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Newsletter O Eco+ | Edição #134, Fevereiro/2023
12 de fevereiro de 2023
Pássaros nativos mantidos em gaiolas em casas no país todo precisam de certificados e de anilhas presas nas pernas atestando que não vieram da natureza. Trocas e doação de aves, mortes, fugas e roubos devem ser registrados pelos próprios criadores em sistemas federal ou de estados. Em tese, esse sistema contribuiria para a conservação de espécies nativas. Mas não é bem assim. Entre 2004 e 2020, a inserção de dados falsos inseridos por parte dos criadores saltou 187%. Desde então, eles crescem 7% ao ano. Um relatório do Ibama analisou dados nacionais sobre a manutenção amadora de pássaros, e descobriu que a profusão de dados falsos tem dado margem a crimes como o comércio ilegal e a retirada de aves da natureza. A reportagem de Aldem Bourscheit traz os resultados do relatório e como criadores amadores facilitam o tráfico de aves silvestres no país.
A perda de habitat, ou seja, do ambiente natural no qual evoluíram e aprenderam a sobreviver, é uma das maiores ameaças aos animais terrestres. No caso dos primatas brasileiros, este é um perigo ainda maior, dado que todas as espécies de macacos do país dependem das florestas para sobreviver. Um levantamento de dois centros de pesquisa do ICMBio analisou a perda de habitat para 190 espécies de mamíferos terrestres no país, e revelou os “sem floresta”: espécies de primata que mais perderam espaço nas suas últimas três gerações (três décadas). Duda Menegassi conversa com os autores do estudo sobre como os habitats são fundamentais para a sobrevivência desses primatas e como esse declínio é alarmante. “Porque os nossos primatas são dependentes das florestas. Nossos primatas vivem em florestas. Não tem floresta, não tem primata”, resume Leandro Jerusalinsky, um dos autores que assina o artigo.
O interesse cada vez maior por energias alternativas foi impulsionado, entre outros fatores, pela guerra na Ucrânia, que afetou o fornecimento de energia globalmente. Com um potencial técnico estimado em 700 GW, a geração de energia elétrica por meio dos ventos em alto mar – conhecida como eólica offshore – é tida uma das grandes promessas da transição verde no Brasil no médio prazo e levou a uma “explosão” de projetos protocolados no Ibama – no início de 2022, eram pouco mais de 20 projetos; em dezembro eram 70. No entanto, os órgãos regulatórios identificaram a necessidade de puxar o freio para buscar informações, conhecimentos e formação específica para esta modalidade inédita no país. Ellen Nemitz escreve sobre os impactos e desafios da exploração de energia eólica em alto mar.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
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· Destaques ·
Criação amadora abastece o contrabando de aves
Os sem floresta: a perda de habitat que ameaça os macacos brasileiros
Impacto da exploração de energia eólica em alto mar ainda precisa ser dimensionado
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· Conservação no Mundo ·
Um coaxar silencioso. Durante uma expedição nas montanhas Ukaguru, na Tanzânia, em busca do elusivo e provavelmente extinto sapo Churamiti maridadi, pesquisadores da Universidade de Cincinnati (EUA) acabaram por descobrir uma espécie de rã nova para a ciência. Descrita na revista PLOS ONE, a pequena e silenciosa rã de Ukugaru (Hyperolius ukaguruensis) possui uma característica única: não faz barulho — não coaxa, gorjeia ou canta. Os machos desta espécie possuem pequenos espinhos na garganta, o que pode servir como meio de reconhecimento da espécie para as fêmeas. “É um grupo muito estranho de sapos”, disse Lucinda Lawson, bióloga conservacionista e autora do artigo. As montanhas Ukaguru têm um alto grau de endemismo, e a descrição dessa nova espécie destaca a grande quantidade de conhecimento ainda a ser adquirido sobre essa área rica em biodiversidade. [Mongabay]
Mais proteção. Este mês, o Equador reconheceu uma nova reserva na floresta amazônica na esperança de proteger as terras indígenas de ameaças como mineração e pecuária. A Reserva Tarímiat Pujutaí Nuṉka cobre 1.237.395 hectares de florestas andinas e amazônicas na província de Morona Santiago, no leste do Equador. A área possui florestas nubladas, planaltos de arenito, planícies amazônicas e florestas de várzea que abrigam milhares de espécies de aves, muitas delas endêmicas, além de grandes mamíferos como a onça-pintada (Panthera onca), a anta (Tapirus terrestris) e o urso-de-óculos (Tremarctos ornatus). As comunidades indígenas Shuar e Achuar participaram de um processo de consulta minucioso para garantir que a reserva estivesse de acordo com sua visão para o futuro da área. “Esta é uma iniciativa que não apenas nos permitirá preservar, mas também desfrutar de nossas florestas e clima, para oferecer ao mundo um ambiente saudável”, disse o governador de Morona Santiago, Rafael Antuni. [Mongabay]
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· Animal da Semana ·
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O animal da semana é a Lontra! 🦦
Nossa lontrinha possui orelhas pequenas e as narinas podem fechar enquanto mergulha. A coloração é marrom com pelagem curta e densa. A cauda é flexível, musculosa e serve como leme durante o deslocamento na água. As pernas são curtas e os pés possuem membranas entre os dedos, para auxiliar na natação. 📌
É diurno, podendo apresentar um regime de vida crepuscular e noturno, diante de distúrbios antrópicos no ambiente. 🔖
Vive em locais próximos a corpos d’água, estando presente em rios, córregos, lagos, igarapés, igapós, estuários, manguezais e enseadas marinhas. 💧
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· Dicas Culturais ·
• Pra ler •
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Amazônia: uma década de esperança (2021) | João Paulo Ribeiro Capobianco
A obra, escrita por um dos principais responsáveis pela concepção e coordenação do Plano de Proteção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), descreve com detalhes como as políticas públicas foram definidas, organizadas e implementadas e quais foram os seus reflexos sobre os atores envolvidos, a economia, a opinião pública, os meios de comunicação e as esferas políticas. A obra contém prefácio contundente, mas ao mesmo tempo muito belo, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.