.jpg)
as árvores tombadas (foto Vandre Fonseca)
Parintins – No caminho até o lago do Macurani, um dos principais pontos turísticos de Parintins (400 quilômetros de Manaus), troncos serrados de castanheiras e imensas toras da árvore repousam ao lado do conjunto residencial Vila Cristina, do programa Minha Casa, Minha Vida. A obra, um empreendimento da construtora NV, é financiada pela Caixa Econômica Federal.
“Na área onde estão construindo as casas existiam cerca de 150 castanheiras, mas quando estivemos lá uns dias atrás nós contamos só umas sessenta árvores”, conta Edílson Albarado, do Movimento de Defesa do Meio Ambiente de Parintins. De acordo com ele, as castanheiras que sobraram estão em uma área onde o restante da vegetação já foi retirada para ampliação do conjunto residencial.
![]() |
O sacrifício das árvores, que começou no final do ano passado, foi denunciado a órgão de fiscalização ambiental, ao Ministério Público e à Justiça. O licenciamento do Instalação do conjunto residencial foi concedido pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
A justificativa dada pelo Ipaam para o licenciamento é de que a proibição de corte vale apenas para a exploração comercial da árvore, e não para a construção de casa. A castanheira é uma das espécies cujo a corte é proibido por lei federal.
Albarado afirma que muitas destas árvores foram parar em fornos de para a fabricação de tijolos ou de padarias. “Nós encontramos toras no pátio de uma olaria”, destaca.
O castanhal era explorado por moradores da região. Segundo a denúncia apresentada pelo Movimento de Defesa do Meio Ambiente, de lá eram retiradas 50 mil latas de castanhas por safra, coletadas por moradores da região. Além disto, nascentes que existiam ali teriam sido aterradas pela obra. A denúncia informa ainda que o castanhal faz parte de uma Área de Proteção Ambiental do município.
Devido a presença do castanhal o projeto de um aterro sanitário no local foi vetado por órgãos ambientais, segundo o movimento. Além disso, moradores que ocupam áreas próximas dali estão sendo despejados, com ordem judicial, porque a presença deles estaria ameaçando as castanheiras. Não foi o mesmo rigor observado no licenciamento do conjunto Vila Cristina.

(Vandré Fonseca)
Leia também
Equilíbrio, harmonia e estabilidade podem transformar os cuidados com incêndios em gestão de fogo
A longa travessia entre a teoria do manejo integrado e sua prática no território brasileiro →
Clima extremo desafia restauração em nova estratégia da biodiversidade
Plano incorpora ações até 2030 e exigências internacionais para conter a perda acelerada de espécies nativas no país →
Mata Atlântica pode ganhar um novo parque nacional
Proposta do Parque Nacional Serras do Araçatuba e Quiriri, na divisa entre SC e PR, visa preservar porção ainda desprotegida do maior contínuo de Mata Atlântica do país →





