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Curitiba e o mito da cidade modelo

Redação ((o))eco ·
13 de outubro de 2011 · 13 anos atrás

Dennison de Oliveira Editora UFPR O livro é de 2000, então está bastante desatualizado, mas serve como referência importante sobre a história da urbanização de Curitiba. Ajuda a pensar em como a imagem fácil de cidade modelo é limitada e a entender a influência de diferentes grupos privados na formatação do espaço público. É leitura acadêmica, repleta de referências e detalhes da política local, e até, por isso, um pouco chata. Absolutamente necessária, porém, especialmente para quem estuda urbanismo e busca referências e modelos. Dá para comprar o livro clicando aqui. Leia abaixo relato sobre quando Jaime Lerner resolveu colocar em operação o novo sistema de ônibus de Curitiba:
“Quando o projeto finalmente ficou pronto, logo se tornou óbvio que profundas mudanças deveriam ser feitas tanto na forma como o poder público gerenciava o transporte coletivo quanto na maneira como os empresários o exploravam. Conseqüentemente, não foram poucos nem pequenos os atritos entre as partes. Para começar, o conceito de uma linha de ônibus ininterrupta que corresse ao longo de todo o eixo-estrutural norte-sul era inaceitável para os empresários. É que ele violava o conceito de área seletiva, atravessando áreas que eram exploradas por empresários diferentes. Ocorre que a divisão dessas áreas, feita vinte anos antes, foi realizada de forma mais ou menos arbitrária: tratava-se de uma série de raios que partiam todos do centro da cidade que, correndo mais ou menos ao longo das ruas disponíveis, dividia a cidade de forma semelhante a um gráfico de pizza. Ora, esse conceito fazia sentido naquela época, quando se tratava da municipalidade garantir a todas as empresas um pedaço do centro e um pedaço da periferia. Mas era de todo inadequado para um sistema de transporte que se dispunha a integrar os pontos extremos da cidade.” Trecho do livro, páginas 139 e 140

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