Menos força

Foi horrível, mas não tanto quanto se esperava. Ao longo da madrugada de domingo, 5 de setembro, o Frances perdeu um bocado de sua força. Segundo o Miami Herald (gratuito), a ordem de evacuação para boa parte da região de Miami foi suspensa por volta das 10 horas da manhã, hora local. Antes do meio-dia, o alerta anti-furacão foi rebaixado a alerta anti-inundação. Ainda assim, o Frances deixou um monte de prejuízos no seu rastro e mais de 2 milhões de pessoas sem luz.

Por Manoel Francisco Brito
5 de setembro de 2004

Abrigo de rico

O Miami Herald (gratuito) tem reportagem mostrando que os ricos e famosos, mesmo em tempos de catástrofes naturais, têm totais condições de procurar abrigos onde conseguem manter o luxo e o estilo. Os endinheirados de Miami que foram forçados a deixar seus apartamentos à beira-mar por conta da força do furacão Frances acabaram buscando proteção no Biltmore, o hotel “mil” estrelas da cidade. Enquanto lá fora a chuva inundava ruas e os ventos derrubavam árvores e rede elétrica, eles esperavam a tormenta passar comendo lagosta e foie-gras. Desfrutaram também de um dos maiores luxos que a cidade pode oferecer nessas ocasiões. Luz elétrica. O Biltmore tem um gerador para garantir que seus hóspedes não fiquem às escuras quando um furacão aporta em Miami. Teve gente que pagou 3 mil dólares pela diária.

Por Manoel Francisco Brito
5 de setembro de 2004

Al-Qaeda dos animais

O movimento em favor dos direitos dos animais na Inglaterra tem um ramo que sem dúvida opera sob a inspiração de Osama Bin Laden. Só este ano eles já ameaçaram de morte cientistas que fazem experiências em animais, destruíram um laboratório na Universidade de Oxford desenhado especificamente para este tipo de pesquisa e atacaram escritórios de empreiteiras que participaram de sua construção. Agora, conta o The Observer (gratuito), planejam fazer uma média de 10 ataques por noite contra circos, zoológicos e laboratórios de vivisecção. O repórter do jornal teve acesso a um campo clandestino de treinamento de terroristas animais na Inglaterra. Lá, ouviu a liderança do grupo, que se intitula Front de Libertação dos Animais, convocar a militância para aumentar as ações de terror.

Por Manoel Francisco Brito
5 de setembro de 2004

Lento e brutal

O Frances chegou à costa da Flórida na hora prevista, madrugada de sábado, e da pior maneira possível, conta reportagem do The Miami Herald (gratuito). Lento e brutal. Os meteorologistas dizem que o furacão vai demorar a deixar a região e que portanto seus habitantes devem se preparar para pelo menos outras 24 horas de horror no domingo. No início da noite de sábado, seus efeitos já tinham atingido níveis terríveis. Além de obrigar a evacuação de 3 milhões de pessoas, deixou 1 milhão delas sem luz, derrubou árvores, casas, afundou barcos e praticamente interrompeu todo o tráfego aéreo na Flórida. O olho do furacão deve bater em terra na manhã de domingo. Cinco minutos de leitura.

Por Manoel Francisco Brito
5 de setembro de 2004

Ciclo de destruição

Para quem se interessa por detalhes meteorológicos, o The New York Times (gratuito, pede cadastro) tem uma ótima reportagem explicando o que anda acontecendo com o clima na região do Caribe e por que, nos últimos anos, ela foi assolada por tantos furacões. Em 1995 encerrou-se um ciclo de 3 décadas de ventos relativamente calmos na área. A partir de então, o número de furacões violentos cresceu em média quase 3 vezes a cada ano. E as perspectivas são que, no futuro imediato, esse número deve aumentar consideravelmente. A causa é o aquecimento das águas no Atlântico Norte, que reduziu a instabilidade dos ventos no Equador – um dos fatores que contribuem para impedir a formação de furacões. Com ventos estáveis, eles se formam sem qualquer tipo de impedimento natural e acabam ganhando intensidade incomum. Não se deve cair na tentação de atribuir o que está acontecendo atualmente no Caribe às conseqüências do efeito estufa. Segundo os cientistas, a mudança faz parte de um ciclo natural de oscilação de temperatura da água nas regiões mais frias do norte do planeta que em geral dura 40 anos. O Caribe está vivendo a mesma experiência que passou entre os anos de 1925 e 1960, quando ventos com a violência dos que formaram o Frances eram bastante comuns. A diferença agora é que eles estão chegando a áreas muito mais densamente populadas e devastadas pela mão do homem. Isso as torna bem mais vulneráveis à ação dos ventos.

Por Manoel Francisco Brito
5 de setembro de 2004

Ebola arrasa gorilas

Cientistas suspeitam que o vírus Ebola está por trás da nova mortandade de gorilas e chimpanzés em importantes reservas no Congo. Se as suspeitas forem confirmadas, não será a primeira vez que o vírus dizima primatas. Em duas ocorrências já registradas, o Ebola matou 80% dos gorilas e 70% dos chimpanzés em reservas congolesas. Os cientistas esperam que medidas como barreiras geográficas contenham a movimentação dos animais e, em conseqüência, a epidemia. A partir do ano que vem, conta o Science Daily, satélites serão usados para comparar as características das áreas atingidas. O objetivo é resolver o enigma sobre o organismo hospedeiro do violento vírus, para impedir sua proliferação. Animais e seres humanos sucumbem rapidamente ao Ebola após contrai-lo. Dá 5 minutos de leitura.

Por Manoel Francisco Brito
5 de setembro de 2004

Seqüestro de Carbono

Cientistas reunidos em fórum europeu especulam sobre a possibilidade de conter o efeito estufa retirando gás carbônico da atmosfera. A idéia é capturar as emissões de CO2 e estocá-las no subsolo. Dessa forma, seria possível atingir metas menores de concentração do gás a custos mais baixos. Antes da Revolução Industrial a quantidade de CO2 na atmosfera era de 280 partes por milhão em volume (ppmv). O número atual é de 380 ppmv e os cenários de estabilização giram em torno de 450 a 550 ppmv. Na teoria, isso é suficiente para aumentar a temperatura da terra em 5.5 graus e elevar os oceanos em 6 metros. A notícia é da BBC e sua leitura não dura 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
5 de setembro de 2004

A primeira vez

Na quinta-feira, 2 de setembro, em Cubatão (SP), aconteceu uma audiência pública absolutamente inédita no Brasil. Ela discutiu o primeiro relatório de impacto ambiental do país sobre as conseqüências de uma dragagem. O estudo foi encomendado pela Fosfértil, fabricante de fertilizantes que se utiliza de um terminal próprio, no Porto de Santos, para importar seus insumos. O canal que leva a este terminal – utilizado também pela Cosipa – precisa ganhar mais profundidade. A Cetesb tinha suspendido a sua dragagem em 1996, depois que foi constatada a presença de poluentes no fundo da via de navegação. Topou rever a decisão desde que fosse feito o estudo de impacto para saber a qualidade do material que seria retirado e onde ele acabaria depositado. A decisão final sobre a dragagem será da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e do Ibama.

Por Redação ((o))eco
3 de setembro de 2004

Ordem unida

O novo site que o Ibama acaba de por no ar até admite críticas. Mas é proibido achá-lo ruim. Quem não gostar do que vê, pode no máximo dizer que é regular. Essa é uma das três alternativas oferecidas ao visitante para avaliar a qualidade das páginas recém-modificadas. As outras são ótimo e bom. Na tarde de sexta-feira, dia 3 de setembro, das 1068 almas que tinham decidido opinar sobre o assunto, quase 58% cravaram a opção de regular. Com razão. O antigo podia ser feio. Mas tinha muito mais informação.

Por Redação ((o))eco
3 de setembro de 2004

Rico no papel

Maior área de preservação de Mata Atlântica do litoral do país, o Parque Nacional da Serra da Bocaina recebe do Ibama para seu sustento 40 mil reais por ano. Não é nada, e do caixa do órgão federal não adianta esperar muito mais. Mas se a legislação fosse cumprida, a direção do Parque nem precisaria se preocupar com isso. Pelo que diz a Lei de Compensação Ambiental, a Bocaina deveria ter 8 milhões de reais em seu cofre, pagos por três empresas elétricas que se beneficiam de seu terreno ou do entorno. Duas são estatais: a Eletronuclear, colada ao Parque, e Furnas, cujas linhas de transmissão passam por ele. Devem, somadas, 5 milhões de reais. O resto cai na conta da AES Tietê, dona da hidrelétrica de Água Vermelha. A Eletronuclear diz que vai pagar em breve 160 mil reais. Pequena parcela do que deve, mas na pindaíba geral que graça nas unidades de conservação do país, já dá para lamber os beiços. O dinheiro vai bancar o custeio da infra-estrutura do Parque. O resto, ninguém sabe quando chega. A Lei de Compensação Ambiental, regulamentada em 2002, ainda é motivo de debate metodológico no Ibama, coisa que só ajuda as empresas, que contestam judicialmente o montante devido ao Parque.

Por Redação ((o))eco
3 de setembro de 2004