Notícias

Um peixe fora d’água

No sábado, comemora-se o Dia Mundial da Água. O animal desta semana só passa parte do seu tempo nesse ambiente: conheça o peixe-voador.

Rafael Ferreira ·
20 de março de 2014 · 10 anos atrás

O peixe-voador ([i]Exocoetus volitans[/i]) voa sobre as águas perfeitamente calmas do Golfo do México. Foto:
O peixe-voador ([i]Exocoetus volitans[/i]) voa sobre as águas perfeitamente calmas do Golfo do México. Foto:

Se formos técnicos – alguns diriam, chatos – o peixe-voador (Exocoetus volitans) deveria se chamar peixe-planador. O peixe-voador é capaz de dar poderosos saltos, um impulso inicial para sair da água para o ar, onde suas longas nadadeiras peitorais agem como uma asa-delta e lhe permitem pequenos “voos” rentes à superfície da água. Nada que se compare às aves, mas, independente do verbo, voar ou planar, é um feito fascinante.

A espécie Exocoetus volitans é membro da família Exocoetidae, que inclui 64 espécies distintas de peixes-voadores, subdivididas em 9 gêneros: Cheilopogon, Cypselurus, Exocoetus, Fodiator, Hirundichthys, Parexocoetus e Prognichthys. Peixes-voadores de todas as espécies são encontrados pelas sete mares, em especial nas águas subtropicais tropicais e quentes.

Também conhecido popularmente como coió, cajaleó, cajaléu, holandês, pirabebe, santo-antônio, voador-cascudo, voador-de-pedra e voador-de-fundo, o E. volitans chega a medir até 25 centímetros de comprimento, com corpo alongado, dorso azul-acinzentado, flancos prateados e ventre claro. As nadadeiras pélvicas são muito curtas, em contraste com as nadadeiras peitorais extremamente desenvolvidas. A nadadeira caudal é bifurcada, com a parte inferior maior para guiar o voo.

A curiosa habilidade do peixe-voador é um mecanismo de defesa natural para escapar de seus predadores: golfinhos, atuns, marlins, pássaros, lulas, e botos. Para o seu próprio sustento, a principal alimentação dos peixes voadores consiste de plâncton.

Para se lançar fora da água, o peixe voador move a cauda até 70 vezes por segundo. Já no ar, abre suas nadadeiras peitorais e as inclina ligeiramente para cima para ganhar altitude. Quando desce, ele dobra as nadadeiras peitorais para voltar a entrar no mar, ou empurra a água com cauda para ganhar altitude e continuar planando, possivelmente, em uma nova direção.

Este peixe-voador é capaz de aumentar o seu tempo de voo ao aproveitar correntes de ar ascendentes e chega a cobrir distâncias de 400 metros, a uma velocidade de mais de 70 km/hora. É um voo rasante, que não supera 6 metros acima da superfície do mar.

A espécie, talvez por sua abundância, não foi avaliada (Not Evaluated) pela Lista Vermelha da IUCN.

 

 

Leia também
O imortal condor-dos-andes
Fiquem com o saí-azul
Toninha, o primo discreto

 

 

 

Leia também

Reportagens
30 de abril de 2024

Ambientalistas acusam multinacional japonesa de lobby contra a criação do Parna do Albardão

A denúncia foi levada ao MPF no Rio Grande do Sul com pedido de providências. Empresa de energias renováveis nega acusações e afirma não ser contra a proteção ambiental da área

Notícias
30 de abril de 2024

Plásticos são encontrados em corpos de botos-cinzas mortos

Estudo identifica microplásticos em todas as doze amostras de botos-cinzas mortos encontrados no Espírito Santo. Um resíduo de 19,22 cm foi retirado de um deles

Reportagens
30 de abril de 2024

Para salvar baleias, socorristas de México e EUA arriscam a própria vida

Registros de baleias presas em equipamentos de pesca estão crescendo na costa oeste do México, no Atlântico Norte e no resto do mundo — assim como os esforços para libertá-las

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.