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Rio da Dúvida

Livro relembra a saga de um ex-presidente dos EUA e de nosso Cândido Rondon pela Amazônia desbravada e faz sucesso. O rio da Dúvida hoje se chama Roosevelt.

28 de outubro de 2005 · 19 anos atrás

Sérgio Abranches

Mestre em Sociologia pela UnB e PhD em Ciência Política pela Universidade de Cornell →

Rio da Dúvida é um livro de muitas qualidades, que se lê de um fôlego, perdendo-se o fôlego a cada novo capítulo, em que o grupo, cada vez menor, de homens cada vez mais enfraquecidos, se aprofunda pelo território então inexplorado da região amazônica. Tem três personagens indômitos: Roosevelt, Rondon e a Amazônia, todos descritos com cores vivas e entusiasmo. Vários outros personagens povoam o relato, alguns fracos, outros valorosos. Suas histórias vão se entrelaçando, como se num romance de aventura. Mas a cada dado, somos relembrados de que se trata de personagens reais. Quem visitar a cidade de Pimenta Bueno, e se deslumbrar com a cachoeira do Simplício, no rio Roosevelt, fique sabendo que lhe deu o nome um camarada que naufragou junto com Kermit Roosevelt e outro companheiro, naquele ponto. Só ele não conseguiu se salvar. Vários desses personagens reais pontuam a história da grande fronteira brasileira, como pontos geográficos. É com gente assim que se criam as referências da nacionalidade. Nos Estados Unidos, elas são cultivadas e lembradas sempre. Aqui, ficam esquecidas e são, não raro, desmerecidas.

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