![]() Trilha sobre o trilho (foto: autor)
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Quando, em 1999, a convite da Embaixada americana, fiz uma viagem para conhecer algumas experiências de conservação nos Estados Unidos , uma das iniciativas que me impressionou foi o programa Trilhos para Trilhas ou Rails to Trails, no original em inglês
Trata-se de empreitada que recicla antigas linhas férreas fora de uso, repaginando-as em ciclovias ou trilhas de lazer. Hoje já há milhares de quilômetros dessas ferrovias revitalizadas em praticamente todos os estados americanos. A ideia deu tão certo que está sendo copiada na Austrália. (http://www.railtrails.org.au/).
Em Portugal, a iniciativa, oficialmente batizada de ecopistas, está engatinhando mas, na prática, a desativação em 1988 do trecho de 28 quilômetros da linha de trem entre as estações de Pocinho e Barca d´Alva, no nordeste português, brindaram os trilheiros ibéricos com uma caminhada para locomotiva nenhuma botar defeito.
A cabritada é feita inteiramente na margem esquerda do fabuloso rio Douro, cujo vale é, em grande parte do trajeto, decorado com intermináveis plantações de parreiras de onde se fermenta o vinho do Porto. Esse trecho do rio, conhecido como Alto Douro Vinhateiro, é tão bonito que, em 2001, a UNESCO decidiu outorgá-lo o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. Entre Pocinho e Barca d´Alva, quase sem cruzar viv´alma o caminhante atravessa túneis, vence deslizamentos de terra, passa por estações fantasma e banha-se a valer nas águas refrescantes de um dos maiores cursos d´água da Península Ibérica. Como brinde, ainda trilha cerca de oito quilômetros dentro do Parque Natural do Douro Internacional onde, com sorte, é possível avistar raposas, lebres selvagens e esquadrilhas de aves de rapina. Trata-se de caso típico onde a natureza (e seus amantes) agradece aos efeitos da decadência econômica. VEJA FOTOS ABAIXO
![](/wp-content/uploads/oeco-migration//images/stories/nov2009/Alto%20Douro%20Vinhateiro.jpg)
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