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Encontro com a Rainha da Noite

Se deparar com a maior serpente peçonhenta das Américas em seu habitat é um privilégio cada vez mais raro

21 de outubro de 2024
  • Fabio Olmos

    Biólogo, doutor em zoologia, observador de aves e viajante com gosto pela relação entre ecologia, história, economia e antropologia.

Eurico Santos, pioneiro da divulgação científica no Brasil, tinha predileção pelo que hoje chamamos de biodiversidade. Seus livros foram o primeiro contato de gerações pré-internet (eu sou pré e pós) com bichos e plantas brasileiros e gosto de pensar que seus muitos livros ajudaram a formar como muitos apreciam nossa natureza. 

Anfíbios e Répteis do Brasil, publicado originalmente em 1942 (e com outras edições em 1955 e 1981), abre a descrição da nossa Surucucu, Pico de Jaca, Surucutinga, Bush Master ou Lachesis muta / Lachesis rhombeata de forma dramática:

“A maior de nossas serpentes venenosas, a mais irritadiça e agressiva, a surucucu ou sucurutinga, espalha o terror nas zonas onde vive”.

Eu já sabia que surucucus existiam (e havia visto uma no Butantan) antes de ler o livro de Eurico (a 3ª edição), mas foi seu texto (e imagens) que deixaram a impressão que ficou. 

Como não querer um encontro não pasteurizado, no habitat natural, com uma serpente peçonhenta de 3,6 metros, personalidade teoricamente extrovertida, cercada por lendas e, como sugerido por Wolfgang Bucherl em Acúleos Que Matam (outro livro genial), inteligente o suficiente para ser treinada?

Capa de Anfíbios e répteis do Brasil, da Coleção Zoologia Brasílica.

Existem 5 espécies de serpentes no gênero Lachesis distribuídas pelas Américas Central e do Sul, sua distribuição e especiação influenciadas pelo soerguimento de montanhas como os Andes e a Cordillera de Talamanca. 

Aqui no Brasil temos Lachesis muta, que ocorre na parte que ainda não destruímos da Floresta Amazônica, e L. rhombeata, que sobrevive em remanescentes da Mata Atlântica entre o norte do Rio de Janeiro (onde é extremamente rara ou mesmo extinta) e Alagoas. Uma população isolada nos brejos do Ceará (como a Serra do Baturité) é geneticamente distinta e uma “unidade evolutiva significativa” merecedora de esforços de conservação customizados.

A primeira surucucu foi descrita nada mais nada menos que por Linnaeus como Crotalus mutus, ou a “cascavel muda” por obviamente não ter chocalho. Mais tarde perceberam que as surucucus são apenas primas distantes das cascavéis e elas ganharam seu próprio gênero.

Na mitologia grega Lachesis é uma das três Parcas que gerenciavam o fio de cada vida humana. Lachesis tinha atribuição de definir o comprimento do fio e, assim, sua duração. Uma interpretação para o nome científico da surucucu é “morte silenciosa”. Mais uma razão para querer conhecer tal criatura.

Na verdade, as Lachesis talvez não sejam mudas. Além de vibrarem a cauda, que tem escamas formando um “espinho” na ponta quando irritadas e fazerem ruído contra as folhas do piso da floresta (jararacas fazem o mesmo), há histórias de surucucus vocalizarem (ou piarem), como relatado por Dean Ripa em seu interessante livro sobre essas serpentes.

As Lachesis pertencem ao belo e diverso ramo americano da família das víboras Viperidae junto com as cascaveis, jararacas, cotiaras, urutus e companhia. Com a possível exceção de uma Bothrocophias da Colômbia, as surucucus são as únicas na família que põem ovos (6 a 20 por postura), as demais dando à luz belos bebês que nascem capazes de cair no mundo e se virar. 

Todas estas serpentes possuem sensores térmicos hipersensíveis capazes de detectar diferenças de temperatura de pentelhésimos de graus centígrados. Isso permite que “vejam” suas presas mesmo no escuro total. Outra característica do grupo são as presas longas e dobráveis capazes de injetar profundamente o veneno produzido por glândulas anexas.

A história natural (se preferir, a autoecologia) das surucucus é imperfeitamente conhecida. Sabemos que essas serpentes têm áreas de vida entre 10 e 45 hectares e podem usar florestas secundárias. Indivíduos translocados quando aparecem no quintal de alguém (algo a ser feito para segurança de todos os envolvidos) se adaptam bem à mudança, sem tentar voltar à área de vida original.

Elas também utilizam buracos cavados por pacas ou tatus (e outros cavadores) onde permanecem durante os períodos mais quentes e secos, e é nestes abrigos que as fêmeas fazem suas posturas e se enrolam ao redor dos ovos, protegendo-os até que eclodam. Tudo indica que preferem temperaturas comparativamente amenas e umidade, sendo bem mais ativas durante a estação chuvosa.

Há registro de um macho e duas fêmeas com os respectivos ovos usarem a mesma toca, sugerindo uma vida social interessante. O mesmo para o fato de machos serem maiores que as fêmeas (ao contrário de muitas serpentes) e terem sido vistos duelando estilo sumô pela dominância e acesso a fêmeas.

Em cativeiro, fêmeas grávidas são conhecidas por defenderem o local onde pretendem fazer sua postura e literalmente expulsar o tratador para fora do recinto. Essa é uma das situações em que surucucus podem manifestar agressividade.

Outra é quando expostas a uma fonte de calor intenso. Várias fontes mencionam surucucus em cativeiro dando botes contra o vidro de seu terrário quando um aquecedor é ligado na mesma sala. Mais adrenérgico, também há histórias de surucucus darem botes nas lanternas (quentes) usadas por caçadores e cia nas suas atividades noturnas, às vezes fazendo a lanterna voar das mãos de um sujeito muito assustado. Isto pode ser verdade ou lenda.

O apelido “Surucucu de Fogo” parece derivar de ocasiões em que a serpente surta por causa de estímulo sensorial excessivo e ataca fogueiras feitas na floresta. Uma história repetida por várias fontes, incluindo os naturalistas-viajantes Spix e Martius em seu Viagem pelo Brasil

Surucucus são grandes e há registros de exemplares de 3,6 m, mas hoje é difícil que um indivíduo viva o suficiente para chegar a este porte e a maioria parece estar pelo 1,8-1,9 m. Este porte está associado à capacidade de injetar uma grande quantidade de veneno que leva a rápida tontura e perda de consciência, alucinações, náusea, vômito e diarreia explosivos, queda na pressão, dores musculares intensas, destruição dos vasos sanguíneos e, eventualmente, morte. Se você estiver curioso, este artigo conta o que aconteceu com um observador de aves que foi picado e (spoiler) sobreviveu.

O coquetel de moléculas bioativas que compõem as peçonhas das serpentes é uma mina para pesquisadores garimpando possíveis medicamentos e se você é hipertenso pode estar vivo graças às jararacas…

Ao contrário do que se poderia imaginar, surucucus se alimentam de presas relativamente pequenas para seu tamanho. Roedores do tamanho de um rato-de-espinho Proechimys (até 220 gramas) são as presas favoritas, enquanto cotias e pacas estão bem além da capacidade de deglutição e, principalmente, de digestão das surucucus.

Essa limitação faz com que surucucus possam ser inquilinas de tocas ativas de pacas, uma convivência (talvez tensa) que deu origem à lenda que surucucus velhas se transformam em pacas ou vice-versa, lenda contada por Eurico Santos que também já ouvi.  

Falando em lendas, os Shuar da Amazônia equatoriana e peruana, famosos pela antiga tradição de fabricar cabeças-troféu com os espólios dos inimigos, consideravam a surucucu como Yamung, a rainha da noite, única entidade capaz de repelir o demônio da noite Ibiansh. 

Por isso os Shuar não matavam as surucucus, mas, como em tantos casos, a tradição foi perdida por influência dos missionários. Isso demanda um resgate cultural.

Mirando presas relativamente pequenas, surucucus são predadores de emboscada que, à noite, escolhem um local junto a alguma trilha utilizada pelas presas, identificada graças aos rastros químicos. Ao localizar um roedor com seus sensores de calor, a serpente ataca e, no geral, segura a presa até que ela morra e possa ser engolida.

Serpentes não mastigam sua comida e a digestão, iniciada pelo veneno injetado, é uma corrida entre a decomposição causada pelas bactérias nos intestinos da presa e a digestão pelas enzimas produzidas pelo estômago da serpente. Se a presa apodrecer no estômago, o resultado pode ser fatal e não é incomum que uma refeição pesada demais seja regurgitada.

Surucucus parecem ser comparativamente delicadas e sofrem com a manipulação para a extração de veneno. Na verdade, todas as serpentes sofrem e é por isso (e por segurança) que hoje se adota a anestesia por CO2 antes do procedimento.

Você consegue ver onde a Surucucu está? Foto: Gabriel Caram.

Surucucus podem lidar com algum grau de degradação florestal, mas a maioria dos países sul-americanos está dedicado a destruir a Amazônia, com destaque para o Brasil. Como todos sabem, o Brasil também foi muito eficiente em destruir a Mata Atlântica, especialmente as florestas onde a Lachesis rhombeata vivia. É por isso que há a proposta de considerar a Lachesis muta amazônica como “quase ameaçada” enquanto a rhombeata do leste brasileiro é considerada “vulnerável”.

O fato é que são serpentes raras de encontrar e parecem ocorrer em baixas densidades populacionais. Mesmo em áreas teoricamente protegidas como reservas extrativistas é que o primeiro encontro de uma surucucu com um humano é, em geral, o último porquê a tradição é sempre matar qualquer animal percebido como perigoso. 

Problema que, nas áreas teoricamente protegidas, mas com humanos, isso também afeta felinos e muitos outros bichos. 

Surucucus são mortas sempre que encontradas. Consideradas monstros perigosos a serem exterminados, fama ampliada pelas lendas e histórias, são abatidas e, se tentam se defender após uma paulada, isso só aumenta a fama de agressivas. A realidade é mais complicada.

Apesar da fama, quem trabalha com surucucus ressalta que, no mais das vezes, elas têm comportamento muito calmo, bem mais que parentes como as jararacas e muito diferente da fama guerreira que as fez dar nome tanto a veículos militares como a tropas de elite.

Me incomodava muito nunca ter topado com uma surucucu viva. Minha experiência se resumia a dois indivíduos atropelados em vicinais no Acre e mesmo uma recompensa para a equipe de campo de meu antigo emprego em Rondônia não teve resultado.

Emprego novo na Perfin Climate com projetos de conservação de florestas me levaram à região do rio Muru, no Acre, para uma primeira viagem de reconhecimento juntamente com Gabriel Caram e Pedro Campos, amigos e companheiros de trabalho. Como sempre, a expectativa de encontrar bichos novos faz parte da atração.

Retornando com Gabriel para a base do projeto depois de observar aves, começaram a chegar fotos feitas por Pedro em meu Whatsapp (Starlink é uma mão na roda) mostrando uma surucucu que ele e responsável local (e estudante de biologia) Alexandro Pessoa haviam encontrado a 6 km de distância. Longe demais para ir e voltar antes de escurecer.

O encontro de Alexandro e Pedro foi típico. Após uma sequência de dias muito quentes, uma frente fria e chuva derrubaram a temperatura, deixando o interior da floresta mais fresco e úmido. 

Você consegue ver onde a Surucucu está? Foto: Gabriel Caram.

A serpente estava enrolada, descansando no meio da trilha, mas oculta atrás de uma raiz. Quando Alexandro pisou ao lado dela, a serpente incomodada se moveu rapidamente para o lado, enquanto Alexandro fez o mesmo no melhor estilo ninja. 

De forma pouco típica na história dos encontros entre surucucus e humanos, o que se seguiu foi uma seção de fotos e os humanos continuaram seu caminho, reencontrando a serpente placidamente no mesmo ponto quando retornaram pelo mesmo caminho.

Logicamente, a manhã seguinte nos viu marchando guiados por Alexandro até o ponto do primeiro encontro. E lá estava ela, a terrível e irritadiça surucucu, Bush Master, Pico de Jaca…. Morte Silenciosa. Só que não. 

Enrolada e perfeitamente camuflada entre as folhas, a Rainha da Noite havia se movido meio metro, se tanto, desde o dia anterior. Nos aproximamos com cautela da serpente de estimados 1,8 m, atentos a sinais de agressividade. Mas o máximo que vimos durante todo o tempo que interagimos foi sua língua dardejar meia dúzia de vezes.

Ao contrário de uma besta fera assassina, encontramos um animal calmo que obviamente sabia que estávamos ali e apenas acompanhou nossos movimentos, permitindo nossa aproximação sem maior stress. Foi como encontrar um monge shaolin em meditação nos encarando com uma expressão de tranquilidade inescrutável e a consciência do seu poder.

Minha política com serpentes (e outros bichos) que não estão em situação de risco é manter-me fora da distância de bote e fazer minhas fotos sem estressar ninguém. E assim fizemos durante um bom tempo, deixando nossa amiga onde a encontramos, descansando durante o dia e se preparando para sua caçada noturna. 

Um encontro memorável com uma das habitantes mais icônicas da floresta amazônica que, talvez, não tenha sido o que Eurico Santos e muitos esperariam, mas foi como as interações entre pessoas e animais silvestres deveriam ser. Em paz.

Agora, quando passamos pelo ponto, sempre prestamos atenção para ver se a reencontramos. Ainda não tivermos sorte, mas… talvez algum outro dia.

As opiniões e informações publicadas nas seções de colunas e análises são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião do site ((o))eco. Buscamos nestes espaços garantir um debate diverso e frutífero sobre conservação ambiental.

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Comentários 27

  1. Cecília Costa diz:

    Parabéns pela reportagem. Tbm sou bióloga e já tive alguns encontros com a Surucucu: 2 em Alagoas e 3 na APA Aldeia Beberibe, onde moro em um sítio na região metropolitana de Recife. Em uma das vezes ela estava enrolada bem próxima a porta da cozinha, provavelmente atraída pela galinha que botava ovos ali. Então vc pode incluir a presença delas tbm até PE e não apenas até AL. Sempre nos referimos a ela sendo L. muta. Mas agora fiquei curiosa pra saber se pode ser a outra espécie.


  2. Flor Opazo diz:

    Excelente reportagem da misteriosa e poderosa surucucu-pico-de-jaca.


  3. Jorge luiz diz:

    PRA MIM RESUMINDO COBRA BOA É COBRA MORTA, NÃO TEM DE HABITAT O BICHO JA NASCE MORDENDO, QUANDO NÃO MATA, DEIXA CEGO OU APODRECE UM ORGÃO QUALQUER. O BICHO TEM QUE SER MORTO, JA TEM MUITA COBRA NA NATUREZA, ACREDITO QUE UM SER HUMANO VALE MAIS QUE UMA COBRA NÉ GENTE, E QUEM NÃO GOSTAR QUE LEVE AS COBRAS PRA SUA CASA.


    1. Pinho diz:

      Você já parou para pensar que é o ser humano que está no lugar delas o homem destrói as matas os rio e tudo que toca você é que deve morar numa caixa isso sim


    2. Jorge diz:

      Vc é um ignorante…
      A vida de uma cobra vale muito mais que a de muita gente… Principalmente gente ignorante igual a vc…


    3. Mauro diz:

      Entre vc e sua sapiência e uma cobra, fico com a cobra. Aliás, nem precisa ser uma cobra, qquer minhoca serve.


  4. Cláudia diz:

    Aqui na minha região no interior da banhia tem algumas delas e bastante a coral, eu vivo no meio rural tem bastante casas e meus tios casam bastante, mata rapousa, quati, tatu e sarue entre outros bichos para comer, eles casam semanalmente como tem mais pasta do que mata, infelizmente vai chegar uma hora que não vai ter nada por aqui, é bem trsite


  5. Marina Couto diz:

    Que matéria maravilhosa!!!


  6. Normando Muniz Gaioso diz:

    Certa vez fui alertado por um morador de São Fidelis, norte do RJ, sobre a incidência desta espécie na região, numa capoeira de mata na beira do rio local. Um perigo extremo. Normando de Piraí, RJ.


  7. DANILO SIMOES COELHO diz:

    É uma cobra majestosa, que o homem a deixe sobreviver. Chega de destruir, a hora é de reconstruir as florestas e dar chance às espécies nativas. Que bom seria mudar este triste destino que o ser humano constrói a cada dia.


  8. EDUARDO CAMPOS diz:

    Venha para o Sul Da Bahia, região de Una. Existe uma reserva e muitas roças de cacau. Impossível não topar com uma aparti das 18:00. Por vezes ou outra dormindo em algum local da roça. Já a batemos uma de 4,20. Matou um cachorro em questão de horas


  9. Paulo Pereira diz:

    Ótimo conteúdo. O conhecimento nos leva a respeitar a natureza e preservar as espécies, ainda que sejam consideradas “perigosas”


  10. Marcelo Barbosa diz:

    Bela matéria! Ps. Ficastes bem de óculos!


  11. Francisco sales diz:

    Excelente matéria. Nós é quem somos agressivos, pois o animal só reage quando se sente ameaçado em seu ambiente, o que é perfeitamente natural. Matamos simplesmente por maldade, prazer em tirar a vida.


  12. ROBERTO LOUZADA MELO diz:

    Parabéns pelo texto, muito bem escrito. Adorei o final: homem e natureza se interagindo em paz. Nem com sua própria espécie o homem não consegue. A natureza, mais frágil, é vítima da ignorância e egoísmo dessa raça ignóbil.


  13. MARCO ANTONIO DE FREITAS diz:

    Parabéns pelo excelente artigo! Como Herpetólogo, só tive dois encontros naturais, um na Bahia e outro em Roraima. Precisa corrigir a distribuição da espécie na Mata Atlântica. Vai do Rio de Janeiro até Pernambuco, onde tem uma grande população na região metropolitana de Recife em Aldeia.


  14. Alfredo Sérgio Costa diz:

    Tive, juntamente com minha família, a felicidade de ver uma pico de jaca em seu habitat natural. Foi em uma viagem que fizemos ao Rio Tupana no Amazonas. Nosso guia, Miranda, nos explicou muito sobre está serpente. A mesma foi deixada quieta na floresta.


  15. Maurício Luz diz:

    Texto bacana! A unidade de tempo pentelhésimos de segundo parece perfeita para descrever encontros com surucucus. Fiquei muito curioso com os livros. Vou ver se encontro em sebos ou bibliotecas universitárias.


  16. FRANCISCO ROGERIO CAVALCANTE DA PONTE FILHO diz:

    Parabéns pela visão de mundo!! Texto muito agradável!!


  17. SERGIO diz:

    Esse texto é quase uma oração.


  18. José Carlos ferraz diz:

    Apareceu uma surucucu ou jararacussu aqui no meu sitio na zona oeste do Rio de Janeiro,mais precisamente em Santíssimo a dois meses a trás.


  19. Mariana Vale diz:

    Fiquei com vontade de encontrar uma surucucu. Pode um negócio desses? Pode!


  20. WAGNER IMPELLIZZIERI diz:

    Expedição e jornalismo com seriedade, responsabilidade, bem educativos e, muito agradável pelo tempero de bom humor.
    É bom lembrar que veneno de cobra é antídoto para doenças de ” humanos doentes”. Parabéns e obrigado.


  21. Zilazeti Gasparini Teixeira diz:

    Muito interessante tudo que foi dito sobre a surucucu pico de jaca.
    Só queria relatar que quando tinha uns seis anos de idade me vi frente a frente com uma pico de jaca, em São Gabriel da Palha, noroeste do ES.
    Era de manhã bem cedo e íamos para um velório, eu minha mãe, uma amiga e sua filha. As mães iam na frente, e eu minha amiga íamos brincando , por isso ficamos para trás.
    Só me lembro de minha amiga correndo e minha mãe gritando: corre Zilá, que ela vai te pegar!
    Eu fiquei paralisada, a menos de um metro, olhando aquela lindeza, que levantou a cabeça, me olhou e depois seguiu seu caminho lentamente. E ela era enorme, tinha muito mais de 3 m, pois levou um tempo para cruzar a estrada. E eu ali parada, acompanhando sua travessia.
    Quando chegamos ao nosso destino , os homens se reuniram e saíram para ver se a encontravam,o que não aconteceu, felizmente. Disseram que eu tive muita sorte, que ela devia ter comido não sei que fruta, por isso estava calma e não me atacou. Isso aconteceu no ano de 1963, quando aquela região era linda, com mata fechada, um verdadeiro paraíso. Hoje não resta uma árvore, só tem pasto e café.


  22. Matheus Raddi diz:

    Que texto maravilhoso, me prendeu do início ao fim. Parabéns pelo ótimo trabalho!


  23. PAULO ROBERTO LIRIO BIANCHI diz:

    Juro que o mundo não vai acabar se este bicho venenoso for extinto.