À memória de Arnaldo Ferreira.
Apesar de eventuais discordâncias, aprecio os textos de Marc Dourojeanni, meu colega no grupo de colunistas d’ O ECO. Admiro a coragem com que expõe seus pontos de vista, algumas vezes bastante polêmicos. Em uma de suas últimas colunas, porém, intitulada ,“Os Novos Heróis Ambientais” ele fez uma afirmação da qual discordo completamente, pois se choca com experiências concretas que tive a oportunidade de vivenciar. Ele afirmou, entre outras coisas, que Dorothy Stang e Chico Mendes “são heróis, sim, mas não são heróis ambientais”. Conheci superficialmente a irmã Dorothy, mas creio que o que vou dizer aqui também se aplica, ao menos em parte, ao seu caso. Já com Chico Mendes tive a oportunidade de conviver melhor, de observar sua prática, de bater longos papos sobre os seus (e nossos) anseios, ideias e preocupações. Como estou convicto, segundo critérios que procurarei demonstrar, de que Chico foi um verdadeiro herói ambiental, imaginei que vários leitores contestariam a afirmação de Marc. Para minha surpresa, contudo, os oito leitores que se manifestaram concordaram com ela. Pensei inicialmente em escrever uma carta. Mas depois, valendo-me da condição de colunista, resolvi trabalhar o tema com mais cuidado. Os colunistas e leitores d’O ECO são livres para escrever o que quiserem. Não se trata de polemizar no plano pessoal. Ocorre que o assunto é importante e merece um debate mais profundo.
Um dos leitores, assinando como “observador”, defendeu a tese de que Chico e Dorothy foram considerados heróis ambientais porque “a sociedade brasileira, e em especial a amazônica, é carente de ídolos e mártires”. Será? Ao contrário do que acontece, por exemplo, nos Estados Unidos, observo que a sociedade brasileira é relativamente pouco cuidadosa com a imagem dos seus heróis. Talvez por termos uma sociedade (e mais que tudo uma elite) tão persistente no erro, nossa memória é curta para aqueles que ousaram colocar o dedo em nossas feridas seculares. Um personagem como José Bonifácio teria sido exaustivamente pesquisado e cultuado na América do Norte. Enquanto que aqui, apesar de alguns avanços recentes, inclusive no que se refere à difusão de suas brilhantes análises ambientais, permanece em grande parte ignorado.
Será correta a famosa frase de Brecht de que é “infeliz o povo que precisa de heróis”? Depende. Espero que chegue o dia em que as virtudes republicanas sejam tão evidentes no Brasil que não precisemos nos mirar no exemplo de vidas mais éticas e idealistas. Não é difícil concluir, observando a atual vida brasileira, que estamos muito longe de prescindir de tais exemplos. Pois, afinal, o que é um herói? Apenas uma pessoa que conseguiu ir radicalmente além de suas preocupações e interesses individuais para identificar-se e agir de acordo com valores e causas coletivas, tornando-se uma referência para os seus concidadãos. Não basta estar disposto a morrer. Muitos valentões e bandidos estão dispostos a morrer por orgulho, ganância ou o que seja. Estou falando de pessoas dispostas a viver e morrer pelo que acreditam ser o bem comum. Alguns logram receber um grande reconhecimento público, outros permanecem quase anônimos. Mas, como diz um poema do mesmo Brecht, “estes são os imprescindíveis”. Essa é a minha definição de “herói”. Quem quiser que apresente outra.
Hierarquia das necessidades?
Que Chico Mendes foi um herói, assim como a irmã Dorothy, o próprio Marc concorda. Mas terá sido um herói ambiental? Imagino, tenho quase certeza, que o autor da coluna não conheceu o Chico pessoalmente. Pois quem o conheceu com mais proximidade não teve dúvidas da sinceridade do seu ambientalismo. Não se trata de ser um “orador notável” ou de estar taticamente convencido de que o ambientalismo era um aliado de sua luta social. Em suas palavras, em sua prática, a veracidade do defensor da floresta era evidente. Mas é claro que esse não era o seu único objetivo. O líder sindical, o líder socialista, também era uma realidade evidente. E por que as duas coisas precisam ser mutuamente excludentes? A novidade não está justamente na aproximação entre cuidado ambiental, direitos humanos e direitos sociais?
Vejo que é comum se projetar sobre Chico duas imagens igualmente superficiais e estereotipadas. A primeira, ainda presente em setores da opinião pública internacional, é a do “homem da floresta” que abraçava árvores, beijava jabutis e só pensava em salvar da destruição o seu amado mundo verde. A segunda é a do líder sindical que apenas usou, por “razões táticas”, o discurso ambientalista como arma simbólica na sua luta pela terra. Ou então, por outro ângulo, o líder sindical cuja luta pela terra foi usada por ambientalistas, também por “razões táticas”, no seu esforço para deter a destruição da floresta. Ambas as visões são abstratas e externas. O que falta nelas é o respeito pelo homem real, com suas crenças, ideias e práticas. O respeito pelo ator social consciente e sujeito da sua própria história.
A segunda projeção, no fundo, se baseia na visão preconceituosa e mecanicista que foi chamada por alguns analistas de “hierarquia das necessidades”. Ou seja, os pobres precisam cuidar de encher sua barriga, conseguir um emprego e ter um lugar para morar. As preocupações com a qualidade de vida, com a integridade e beleza do lugar onde se vive, para não falar em valores universais como a sobrevivência da humanidade e a conservação da biodiversidade, são sofisticadas demais para eles. Só os que já estão com a vida ganha podem ter o direito de cultivar tais valores “pós-materiais”. Donde se entende que um líder sindical, um defensor dos direitos sociais, não pode ser um verdadeiro ambientalista. Ora, a realidade histórica vem desmentindo radicalmente essa visão preconceituosa. Quem quiser saber mais detalhes pode ler o amplo inventário feito por Joan Martinez Alier em seu livro “Environmentalism of the Poor: A Study of Ecological Conflicts and Evaluation” (2003). É absolutamente racional, aliás, que comunidades pobres do campo e da cidade sejam ativas na luta contra a destruição ambiental, já que elas são as primeiras a sofrer, de forma dura e direta, os efeitos da poluição, do desmatamento etc. Basta fazer um pequeno esforço de observação geográfica para notar que as fábricas mais poluentes, os depósitos de lixo mais perigoso e o barulho das motosserras não costumam estar presentes na proximidade de onde vivem os ricos… O tema da “justiça ambiental”, nascido a partir dessa realidade, é um dos mais fecundos e reveladores no debate ambientalista contemporâneo.
É preciso reconhecer, além disso, apesar dos preconceitos, que não existe qualquer impedimento sociológico ou cultural para que os pobres se preocupem com o futuro da humanidade e cultivem os valores essenciais da defesa da vida e do meio ambiente. Muito pelo contrário. Os ricos, ao que parece, não se mostram muito dispostos em realizar tão nobres desígnios. Tudo bem, possíveis fiscais do anti-populismo. Não estou sendo romântico e afirmando que tudo o que os pobres fazem é ambientalmente benéfico e bem intencionado. Os problemas ambientais devem ser avaliados concretamente, considerando os seus contextos específicos, e enfrentados de maneira racional e justa, independente de quem sejam os seus agentes (o que, aliás, raramente acontece na obscenamente injusta sociedade brasileira). Mas estou falando de seres humanos reais, com seus defeitos e qualidades, que devem ser respeitados em seus direitos de cidadania. Estou afirmando também que a melhor política ambiental deve estimular as comunidades e grupos populares a se tornarem aliados e não adversários da conservação e da sustentabilidade. Um processo que é obviamente complicado e difícil, cheio de avanços e retrocessos. Mas que não é mais complicado e difícil do que qualquer outro esforço de transição para padrões sustentáveis de produção e consumo. De toda forma, não tenho dúvidas em afirmar, com base nos dados concretos, que o superconsumo dos ricos e poderosos é hoje a grande mola propulsora da destruição do planeta. Apesar disso já vi alguns ambientalistas manifestarem grande confiança na conversão verde de empresários dotados de um gigantesco passivo ambiental e desconfiarem de qualquer esforço feito por comunidades pobres, cujo grande passivo é o sofrimento, no sentido de desenvolver práticas ambientais corretas.
Interação criativa
Uma boa pergunta a ser feita, aliás, seria “o que é um ambientalista”? Quem trabalha na área sabe que não existe uma definição canônica, apesar de várias correntes se considerarem o verdadeiro ambientalismo, o “puro sangue”, em detrimento das outras. Na verdade, uma análise mais ampla e imparcial revela que o fenômeno do ambientalismo se tornou cada vez mais complexo e multisetorial. Os estudos de alguns analistas, como Eduardo Viola e Hector Leis, mostram que o ambientalismo não pode mais ser considerado como um movimento social, até por falta de unidade conceitual e metodológica. É mais fecundo pensá-lo como um movimento histórico que vem produzindo mudanças nos diferentes setores da sociedade. Cada setor vem sendo desafiado pela evidência da crise ecológica, assim como pela riqueza da discussão ambiental, a reformular importantes conceitos e padrões de comportamento na sua esfera de atuação, visando construir relações mais sinérgicas e sustentáveis com o mundo natural. Seria possível falar, portanto, de ambientalismos empresariais, sindicais, religiosos etc. Note-se que estou falando em transformações reais de conceitos e comportamentos, não de maquiagens e blá-blá-blá.
Da maneira mais genérica possível, pode-se dizer que ambientalista é aquele que aceita, de forma consciente e sincera, a radicalidade do desafio ecológico. Uma aceitação que, obviamente, precisa se manifestar em ação. Ou seja, produzir, dentro da esfera de vida de cada um, transformações positivas no relacionamento entre os seres humanos e o meio ambiente. É perfeitamente racional, porém, que a consciência ecológica se conjugue com outros objetivos sociais, econômicos e políticos. Conheço alguns empresários, por exemplo, que desenvolveram uma forte consciência ecológica e estão fazendo um grande esforço para limpar as suas empresas, considerando todo o ciclo de vida dos produtos. Mas seria irracional imaginar que esses empresários deveriam abrir mão da sua vontade de lucrar, ou mesmo de utilizar as reformas ambientais como instrumento para aumentar os seus lucros. Repito que estou falando de mudanças reais, não de maquiagem verde. É inteiramente racional, da mesma forma, que comunidades e sindicatos rurais possam associar o desenvolvimento de uma forte consciência ecológica com o objetivo de conquistar a terra e nela implantar meios de vida sustentáveis.
O texto de Dourojeanni diz que “Chico Mendes não era, nem pretendeu ser, um ‘ambientalista’ até que seus assessores intelectuais (norte-americanos e brasileiros) descobriram ser essa a melhor tática a empregar na sua luta contra os fazendeiros”. Dá a impressão de que ao líder sindical cabia apenas seguir, ou maquiavelicamente estimular, as descobertas brilhantes dos seus assessores intelectuais. Será que a história não é mais complexa e generosa? Lembro de uma vez em que Chico me disse o seguinte: que tinha muita gratidão pelos ambientalistas, por que com eles aprendeu linguagens e conceitos que o ajudaram a entender e explicar melhor alguns problemas e alternativas que de alguma forma já vinha percebendo e elaborando. Estamos falando, portanto, de um diálogo entre sujeitos, de uma aprendizagem mútua. Algo bem diferente de usar ou ser usado. Estamos falando de um processo de interação criativa que ocorreu na vida real, com suas descobertas, tensões e contradições. Ninguém nasce ambientalista. As situações de vida e os aprendizados de cada um é que produzem esse tipo de opção ética. Os conceitos e linguagens do ambientalismo não teriam valor para o movimento dos seringueiros se não viessem ao encontro dos problemas, visões e lutas que ele já vivia. No rastro desse processo, muitos trabalhadores extrativistas se reconheceram como ambientalistas e muitos ambientalistas passaram a conhecer melhor a violência da luta pela terra, aprendendo a ser solidários com os que sofriam injustiças seculares.
É claro que Chico Mendes, enquanto líder sindical rural, lutava pela reforma agrária e pela conquista da terra para os seringueiros, que sofriam de grande carência e insegurança material. Concordo que a luta pela terra, por si mesma, não é necessariamente ambientalista. Mas posso afirmar que a luta de Chico e dos seus companheiros, da forma como ela se desenvolveu no plano subjetivo e objetivo, foi sim ambientalista. Recordo de uma outra conversa em que Chico me falou com grande entusiasmo sobre a possibilidade de construir nas reservas extrativistas habitações seguras e confortáveis que poupassem madeira, que usassem energia solar e que reciclassem todos os seus materiais. Ele não estava buscando apenas terra e segurança para as famílias e comunidades extrativistas. Estava buscando condições de vida ecologicamente sustentáveis. Ele queria conciliar os direitos sociais e a melhoria nas condições de vida com formas de uso dos recursos naturais que garantissem a conservação da floresta.
Um pensamento em evolução
Mas deixemos o próprio Chico falar sobre o assunto, através da riquíssima e abundante documentação primária reunida por Mary Alegretti em sua tese de doutorado (que será publicada ainda este ano, pela editora Hucitec, com o título de “A Construção Social de Políticas Ambientais: Chico Mendes e o Movimento dos Seringueiros”):
‒ “Sim, realmente, quando ele empata, quando ele parte para o empate, realmente ele tá defendendo a própria vida da seringueira, da castanheira, que pra ele é tudo. O seringueiro, tem que ver! O seringueiro, ele tem um amor à seringueira, à castanheira, então, aquilo toda a vida até hoje, durante um século, foi a sobrevivência deles, aonde ele nasceu, ali” (entrevista feita em 1981).
‒ “Meu sonho é ver toda essa floresta preservada, conservada, porque nós entendemos que ela é a garantia de todo o futuro dos povos da floresta. E não é só isso. Nós não queremos, nós estamos conscientes de que a Amazônia, ela não pode ser um santuário intocável… Agora a sua destruição, eu acho que significa o genocídio de todos nós, que moramos nessas matas e com repercussão negativa para o resto do país e pra própria humanidade, eu acho… E eu acredito que na medida em que as primeiras reservas extrativistas começarem a dar os seus frutos, o governo vai ter que reconhecer a importância desse trabalho que nós pretendemos desenvolver. Para o nosso bem e para o bem de toda a humanidade. Esse é o meu sonho. É ver a Amazônia livre dos fazendeiros, livre das motosserras, livre do fogo devorador. Esse é o meu sonho” (entrevista feita em 1988).
Entre o discurso de 1981 e de 1988, obviamente, existe uma evolução. A sua percepção veio se ampliando. A importância de conservar determinadas árvores, no contexto da floresta, ganhou uma dimensão cada vez maior: a conservação da Floresta Amazônica como um valor universal. Ocorre que tal evolução foi absolutamente normal, como acontece na percepção de todos os que estudam e vivenciam seriamente uma determinada questão. Ela foi fruto da vivência e do aprendizado de uma mente profundamente comprometida com uma causa. É fundamental notar, no entanto, que a consciência de conservação estava presente desde o início. Ao contrário do que Marc afirma (“em honra à verdade, as reservas extrativistas não se iniciaram como unidades de conservação”), a proposta das reservas extrativistas trazia a marca da conservação florestal desde a sua origem. Não era apenas uma proposta de reforma agrária. É possível observar, por outro lado, estudando a documentação primária, que a proposta não nasceu de fora para dentro. Ela nasceu das próprias lutas e debates do movimento dos seringueiros nos anos 1980 (em sua interação criativa com outros setores do ambientalismo, conforme indiquei acima).
Um herói ambiental
Um comentário final: a segunda entrevista foi feita no ano do seu assassinato. A ameaça era mais do que evidente. Uma verdadeira crônica de uma morte anunciada. Vale lembrar que Chico retornou ao Acre contra a vontade de vários dos seus amigos, que queriam que ele se refugiasse no Rio de Janeiro. É difícil, para quem não vive no andar de baixo da sociedade brasileira, especialmente nas suas fronteiras sem lei, entender o que significa a pressão psicológica do convívio permanente com a ameaça de morte. Vou me permitir contar um episódio, ocorrido em 1992. Na época eu atuava como coordenador da área de florestas da Greenpeace na América Latina e tive a oportunidade de conhecer Arnaldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Eldorado do Carajás. Era um típico camponês do interior de Minas, um homem pacato e trabalhador como outros que conheci na minha infância, que migrou para a Amazônia em busca de terra para criar seus onze filhos. Seu cristianismo visceral, assim como seu instinto para as boas causas, o levou a aproximar-se da luta pelo direito à terra e, cada vez mais, contra a destruição da floresta. Por esse motivo participou como voluntário de algumas atividades da Greenpeace, inclusive de uma ação direta em Rio Maria para denunciar os estragos causados pelo corte desenfreado do mogno. Um dia, brincando, me disse que era bom ter um macacão com o símbolo da Greenpeace, pois isso faria com que os poderosos locais tivessem receio de atirar contra ele (como já havia ocorrido antes). Recordo que, até para desanuviar o clima, pois sabíamos que a ameaça era real, nos divertimos contando alguns causos e estórias, como se a crueldade daquele mundo fosse apenas uma miragem distante. Mas não era. Alguns meses depois Arnaldo foi fuzilado na cama de sua casa, na frente dos seus filhos.
Por que estou contando essa história? Em primeiro lugar, para lembrar o nome de um outro herói da Amazônia, incomparavelmente menos conhecido do que seu companheiro acreano, por quem tinha grande admiração. Em segundo lugar, porque deveria estimular, entre outras coisas, uma importante reflexão: como agiriam os ambientalistas que ocupam degraus mais confortáveis na “hierarquia das necessidades”, entre os quais eu me incluo, se colegas de vida e trabalho, em nossas associações, organizações e fundações, fossem sistematicamente assassinados? Qual seria a nossa reação diante da violência absurda e cruel que está longe de ter fim no Brasil? Aguentaríamos o tranco com a mesma garra de Chico, Arnaldo e tantos outros? É importante ter sempre em mente histórias como essa, para conhecer melhor o país em que vivemos. Elas servem também para ressaltar a coragem e o heroísmo de um homem como Chico Mendes, que era capaz de falar em bem da humanidade sabendo que a faca estava no seu pescoço. O fato é que para quem conheceu alguma coisa dessa realidade cotidiana de injustiça e opressão é quase tragicômico ouvir falar na violência e agressividade dos sem-terra, extrativistas e quilombolas…
Enfim, todos os motivos expostos acima, e muitos outros que não mencionei, me fazem querer sempre continuar relembrando e saudando, junto com outros que viveram experiências semelhantes, a memória do Chico que a gente teve a ventura de conhecer. Um homem comum, um grande homem, um herói do povo brasileiro, um verdadeiro herói ambiental.
*Editado às 00h27, do dia 18/03/2019, para melhoria da diagramação e recorte de fotografias. O texto não foi alterado.
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Só quem realmente conheceu Chico Mendes sabe a farsa que foi ele. Tive a oportunidade de conversar com pessoas que o conheceu de perto.
Parabéns pela sobriedade e fundamentação
Era de se esperar que um texto como esse, nesse espaço, não tivesse comentários. Quero registrar minha emoção com o seu relato. O que falta ao ambientalismo brasileiro é solidariedade com a maioria dos excluídos do país, e aprender com José Bonifácio que isso tem, sim, muito a ver com a destruição ambiental; é o outro lado de um modelo degradador da natureza e das pessoas. Não se resolve uma crise de civilização com medidas autoritárias, que só reforçam o status quo do latifúndio e sua outra face, o êxodo rural. Obrigada pelo texto!!