Nesta quarta-feira (16), uma das principais ONGs conservacionistas do país comemora 30 anos de existência. Criada em 1985, no Paraná, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) é conhecida por sua atuação em projetos que vão de apoio a áreas protegidas privadas (as RPPNs) até ao acompanhamento e contagem da população do papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis).
A SPVS abraçou temas como a ligação do aquecimento global e o desaparecimento de espécies e ecossistemas. “O mundo demanda posicionamentos mais consistentes nessas áreas, um olhar que cultivamos desde a nossa criação. O que acontece hoje mostra que apontamos para a direção certa”, afirma Clóvis Borges, um dos fundadores e diretor-executivo da instituição.
Atualmente com 50 funcionários, a SPVS atua em cinco biomas brasileiros, com atenção especial à Floresta Atlântica e à Floresta com Araucária.
Projetos
Um dos projetos em andamento é o Programa Empreendedores da Conservação (E-CONS). Durante três anos, projetos de líderes inovadores de cada bioma brasileiro receberam investimentos financeiros e respaldo técnico para estabelecer ações que multipliquem a escala de suas iniciativas.
A SPVS também mantém 18.600 hectares de áreas protegidas em três reservas naturais no Paraná: das Águas, Guaricica e Papagaio-de-cara-roxa, localizadas nos municípios de Antonina e Guaraqueaçaba, na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, no litoral, que faz parte do maior remanescente contínuo de Mata Atlântica brasileira.
Na região desde 1991, com apoio local, desenvolve projeto de criação de abelhas e ecoturismo, com o objetivo de gerar empregos e receita para os municípios envolvidos.
Há 15 anos, a ONG monitora e contabiliza a população de papagaio-da-cara-roxa e instala ninhos artificiais, ações que contribuíram para a saída da espécie da Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, que passou de “vulnerável” para “quase ameaçada” em 2014.
Em Curitiba, sua sede, mantém o programa Condomínio da Biodiversidade (ConBio). Ele fomenta a criação de reservas privadas municipais (RPPNs municipais). Para isso, já visitou quase mil propriedades na região metropolitana de Curitiba que contém florestas primárias, inclusive de Araucária, para orientar os proprietários sobre a conservação. Até agora, a iniciativa já ajudou a criar 12 das 15 RPPNs municipais existentes em Curitiba.
Que venham outras décadas e conquistas. Feliz aniversário, SPVS.
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O que o Truda disse! A SPVS é uma rocha de objetividade e eficácia, nesse mar de socioambientalismo sem compromisso com a realidade em que chafurdamos. Parabens!
PARABÉNS à SPVS, ao Clóvis Borges e sua equipe incrível. Não se fazem mais ONGs como essa… que defendem de maneira inequívoca a CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE e não fazem nhonhonhós demagógicos fingindo ser conservação. Força pra mais 30 anos!