Análises
Sem rodeios II
De André Prezada Silvia,O assunto "rodeio" já foi bastante discutido, mas volta e meia retorna à pauta,exaltando os sentimentos mais profundos dos "protetores dos animais". Não queeu mesmo não me comova com as crueldades praticadas contra muitos seres vivos,uma vez que como biólogo, luto com unhas e dentes em prol da conservação dabiodiversidade. Mas não posso negar que fico impressionado com os argumentosordinários e mal embasados que a maioria dos autodenominados "protetores dosanimais" utiliza. Na maioria das vezes, as manifestações beiram o ridículo,desqualificando um movimento que poderia ter sua importância enaltecida, casoprezasse pela coerência.Voltando aos rodeios, tenho grande curiosidade em saber até que ponto os animaissão realmente maltratados e ultimamente tenho seguido a seguinte linha deraciocínio: um touro de rodeio é uma animal diferenciado, que pode se tornarbem mais rentável que um touro comum. Para isso, ele necessita de um tratamentodiferenciado, com alimentação especial, piquetes adequados para a realização deexercícios, atenção redobrada com a sua saúde e uma série de cuidados especiaispara que ele cumpra o seu dever, durante alguns poucos segundos em um ou doisrodeios por mês. Isso sem falar que o animal pode até gostar destes poucosmomentos de fúria incontida quando ele pode extravasar seus instintosancestrais em cima de um ser que na maior parte do tempo o subjuga. E no finalda carreira, apos alguns anos, ele se aposenta como reprodutor. Ou seja, umempregão, que boa parte dos brasileiros sonharia em ter. Posso estar errado e muitas exceções devem existir, mas uma breve visita a umaou duas fazendas que criam esse tipo de animal poderiam confirmar a minhahipótese. Pessoalmente não gosto de rodeios, mas não vejo lógica em tanto protesto quandoexistem coisas muito mais importantes que requerem nossa atenção. Um passarinhona gaiola me comove muito mais que um touro num rodeio.Foi apenas uma sugestão caso o assunto retorne novamente à pauta.Obrigado pela atenção,
Menosprezar o sofrimento e a crueldade a qual os animais são submetidos fingindo não entender a dimensão disso mostra, além da falta de consciência, como a falta de humanidade está cada vez mais forte.