Fauna na moda

Começou esta semana no Metropolitan Museum, em Nova Iorque, uma das exposições mais politicamente incorretas dos últimos tempos. Chama-se “Selvagem: a Moda Indomável” e mostra uma centena de pecas de roupa, casacos e acessórios feitos com penas, peles ou ossos – inclusive artificiais – de animais. Tão curiosa quanto a exposição, que tem peças belíssimas, foi a ausência de qualquer protesto por parte de ativistas anti-peles na noite de sua inauguração. Como diz o The New York Times (gratuito, pede cadastro) é sinal de que peles e penas em roupas estão novamente se tornando aceitáveis.

Por Manoel Francisco Brito
10 de dezembro de 2004

Tubarão no shopping

A ExpoTuba se intitula a única exposição de tubarões vivos do país. Provavelmente um exagero. Mas há de ser, sim, a única chance de encontrá-los dentro de um shopping center. Até o dia 5 de janeiro, quem vai ao Mauá Plaza Shopping, no interior de São Paulo, tem a chance de se desintoxicar das onipresentes decorações natalinas ao dar de cara com um aquário de 15 mil litros de água salgada recheado com várias espécies de tubarão. Em outro tanque, adultos e crianças podem até tocar os filhotes, orientados por biólogos. Quem quiser fugir de vez das compras pode ficar para assistir a vídeos ou ver uma mostra sobre os tubarões. E conhecer outros aquários, com animais de água doce e salgada, como ouriços, cavalos marinhos, estrelas-do-mar, piranhas, baiacus e garopas.

Por Lorenzo Aldé
10 de dezembro de 2004

Sem combustível

O trabalho dos três fiscais do Parque Estadual do Jalapão, um dos mais bonitos e visados do Tocantins, foi sabotado esta semana por falta de combustível. Segundo o diretor das Unidades de Conservação do estado, Jorge Leonam, o pedido de verba foi feito há 2 meses, mas até agora nada. O parque conta com dois carros: um está na revisão e o outro com o tanque vazio. Aos fiscais restaram apenas as próprias pernas para patrulhar 158 mil hectares compostos de caatinga e dunas. Segunda-feira, uma equipe do Ministério do Meio Ambiente vai visitar o parque para avaliar o desenvolvimento do ecoturismo na região. Para eles não ficarem a pé, o pessoal da Unidade de Conservação está tentando arranjar combustível emprestado.

Por Carolina Elia
10 de dezembro de 2004

Pobre Chaco

A segunda maior região natural da América Latina está sofrendo os efeitos do desequilíbrio ambiental. É o "Grande Chaco", que ocupa 1 milhão de quilômetros quadrados e se espalha pela Argentina, Paraguai e Bolívia. Notícia do Clarín (gratuito) fala de um estudo apresentado na Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP10), em Buenos Aires, apontando a vulnerabilidade do Chaco às alterações do clima. Numa área já degradada pelas pressões humanas, com população em sua maioria pobre, campeiam o desmatamento, as queimadas e a produção intensiva de soja. Nas regiões secas, 15 milhões de hectares estão comprometidos. A terra arrasada sofre com a mudança do regime de chuvas: por um lado as secas são mais freqüentes, por outro aumentou a incidência e a violência das tempestades, gerando enchentes como a que devastou o Chaco argentino em 2002.

Por Lorenzo Aldé
10 de dezembro de 2004

Perdida

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, às vésperas de sua partida para Buenos Aires, ainda consultava gente ligada à área ambiental tentando descobrir o que iria dizer na Conferência.

Por Redação ((o))eco
9 de dezembro de 2004

Toques finais

A decisão final sobre o mosaico de Unidades de Conservação do Sul do Amazonas sai antes do Natal. A reunião da última segunda-feira em Manaus entre o Ibama e o Governo do Amazonas selou acordo sobre os limites das Unidades que comporão o mosaico. O Parque de Juruena cresceu. A Floresta Estadual diminuiu. Falta definir se o Parque terá controle estadual ou federal. É coisa para a próxima semana.

Por Redação ((o))eco
9 de dezembro de 2004

Buenos Aires on-line

Não faltam fontes de informação para acompanhar à distância a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontece de 6 a 17 de dezembro em Buenos Aires. Uma boa dica é o Boletim de Negociações da Terra, resumo diário dos debates produzido por uma ONG canadense, publicado em inglês, francês e espanhol. Até o terceiro dia da Conferência, o Brasil apareceu pouco no boletim. A cientista Thelma Krug, do INPE, foi citada duas vezes como co-"chair" do grupo que discute projetos de florestamento e reflorestamento de pequena escala no quadro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A pesquisadora Branca Americano, por sua vez, foi destacada para fazer parte de um grupo de consultas informais sobre inventários nacionais de gases do efeito estufa. De resto, há uma referência no boletim de segunda-feira ao projeto NovaGerar, o primeiro no mundo a receber registro no MDL. E no boletim de hoje, quarta-feira, o Brasil aparece tentando ganhar mais tempo para considerar a questão das boas práticas nas áreas de uso do solo, mudanças no uso do solo e florestas (sensíveis para o Brasil, pois têm a ver com o desmatamento na Amazônia). Esse começo parece confirmar as piores suspeitas sobre os preparativos do governo brasileiro para a conferência.

Por Redação ((o))eco
8 de dezembro de 2004

Aaaaaarrgh

A reportagem do The New York Times avisa que num mundo cheio de baratas, criar baratas artificiais que contradiz o bom sendo. No entanto, é isso que equipe internacional de cientistas anda fazendo em laboratórios dos Estados Unidos e Europa. Um dos pesquisadores, José Halloy, da Universidade Livre de Bruxelas, explica que o objetivo não é desenvolver nova forma de exterminar baratas. Apenas entender como funciona sua inteligência coletiva. O estudo faz parte de um projeto para descobrir meios de manipular um grupo. Por enquanto, parece que só querem o conhecimento para aplicar em robôs usados em atividades humanas e grupos de animais. Os robôs pequeninos, que desempenham o papel de barata, infiltram-se no grupo emitindo uma essência de cheiro “baratoso”. São imediatamente aceitos e chegam até a virar o líder da turma.

Por Manoel Francisco Brito
8 de dezembro de 2004