resources, disse que o problema maior não são as páginas que desapareceram, mas sim aquelas como “causas da mudança climática” que foram modificadas “de forma que não sejam mais precisas”.
À CNN, a EPA disse que a agência não está mais focada em proteger “agendas políticas de esquerda” e que “não aceita mais ordens do culto climático”.
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Cristiane Prizibisczki
Jornalista com quase 20 anos de experiência na cobertura de temas como conservação, biodiversidade, política ambiental e mudanças climáticas. Já escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas. →
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