Até parecem efeitos especiais de filmes hollywoodianos, mas é mais uma produção 100% natural. Nos últimos dias, banhistas, turistas e moradores paranaenses presenciaram o espetáculo da bioluminescência.
O show foi visto em áreas como a Baía de Paranaguá e Ilha do Mel, mas pode ocorrer noutros pontos do litoral brasileiro e do planeta. Em Porto Rico, uma baía atrai turistas pelos incomparáveis rastros bioluminescentes de golfinhos.
“A bioluminescência é uma obra da natureza com milhões de anos. Ocorre na maioria dos oceanos tropicais, com microalgas (dinoflaglados), bactérias e peixes”, diz Frederico Brandini, oceanógrafo da Associação MarBrasil.
No caso das águas litorâneas, a hipnótica luz é acionada quando esses seres são tocados pelas pessoas ou agitados pelas ondas.
A bioluminescência surgiu nos mares e oceanos, que são 98% totalmente escuros. Em terra, o efeito pode ser visto em vagalumes, fungos e sapos. Pouca iluminação artificial sempre melhora o visual.
O efeito acontece usualmente quando a combinação da enzima luciferase e da proteína luciferina transforma energia química em luz. Suas funções não estão todas elucidadas, mas incluem de alimentação a reprodução.
Sob a luz diurna, os seres bioluminescentes vestem uma cor alaranjada. São mais comuns na Primavera e Verão. Esgotos, clima mutante e correntes marinhas podem multiplicá-los explosivamente e gerar as “marés vermelhas”.
Quando ocorrem, ostras e mexilhões comem inúmeros desses seres e há certo risco às pessoas, diz Cassiana Metri, do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar), apoiado por Governo Federal e Petrobras.
“As pessoas consomem várias ostras e mexilhões e aí está o perigo. Esses muitos organismos podem provocar uma intoxicação que não é letal, mas não é nada agradável”, explica a pesquisadora.
A Secretaria Estadual da Saúde do Paraná havia proibido a comercialização e o consumo desses itens de 26 de julho a 9 de agosto, no pico da maré vermelha em Guaratuba (PR). O monitoramento é a cada três dias.
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