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As bicicletas de Cabral

Depois de um grave acidente, vi que Lisboa, assim como eu, passa por um processo de recauchutagem. Novos 40 quilômetros de ciclovias estão sendo criados.

Pedro da Cunha e Menezes ·
6 de janeiro de 2010 · 15 anos atrás
Foto: Pedro da Cunha e Menezes

Recentemente sofri um grave acidente. Fraturei a bacia, achatei duas vértebras, quebrei três dentes e fiquei dois meses fora de combate, de molho na cama. Quando pude andar pela primeira vez, viajei imediatamente ao Rio de Janeiro para fazer um tratamento dentário e iniciar exercícios de fisioterapia.

De volta à Lisboa e já inteiramente recuperado, verifiquei que, assim como eu, a cidade está passando por um processo de recauchutagem. Novos 40 quilômetros de ciclovias estão sendo somados à malha cicloviária da capital portuguesa.

É um colírio para os olhos ver faixas vermelhas, completamente dedicadas ao trânsito de bicicletas, aparecerem em toda parte. Melhor do que isso é constatar que as novas ciclovias não são aleatórias. Pelo contrário, sua instalação obedece à lógica de interligar trechos já existentes e de atender ao fluxo de pedais jovens que se deslocam sobretudo para universidades, escolas e parques.

Um exemplo excelente do que escrevo é a construção de trechos visando a ligação entre o Cais do Sodré e a Praia do Guincho, cobrindo toda a orla fluvial e marítima da Grande Lisboa. Outro exemplo é o estabelecimento da conexão entre as ciclovias já existentes no Parque das Nações e o bairro de Telheiras. Dá gosto ver.

Bem que algumas cidades brasileiras podiam se aproveitar da moldura institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e pedir assistência técnica à Prefeitura Lisboa. Nós que pedalamos ficaríamos extremamente agradecidos.

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