Notícias

ICMBio divulga, a partir deste mês, nome e CPF de infratores ambientais

Órgão espera descapitalizar infratores que tenham acesso a recursos públicos e estimular regularização. Medida tem respaldo jurídico e não fere LGPD, diz ICMBio

Cristiane Prizibisczki ·
18 de agosto de 2023 · 1 anos atrás

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) passou a divulgar, neste mês, os dados completos de nome e CPF e/ou CNPJ de autuados por infrações ambientais e de quem teve áreas embargadas pela autarquia. 

A abertura de dados não fere a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), segundo o Instituto, e tem parecer favorável da Procuradoria Especializada “por se tratar de medida necessária” para a execução das políticas públicas de defesa do meio ambiente comandadas pelo órgão.

Os dados podem ser acessados no site do ICMBio e na Plataforma Dados Abertos do ICMBio. As informações são disponibilizadas pela Divisão de Informações Geoespaciais e Monitoramento (DGEO) e são atualizadas mensalmente. 

Um dos objetivos do Instituto é descapitalizar infratores, a partir da recusa de instituições financeiras na concessão de créditos.

“Um dos exemplos de aplicação [da medida] é a concessão de crédito rural. Propriedades que tenham sanções de embargo não são autorizadas a acessar este tipo de crédito. Com a disponibilização dos dados, as instituições financeiras podem analisar com maior facilidade. Infratores ambientais com áreas embargadas também não podem acessar o crédito de amparo ao Programa Nacional da Reforma Agrária (PNRA)”, explicou o Instituto, em nota.

A abertura dos dados de infratores está dentro das estratégias do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).

“Em regimes democráticos, a transparência é um dos principais mecanismos das políticas públicas. Neste caso, o acesso público às informações dos infratores e das áreas embargadas fortalece o controle social e impede que o sistema financeiro alimente a cadeia criminosa de danos ao meio ambiente”, diz a diretora de Manejo e Criação de Unidades de Conservação (Diman) do Ministério do Meio Ambiente, Iara Vasco.  

  • Cristiane Prizibisczki

    Cristiane Prizibisczki é Alumni do Wolfson College – Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde participou do Press Fellow...

Leia também

Notícias
30 de junho de 2023

BC aperta no crédito a desmatadores

Resolução proíbe bancos de emprestar a produtores com cadastro ambiental sobreposto a terras públicas ou suspenso

Reportagens
26 de junho de 2023

Conversão de multas ambientais, retomada por Lula, pode alavancar recuperação florestal no país

Cerca de R$ 130 milhões em multas já foram convertidos para projetos ambientais em 2023. No total, o Ibama tem R$ 29 bilhões ainda a serem recolhidos

Reportagens
6 de junho de 2023

Governo vai cancelar todos os registros de CAR em áreas protegidas até 2027

Conheça esta e outras ações do novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), lançado no Dia do Meio Ambiente

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 5

  1. ANTONIO MAGNO BEZERRA FONSECA diz:

    As maiores áreas de desmatamento,estão localizadas e áreas de reserva ambiental,dessa tal icmbio,e idelflor,que são verdadeiros conviventes, e ganham muito dinheiro,para protegerem a grilagem imperiosa que reinam e mandam matar quem se opõe contra os mesmos. Infelizmente não é o Brasil que eu queria que fosse. Falar em combater desmatamento desordenado é pura balela,e demagogia. Fica a dica.


    1. ANTONIO MAGNO BEZERRA FONSECA diz:

      Se alguém precisar me convocar para falar o moral da estória é qual o meio serto de fazer reforma agrária, é só me convocar.
      Estarei a disposição.


    2. José Carlos Barreiros Barreiros diz:

      Se vocē tem conhecimento de participação do ICMBio em algum crime ambiental, é seu dever comunicar. Se nåo o fizer, apenas fazendo oposição politiqueira, você deverá ser enquadrado como participante do crime. Se você acusa, deve provar. O ônus da prova cabe a quem acusa . Agora o Brasil cumpre a lei


  2. ANTONIO MAGNO BEZERRA FONSECA diz:

    Enquanto existir autarquias agrárias com superintendentes jogados pela janela,através de influência política, nunca vai haver reformas agrárias neste país,sendo as autarquias agrárias, o maior manto protecionista da grilagem imperiosa que reinam e mandam matar quem se opõe contra os mesmos. Kkkkkk


  3. ANTONIO MAGNO BEZERRA FONSECA diz:

    Quero ver se vai constar o CPF do Maurício Assunção Rezende, e do João Rezende e outros,que conheço kkkkk