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Newsletter O Eco+ | Edição #167, Outubro/2023

Animais silvestres mortos em canais de irrigação, a seca extrema no rio Amazonas e as teses do Marco Temporal

Newsletter O Eco+ | Edição #167, Outubro/2023

01 de outubro de 2023

Animais silvestres mortos em canais de irrigação, a seca extrema no rio Amazonas e as teses do Marco Temporal

Foi uma semana intensa para o meio ambiente. No oeste baiano, o agronegócio se expande com base na intensa emissão de licenças estaduais para desmate e uso de água para irrigação. O repórter Aldem Bourscheit trouxe uma grave denúncia com exclusividade para ((o))eco: lobos-guará e outros animais ficam aprisionados ao cair em extensos canais forrados de plástico, onde agonizam até a morte. Há 8,5 milhões de hectares de cultivos irrigados no Brasil e, para o governo federal, é possível irrigar mais 55 milhões de ha. Fontes avaliam que não há sustentabilidade real do agronegócio, mas sim uma fantasia para agradar mercados. Diante da situação, especialistas querem ações urgentes para mapear e conter esses impactos em animais silvestres.

Enquanto silvestres morrem afogados na Bahia, no Amazonas ribeirinhos sofrem com insegurança alimentar e fauna local padece nas águas quentes. A repórter Cristiane Prizibisczki mostra que com seca extrema, rio Amazonas deve baixar históricos 8 metros em setembro. “O rio descer tanto e tão rápido coloca em xeque não só a biologia do sistema, mas também as pessoas, os sistemas sociais ao longo dos rios da amazônia”, diz o professor do Programa de Pós-graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior do INPA, Jansen Zuanon.

No mesmo dia em que o STF finalizou o julgamento do Marco Temporal, decidindo pela sua invalidade, o Senado aprovou, às pressas, por 43 votos a 21, o projeto de Lei 2.903/2023, que justamente estabelece a tese do marco temporal. Como já passou pela Câmara – foi aprovado em maio pelos deputados –, ele vai para sanção presidencial. Ao concluir do julgamento, ministros do STF fixaram 13 normas que devem ser cumpridas para titulação de Terras Indígenas. A principal mudança trazida na forma como terras indígenas são demarcadas e tituladas no Brasil é a possibilidade de pagamento de indenização da terra para produtores rurais que forem removidos de suas propriedades.

Boa leitura!

Redação ((o))eco

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· Conservação no Mundo ·

Sem saída. Assolada por inundações cada vez mais frequentes, a comunidade de Eastwick, na Filadélfia (EUA), tem o futuro incerto: diques e muros serão suficientes para protegê-los de inundações ou abandonar suas casas será a única opção? A adaptação às mudanças climáticas é uma tarefa ainda mais difícil em uma região com histórico de poluição e problemas socioeconômicos. [Yale360]


Pesca consciente. Na Amazônia peruana, o povo Candoshi protege seus ecossistemas e reduz a caça predatória. A região do Abanico del Pastaza, onde vivem, possui abundantes turfeiras, massas de matéria orgânica que capturaram 6,9 milhões de toneladas de CO2, o gás de efeito estufa mais abundante. Segundo especialistas do Fundo Nacional das Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (Profonanpe), este valor astronômico equivale às emissões de 27 países europeus em 2019. [ElPaís]

· Animal da Semana ·

O animal da semana é a toninha! 

Parente próxima dos golfinhos e botos, a toninha habita as regiões litorâneas da costa leste da América do Sul, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o Golfo San Matias, na Argentina. O corpo da toninha apresenta um bico longo e fino, com uma nadadeira dorsal pequena e triangular e uma nadadeira peitoral em formato de espátula. Sua coloração pode variar entre tons de marrom, cinza e amarelo. Além disso, são animais discretos e não costumam se exibir com saltos. Devido à aparência e “timidez” as toninhas são regularmente confundidas com os botos-cinza. 

Infelizmente, a toninha é o pequeno cetáceo mais ameaçado no Atlântico Sul ocidental. Dentre as diversas ameaças à espécie, as principais são as redes de pesca, onde esses animais ficam presos e se afogam e a degradação ambiental em áreas costeiras.

 

🎨 Gabriela Güllich (@fenggler)

· Dicas Culturais ·

• Pra ler •

Guariba | Pablito Aguiar, Raimunda Tutanguira e Jonathan Watts

A webcomic acompanha a história do primata Guariba, enquanto ele explora sua casa-floresta e tenta entender os ameaçadores humanos.

SUMAÚMA

• Pra ouvir •

Racismo ambiental | O olhar da cidadania

Um estudo do Instituto Polis revela que 55% das pessoas que habitam as regiões de maior risco em São Paulo são negras, e que mulheres negras e pobres são as mais atingidas por enchentes e deslizamentos. De acordo com um levantamento do Instituto Trata Brasil, 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável e cerca de 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Entre os 20 municípios em pior colocação, a maioria são da região norte e nordeste.

Observatório do 3º Setor

• Pra assistir •

O Brasil terá cidades inabitáveis por causa do calor? | DW Brasil

A humanidade está rumo a uma espécie de epidemia de calor extremo. Tão extremo que ameaça expor mais gente a riscos de saúde. Foi a conclusão de um estudo recente da ONG CarbonPlan em parceria com o jornal americano The Washington Post. A cidade brasileira de Belém do Pará ganhou destaque. Segundo os pesquisadores, será um dos centros urbanos mais quentes do planeta a partir de 2050, com seis meses a mais por ano de altas temperaturas. 

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