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Os lastros do gás fóssil, do Brasil à Argentina

Ativistas, pesquisadores e lideranças indígenas contam como a disputa para explorar petróleo na Foz do Amazonas tem afetado seus territórios em Oiapoque, Amapá, e quais seriam as consequências do avanço das perfurações na área que é uma das mais socioambientalmente sensíveis do planeta

Bárbara Poerner ·
15 de novembro de 2023

Em Neuquén, na Patagônia Argentina, povos indígenas e populações vulneráveis sofrem com os impactos nocivos do fracking, método de extração não-convencional de gás. No Brasil, comunidades quilombolas do Maranhão correm o risco de verem seus territórios tradicionais explorados pela técnica, por meio de um edital do Governo lançado no final de 2022.


“QUANDO CHEGOU O FRACKING, NÃO FICOU NADA…”

O fracking, conhecido como fraturamento hidráulico, é uma técnica de exploração não convencional de gás de xisto ou folheto. Por meio de enormes perfurações, são injetados milhares de litros de água misturados a compostos químicos, causando uma enorme pressão nas rochas, que se fragmentam.

Sausal Bonito é uma das localidades que mais danos sofreu, entre elas a comunidade Mapuche Huir Caleo. Nós acompanhamos uma equipe de técnicos visitando as casas, as rucas, e estão todas rachadas.

Gilberto Huilipan, Werken de la Zonal Xawvnko de la Confederación Mapuche de Neuquén

“A experiência Neuquén com o fracking é como uma espécie de pequeno adianto ao que pode ocorrer em outros lugares se chegar o fracking…”

O fracking chegou em Vaca Muerta, localizado em Neuquén, província da patagônia argentina, em 2013. Desde então, os impactos são diversos: escassez e contaminação hídrica, aumento da desigualdade social, agravamento das mudanças climáticas, conflitos territoriais e má gestão de resíduos sólidos.

Os povos indígenas Mapuches, que historicamente habitam a Argentina e Chile, têm sido duramente afetados. Muitos perderam acesso aos seus territórios tradicionais, tiveram suas águas contaminadas e sua cultura desrespeitada.

Me parece que é interessante colocar o exemplo de Neuquén como primeiro lugar latino-americano onde começou-se a explorar. Em perspectiva, bom, já levamos 10 anos e nenhuma das promessas que se fizeram se cumpriram.

Fernando Cabrera, Coordenador do Observatorio Petrolero SUR (OPSur)

A websérie documental Monocultura da Energia mostra os impactos de empreendimentos energéticos, do Brasil à Argentina, por meio de quatro histórias: a disputa para explorar petróleo na Foz do Amazonas, uma das áreas mais socioambientalmente sensíveis do planeta; o impacto do fracking (método de extração não convencional de gás) argentino e os riscos caso a técnica chegue ao nordeste brasileiro; os ecossistemas e as populações afetadas pelos parques eólicos no Rio Grande do Norte; e, por fim, um episódio final com reflexões sobre o que é energia justa e limpa pela voz de pessoas indígenas, quilombolas, ribeirinhas e pescadoras, que revelam como a agenda de transição energética não pode deixar de ouví-las.

DIREÇÃO
Bárbara Poerner

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Rodrigo Ferreira

ROTEIRO
Bárbara Poerner

EDIÇÃO
Rodrigo Ferreira

PRODUÇÃO & PRODUÇÃO EXECUTIVA
Bárbara Poerner

DESIGN & ILUSTRAÇÃO
Mariana Baptista

TRADUÇÃO
Moara Zambonin
Paula Nathalie Nocquet

APOIO LOGÍSTICO
Diego Canut/Indomnia Films

IMAGENS DE ARQUIVO
CONFEDERACIÓN MAPUCHE DE NEUQUÉN (XAWVNKO)

APOIO MASTER
International Center For Journalists (ICFJ)

APOIO
3FILM

PARCEIRO DE MÍDIA
((o))eco

AGRADECIMENTOS
350.org, AMAVIDA, CONFEDERACIÓN MAPUCHE DE NEUQUÉN (XAWVNKO)

  • Bárbara Poerner

    Jornalista e repórter multimídia independente. É fellowship do International Center for Journalists, consultora do Instituto Febre e pesquisadora voluntária na EmpoderaClima.

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