Os recifes de coral, já ameaçados pelas mudanças de temperatura nos oceanos causados pela crise climática, sofrem desde agosto com a chegada de toneladas de manchas de petróleo cru derramado na costa brasileira. Como ecossistemas tão sensíveis conseguirão sobreviver a mais um estresse?
Foi a pergunta que fizemos ao biólogo marinho Henrique Santos, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador do projeto Coral Vivo. Os efeitos do óleo em corais foi o tema da tese de doutorado de Santos, que atualmente analisa os efeitos do óleo venezuelano em cima dessa biodiversidade.
Durante o doutorado, foi observado que a espécie Mussismilia harttii morre em até dez dias em contato com óleo. O experimento foi replicado agora, com o óleo que apareceu no Nordeste. Os primeiros resultados sugerem que a mesma espécie dessa vez permanece viva. “Isso pode sugerir que esse óleo no estado atual de intemperismo, já não libera mais uma grande quantidade de fração solúvel, gerando menos dano para essa espécie de coral em comparação ao óleo usado no estudo anterior”, avalia Santos. Ainda serão realizadas análises mais específicas, por exemplo, de biomarcadores de estresse, microbiota e calcificação, para uma avaliação mais aprofundada do real dano à saúde do coral.
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