O ano fecha com mais um dado preocupante sobre o desmatamento na Amazônia Legal no segundo semestre de 2014. Segundo a ONG Imazon, em novembro houve uma perda de 195 km² de florestas, o que equivale a um aumento de 427% sobre novembro de 2013. O número se refere ao chamado corte raso – desmatamento total. O Imazon também monitora a área de floresta degradada. Nesse caso, houve 86 km2 de degradação neste novembro contra 9 km2 em novembro passado.
Quase todo o desmatamento (corte raso) ocorreu ou em terras privadas (64%) ou em assentamentos de reforma agrária (31%), um total de 95%. O restante foi em áreas protegidas (4%) e Terras Indígenas, que contribuíram com apenas 1%.
Na divisão por estado, 70% das perdas (137 km²) ocorreram no Pará, seguido do Mato Grosso, com 18% (35 km²). Entre os 10 municípios mais afetados, 9 estão no Pará (veja tabela abaixo). Os três primeiros foram Pacajá (PA), Portel (PA) e Prainha (PA).
Em um período maior, entre agosto e novembro de 2014 (sobre o mesmo período de 2013), os estados onde mais aumentaram os alertas de desmatamento foram Mato Grosso, com 940%, e Roraima, com 477%.
O SAD é considerado um sistema de alerta de desmatamento, pois tem baixa precisão. Mas há meses ele indica que nesta segundo semestre pode estar ocorrendo um pico de desmatamento
Direção
O governo terminou o ano comemorando a queda de 18% no desmatamento anual (agosto de 2013 a julho de 2014) calculado pelo Prodes, o sistema do INPE que conta com maior precisão. O dado ainda é preliminar, mas as revisões não costumam mudar muito o número final. A queda ainda não foi suficiente para compensar o aumento de 2013.
Entretanto, como o calendário usado para calcular o desmatamento vai de agosto do ano anterior a julho do ano medido, essa cifra está com o olho no retrovisor.
Como mostra o gráfico que abre este texto, em agosto, setembro, outubro e novembro de 2014, o Imazon detectou aumentos de mais de 100% no desmatamento.
Não são boas notícias na virada para 2015.
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