
A luta contra a degradação do meio ambiente não será vencida apenas com planos de manejo, regularização fundiária e outras medidas de ordem técnica, aplicadas nas Unidades de Conservação. Ela só pode ser ganha se tiver o apoio das pessoas que vivem nas grandes cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília. Aí é que estão sediados os grandes jornais, as redes de televisão, os formadores de opinião, as universidades. Das grandes metrópoles saem os novos modos de pensar e os padrões de comportamento. Nelas, de fato, vivem o Presidente da República, os governadores e os parlamentares. Nas suas ruas, restaurantes e bares são decididos o orçamento público e os rumos da nação.
Se não formos capazes de atrair a atenção e contruir uma relação de amor pela natureza nesses segmentos, jamais poderemos sonhar em estancar a destruição da mata da Amazônia, do Cerrado ou mesmo da Mata Atlântica.
Em um regime democrático, nenhum tema vira prioridade nacional sem o apoio da opinião pública.
Por isso, é preciso colocar o “Conhecer para conservar” em prática. O manejo das Unidades de Conservação tem que incluir a visitação, a educação ambiental e a formação de um grupo de pressão em torno da agenda verde. Caso contrário, continuaremos sempre a ser um punhado de indignados a gritar no vazio. Os deputados da nova Frente Anti-UCs apenas respondem à pressão dos seus eleitores.
Onde erramos? Não fizemos uma política de visitação instrumentalizada para a criação de um apoio popular à causa da conservação. Onde continuamos a errar? Não estamos revendo essa política…já que para nós, conservacionistas…a culpa do fracasso é sempre dos outros.
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