Contradição

Na opinião do especialista em mudanças climáticas do Greenpeace, Carlos Rittl, que acompanha a conferência no Quênia, a resistência do Brasil em aceitar metas no Protocolo de Quioto é incoerente. Ele lembra que o próprio programa de governo do reeleito Presidente Lula afirma o compromisso do país em assumir metas de combate ao desmatamento; de redução das emissões de CO2 por queimadas; de diminuição da queima de combustíveis fósseis e de mudanças no uso da terra – como contribuição nacional ao esforço global de redução do incremento de gases de efeito estufa. “Isto tem que ser traduzido em uma vontade política”, pontua Rittl.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Legado

Um post do pesquisador Clark Williams-Derry no blog da revista virtual Grist reflete sobre a cobertura do aquecimento global pela grande mídia. Segundo Derry, que é diretor de um centro de pesquisa e comunicação em Seattle (Eua), estamos entrando num terceiro momento no foco das notícias. Primeiro, falava-se no aquecimento como uma discussão controversa entre cientistas. Depois, passou-se a alertar para as perdas financeiras que o problema pode trazer (principalmente depois do relatório Stern). Agora, segundo ele, começam a surgir reportagens sobre a implicação ética de deixarmos para os nossos netos um planeta, assim... digamos, estragado. Para o autor, esse tipo de abordagem pode ajudar a tocar mais fundo o coraçãozinho de quem lê a notícia. Tomara.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Adaptação

O tema que mais avança no Quênia é a constituição de um fundo para a adaptação de países que possam vir a sofrer impactos com as mudanças climáticas. A criação de tal instrumento já foi acertada, embora não se tenha qualquer dinheiro garantido. Outro ponto que ainda está em aberto é quem coordenará o fundo. As nações desenvolvidas defendem que o fundo seja atrelado ao Global Environment Fund (GEF). Mas os emergentes discordam. O GEF depende muito de recursos e decisões do governo americano.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Só uma proposta

Já a discussão sobre a compensação financeira de emissões causadas pelo desmatamento de florestas tropicais caminhou menos do que se esperava. O que ficou claro é que há diferenças notáveis entre as propostas de Papua Nova Guiné e do Brasil. Para distinguí-las, a primeira agora recebeu de vez a alcunha de “desmatamento evitado”, pois propõe compensações com o uso de crédito de carbono. Já a proposta brasileira passou a ser conhecida como redução de emissão por desmatamento, por não prever compensações, apenas cortes reais nas emissões.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Peixe morto

A coisa vai mal no fundo dos oceanos. Um estudo publicado pela Sociedade Zoológica de Londres culpa a pesca com rede em águas profundas pela destruição dos ecossistemas oceânicos. Segundo a pesquisa, que virou notícia do jornal britânico The Independent, algumas espécies de peixe estão sendo literalmente dizimadas – inclusive algumas ainda novas para ciência – devido à prática desse tipo de pesca próximo a áreas de corais e montes marinhos (montanhas submarinhas que não atingem a superfície). O problema foi também apontado recentemente em um relatório da WWF. A Ong culpa os governos pela falta de iniciativa na proteção das espécies.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Encontrado

O corpo de José Santos Cruz, desaparecido desde a última terça-feira depois que tartarugueiros atacaram uma equipe do Ibama no rio Água Boa do Univini, em Roraima, foi encontrado. O corpo tinha sido levado pelos traficantes, que sequestraram o barco do instituto. O Ibama ainda não sabe onde e como o corpo de José foi resgatado, devido aos precários meios de comunicação na região.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Sem água

Um relatório recém lançado pelo PNUD revela que pelo menos um quinto da disponibilidade de água da Amazônia poderá ser reduzida até 2050 por causa das alterações climáticas causadas pelo aquecimento global. Por esse mesmo motivo, o estudo prevê que haja uma queda de 30% ou mais no escoamento de água de chuva no Nordeste brasileiro.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Fome

Ainda segundo o Relatório Desenvolvimento Humano 2006, as alterações climáticas vão afetar em cheio a produção agrícola no Brasil, que deve diminuir entre 12 e 55% nas regiões áridas do Ceará e do Piauí. No mundo, os prejuízos na agricultura terão repercussão nas maiores economias do planeta, elevando o nível de subnutrição para algo entre 75 e 125 milhões de pessoas até 2080.

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Deu no Youtube

Um vídeo de pouco mais de cinco minutos no You tube registra as denúncias de pequenos produtores rurais, ribeirinhos e extrativistas tradicionais de Campos Lindos, em Tocantins, contra a invasão da monocultura da soja na região. As queixas são principalmente em relação aos agrotóxicos que, segundo os moradores do local, poluem os rios e causam doenças que levam à morte. "A soja no entorno do território indígena Krahô" foi feito pelo Centro de Trabalho Indigenista (CTI).

Por Redação ((o))eco
16 de novembro de 2006

Conflito

Traficantes de tartarugas atacaram uma equipe do Ibama que fiscalizava a região do Baixo Rio Branco, na divisa de Roraima com o Amazonas, na última terça-feira. Seis agentes e colaboradores do instituto foram ao local verificar a desova dos animais e foram recebidos à bala. Segundo Moisés Rodrigues, chefe de fiscalização do Ibama em Boa Vista, um colaborador foi morto. Raimundo Cruz, veterinário do instituto, estava desaparecido depois de cair do barco, mas ele conseguiu nadar até uma praia e está sendo levado para um hospital na capital do estado. Mais duas pessoas foram feridas, uma delas gravemente. Policiais federais,militares, agentes do Ibama e do Corpo de Bombeiros se dirigiram para o local, que tem acesso somente por avião e barco.

Por Redação ((o))eco
15 de novembro de 2006

Ressalva

Uma Ong alemã criou um “Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas” para pôr num ranking os países que mais se esforçaram no combate ao aquecimento global em 2005. A Suécia está no topo da lista, que traz o Brasil em oitavo. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, o Brasil só está entre os primeiros porque tem baixas emissões de carbono (a pesquisa não levou em consideração as emissões do desmatamento, que nos eleva para o quarto lugar entre os mais poluentes). Para o organizador do estudo, se dependesse das políticas adotadas por aqui o país estaria lá entre os últimos, junto com Estados Unidos e Arábia Saudita.

Por Redação ((o))eco
14 de novembro de 2006