A crise climática já é uma realidade diária e latente na vida de milhares de pessoas. Isso ficou em evidência midiática nas últimas semanas, com calor extremo, enchentes devastadoras e secas severas de Norte a Sul do Brasil.
Limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C, conforme aponta o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, é urgente para mudar esse cenário, conter o aquecimento global e permitir processos de mitigação e adaptação climática. Para isso, é necessária a transição da matriz energética fóssil, que emite os gases que agravam a crise do clima, para uma matriz renovável e diversa.
No modelo de produção capitalista, tudo vira mercadoria. Ou, ao menos, há uma tendência para tudo virar mercadoria. Por que a energia estaria fora disso? Por que a transição energética estaria fora dessa dinâmica? Nós temos um debate. Quem vai conduzir esse processo? As empresas ou o povo?
Gustavo Freire Barbosa, Advogado, mestre em direito constitucional pela UFRN, Natal (RN)
O processo de transição energética, contudo, não pode ser feito com desrespeito aos direitos humanos, direitos territoriais e direitos da Natureza.
A realidade tem revelado que, se temos uma matriz energética diferente em um mesmo sistema socioeconômico, as consequências também são devastadoras para grande parte das populações. O termo “energia limpa” vira mais uma apropriação do capitalismo. A discussão sobre matriz energética deve passar, invariavelmente, pela escuta ativa das comunidades atingidas pelos projetos energéticos.
A gente pode gerar energia produzindo alimento, respeitando as comunidades, respeitando a fauna, convivendo com a fauna, agora não com esse modelo. Esse modelo e da forma que ele tem chegado, não funciona.
Moema Hofstaetter, Doutora em Turismo e Desenvolvimento pela UFRN e parceira do Observatório da Energia Eólica / UFC, Natal (RN)
A websérie documental Monocultura da Energia mostra os impactos de empreendimentos energéticos, do Brasil à Argentina, por meio de quatro histórias: a disputa para explorar petróleo na Foz do Amazonas, uma das áreas mais socioambientalmente sensíveis do planeta; o impacto do fracking (método de extração não convencional de gás) argentino e os riscos caso a técnica chegue ao nordeste brasileiro; os ecossistemas e as populações afetadas pelos parques eólicos no Rio Grande do Norte; e, por fim, um episódio final com reflexões sobre o que é energia justa e limpa pela voz de pessoas indígenas, quilombolas, ribeirinhas e pescadoras, que revelam como a agenda de transição energética não pode deixar de ouví-las.
DIREÇÃO
Bárbara Poerner
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Rodrigo Ferreira
ROTEIRO
Bárbara Poerner
EDIÇÃO
Rodrigo Ferreira
PRODUÇÃO & PRODUÇÃO EXECUTIVA
Bárbara Poerner
DESIGN & ILUSTRAÇÃO
Mariana Baptista
TRADUÇÃO
Moara Zambonin
IMAGENS MAPUCHES
CONFEDERACIÓN MAPUCHE DE NEUQUÉN (XAWVNKO)
IMAGENS DE ARQUIVO
Acervo Greenpeace
APOIO MASTER
International Center For Journalists (ICFJ)
APOIO
3FILM
PARCEIRO DE MÍDIA
((o))eco
AGRADECIMENTOS
350.org; AMAVIDA; AMIN; Clima de Eleição; Coletivo Cirandas; Confederação Mapuche de Neuquén; Iepé; Indomnia Films; Instituto ClimaInfo; Nordeste Potência; Utopia Negra Amapaense.
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