A nova relação de espécies ameaçadas de extinção (clique aqui para ver a lista completa), divulgada na semana pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), aponta que a agropecuária é a principal ameaça para fauna em risco no Brasil.
Os dados apresentados pelo MMA ilustram um ciclo já conhecido por ambientalistas, em que florestas são substituídas primeiro por pastos, para, depois, darem lugar a plantações de monocultivo em latifúndios com uso intensivo de agrotóxicos e alto impacto ambiental. O avanço das fronteiras agrícolas acontece em todos os biomas terrestres com amplo financiamento de bancos públicos e privados, que, por vezes, desconsideram a varíavel ambiental ao conceder empréstimos e facilidades de financiamento.
O avanço da a pecuária na Amazônia, por exemplo, tem sido apoiado com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), que é gerenciado pelo Banco da Amazônia. Trata-se de fundo criado para promover o crescimento equilibrado da região, com o objetivo declarado de “atender às atividades produtivas de baixo impacto ambiental, cuja macrodiretriz é o desenvolvimento sustentável da Região Norte”.
Em todos os biomas terrestres, o avanço e intensificação da produção agropecuária são apontados como principal vetor para o risco de extinção, conforme é possível observar no gráfico divulgado pelo MMA e reproduzido abaixo:
O infográfico também traz informações significativas sobre outras ameaças graves ao meio ambiente. No bioma Marinho, na Amazônia e no Pantanal, a captura é fator de grave risco para a fauna. No Cerrado e no Pampa, ela fica praticamente junto com as queimadas, comuns na limpeza de terreno para abertura de pastos. Na Mata Atlântica e em Ilhas, a expansão urbana assume papel de destaque. Na Caatinga, o destaque é para a mineração.
Além da divisão de vetores de risco por biomas, a divulgação do MMA também apresenta o número de espécies ameaçadas, conforme é possível observar no infográfico abaixo (clique aqui para ver todas as espécies). A quantidade aumentou significativamente de 2003 para 2014, mas isso se justifica também pelo fato de mais espécies terem sido analisadas nesta edição.
Leia também:
Dinheiro público financia avanço da pecuária na Amazônia
Pecuária continua líder de desmates na Amazônia
Unidades de conservação estão ameaçadas em Rondônia
Queimadas abrem espaço para soja na região do Araguaia
Leia também
Ciência descreve nova espécie de bromélia que cresce apenas em ilha paulista
A bromélia foi encontrada no Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo, e pode ser impactada pelas mudanças climáticas →
Desmatamento na Amazônia sobe 41% em novembro, mostra Imazon
Este é o sexto mês consecutivo de alta na destruição do bioma, segundo SAD/Imazon. Degradação florestal tem alta de 84% em relação a novembro de 2023 →
A um mês da posse de Trump, EUA lançam sua meta de corte de emissões
Proposta de Biden é reduzir entre 61% e 66% das emissões até 2035. Governadores dos principais estados dos EUA falam que meta será “estrela guia” →
Diagnóstico aos montes e de qualidade.
Mas os governantes desprezam totalmente estes dados e fatos. É dinheiro já…………e o futuro, ah o futuro , que se exploda.