Celso Calheiros
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O trabalho começou em 2007 e tem apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, desenvolve uma pesquisa sobre o pica-pau-do-parnaíba.
O responsável técnico pelo projeto, Renato Torres Pinheiro, estipula dois objetivos para a pesquisa: “Estudar a biologia e a ecologia do pica-pau-do-parnaíba, determinando seu hábitat preferencial, alimentação, reprodução, relação com outras espécies; e o de realizar expedições para áreas onde historicamente houvesse registros desta espécie”.
Os pesquisadores querem propor medidas para a conservação da ave, depois de reunirem as informações necessárias.
A equipe de Pinheiro sabe da preferência da espécie por áreas de cerradão com bambu. “O que impossibilita uma definição de área exclusiva de ocorrência da ave, uma vez que este tipo de vegetação encontra-se disperso pelo Cerrado”, relata
Embora existam algumas estimativas, o pesquisador diz que ainda não existem dados suficientes para determinar o tamanho real da população do pica-pau-do-parnaíba no Brasil, mas sabe-se que é pequena. “Estima-se que haja entre três e seis mil indivíduos da espécie, sendo que as maiores populações estão no estado do Tocantins, onde ainda se encontram as maiores extensões de Cerrado preservado”, comenta.
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Outra preocupação dos cientistas é que não foi realizado, até hoje, nenhum registro do pica-pau-do-parnaíba em unidades de conservação de proteção integral, o que aumenta a vulnerabilidade da espécie. Essa evidência estimula a pressão por mais conservação do Cerrado. Segundo Pinheiro, como a ave depende muito do seu hábitat.
Em janeiro, Pinheiro e a equipe do projeto que pesquisa o pica-pau-do-parnaíba identificaram, pela primeira vez, a ocorrência da espécie em uma área protegida, na reserva particular do município de Minaçu, na região norte de Goiás. Os pesquisadores passaram a procurar de indivíduos da espécie para captura e marcação com radiotransmissores. Está prevista a marcação de cinco aves, para a identificação de hábitos de vida que ainda não foram registrados.
A própria espécie contribui com a conservação do bioma. Como a ave se alimenta exclusivamente de formigas, os cientistas acreditam que ela tem uma relação ecológica importante com este grupo, seja alimentando-se e controlando algumas espécies, seja furando as hastes de bambu e permitindo que outras espécies façam uso deste recurso. “Apesar de ingerir mais de 20 espécies de formigas diferentes, seleciona apenas duas, que compõem 80% de sua dieta. Nesse sentido, por ser uma espécie altamente especializada no uso de alguns recursos do meio, seguramente a sua ausência causaria um desequilíbrio”, explica Pinheiro.
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Olá!
Embora tenha dúvidas quanto à utilidade do meu comentário (aliás, já postei outros há algum tempo), sugiro que os autores do artigo revejam as informações a cerca dos hábitos alimentares dessa ave. Me ocorreu fazer essa sugestão depois que, ao colher algumas varas de bambu G. paniculata, encontrei larvas de insetos em diferentes estágios de desenvolvimento. observando com cuidado percebi que as larvas parecem se alimentar de uma substância gelatinosa que reveste internamente as paredes dos colmos. Continuando com minhas "pesquisas" encontrei várias colônias de formigas de pelo menos duas espécies distintas. Conclui que, mesmo que a ave inclua formigas em seu cardápio, acho mais provável que não é por elas que empenha-se em perfurar os colmos do bambu. As larvas, que se parecem com brocas de madeira, só que com aparelho bucal bem pequeno, têm entre 3 e 5 centímetros, portanto, bem mais suculentas (creio) que as formigas