Povos originários de diferentes etnias estiveram reunidos esta semana no 1º Encontro Indígena de Restauração Ecológica (I EIRE), com o objetivo de trocar experiências e técnicas de coleta, produção e plantio de sementes, modelos de agroflorestas e agroecologia praticados em seus territórios. O I EIRE foi realizado dentro da 5ª Conferência da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica.
Nas últimas três décadas, áreas privadas eliminaram 21% da vegetação nativa, enquanto terras indígenas perderam 1%, ajudando a barrar o desmate nacional. Na Amazônia, as derrubadas nesses territórios caíram 42% de agosto de 2023 a março de 2024. Foi a menor taxa destrutiva desde 2018.
Povos originários podem desmatar parcelas de suas terras para construir e plantar, mas elas são alvo da retirada de madeira, agropecuária e garimpo ilegais. Ao mesmo tempo, tais espaços abrigam cerca de 80% da biodiversidade mundial, diz a Organização das Nações Unidas.
Por isso é importante recuperar a vegetação natural em terras indígenas, e elas têm o que mostrar. “Queremos (…) dar visibilidade aos saberes ancestrais na conservação e na recuperação dos ecossistemas e integrá-los aos conhecimentos técnico- científicos”, disse Lucia Alberta, diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O órgão indigenista quer inserir a pauta indígena em políticas e ações de restauração ecológica, como na revisão do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), no desenho da Plataforma de Acompanhamento da Recuperação Ambiental (Recooperar), de editais públicos e de um banco de áreas prioritárias para recuperação em terras indígenas.
O 1º Eire aconteceu de 8 a 10 de julho na Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), e foi apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Serviço Florestal dos Estados Unidos, Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e Instituto Sociedade, População e Natureza.
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