Ordem unida

O novo site que o Ibama acaba de por no ar até admite críticas. Mas é proibido achá-lo ruim. Quem não gostar do que vê, pode no máximo dizer que é regular. Essa é uma das três alternativas oferecidas ao visitante para avaliar a qualidade das páginas recém-modificadas. As outras são ótimo e bom. Na tarde de sexta-feira, dia 3 de setembro, das 1068 almas que tinham decidido opinar sobre o assunto, quase 58% cravaram a opção de regular. Com razão. O antigo podia ser feio. Mas tinha muito mais informação.

Por Redação ((o))eco
3 de setembro de 2004

Rico no papel

Maior área de preservação de Mata Atlântica do litoral do país, o Parque Nacional da Serra da Bocaina recebe do Ibama para seu sustento 40 mil reais por ano. Não é nada, e do caixa do órgão federal não adianta esperar muito mais. Mas se a legislação fosse cumprida, a direção do Parque nem precisaria se preocupar com isso. Pelo que diz a Lei de Compensação Ambiental, a Bocaina deveria ter 8 milhões de reais em seu cofre, pagos por três empresas elétricas que se beneficiam de seu terreno ou do entorno. Duas são estatais: a Eletronuclear, colada ao Parque, e Furnas, cujas linhas de transmissão passam por ele. Devem, somadas, 5 milhões de reais. O resto cai na conta da AES Tietê, dona da hidrelétrica de Água Vermelha. A Eletronuclear diz que vai pagar em breve 160 mil reais. Pequena parcela do que deve, mas na pindaíba geral que graça nas unidades de conservação do país, já dá para lamber os beiços. O dinheiro vai bancar o custeio da infra-estrutura do Parque. O resto, ninguém sabe quando chega. A Lei de Compensação Ambiental, regulamentada em 2002, ainda é motivo de debate metodológico no Ibama, coisa que só ajuda as empresas, que contestam judicialmente o montante devido ao Parque.

Por Redação ((o))eco
3 de setembro de 2004

Fúria de vento

O furacão Frances estava previsto para chegar à costa da Flórida na noite de 3 de setembro. Mas o seu coração, onde os ventos são mais fortes e podem causar maiores estragos, só deveria bater em terra no início da noite seguinte, informa o Miami Herald (gratuito). Mais de 2,5 milhões de pessoas foram evacuadas das regiões costeiras e vários vôos foram cancelados, entre eles alguns da Varig e da TAM, diz O Globo (gratuito, pede cadastro). Para quem se interessa por furacões, há muito o que ler no Herald. Se a leitura for só a das duas notícias, não pede mais do que 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
3 de setembro de 2004

Corrida da morte

Era até óbvio que isso acontecesse diante da insistência da Coréia do Norte de manter a toda velocidade seu programa nuclear. Mas aparentemente, ninguém sabia. Diz o Guardian (gratuito) que a ONU está fazendo uma investigação detalhada na Coréia do Sul depois que o governo do país reconheceu que tem um programa de enriquecimento de urânio cujo objetivo é permitir a construção de armas atômicas. A revelação criou o receio de que as duas Coréias estejam metidas numa corrida armamentista semelhante à que havia entre União Soviética e Estados Unidos no auge da Guerra Fria. Leitura de 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
3 de setembro de 2004

Passivo ambiental

A IBM está lidando com imenso passivo ambiental que havia deixado para trás em Endicott, pequena cidade no estado de Nova Iorque onde a empresa, há pouco mais de 3/4 de século, despejava seus rejeitos industriais. Fazia então máquinas de escrever e caixas registradoras numa fábrica em Binghamton, próxima a Endicott. O despejo – principalmente de um composto químico utilizado para lubrificar componentes de suas máquinas – durou várias décadas. O processo de limpeza que está sendo negociado com a promotoria federal de Nova Iorque, informa o The New York Times (gratuito, pede cadastro), vai custar caro. A conta, que ainda não é o número final nem inclui compensação às pessoas prejudicadas pela poluição, pode ultrapassar US$ 5 milhões. Lê-se em 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
3 de setembro de 2004

Floresta cultural

Há 3 anos, organizações cariocas tentaram obter reconhecimento mundial, através da Unesco, para a Floresta da Tijuca. Queriam que ela fosse declarada Patrimônio Cultural da Humanidade. Ganharam um não como resposta. Segundo a coordenadora do projeto, Taís Pessoto, a organização da ONU para educação, ciência e cultura vetou a proposta inicial porque se referia apenas à floresta e excluía as riquezas históricas e culturais que existem ao seu redor. Agora, essas organizações, lideradas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), preparam uma nova versão do projeto, que deve ser submetida até dezembro à Unesco. O novo dossiê pede que não apenas a Floresta da Tijuca, mas parte do acervo natural e histórico do Rio de Janeiro seja reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade, incluindo os morros da Urca, a orla da Zona Sul, a Lagoa Rodrigo de Freitas e a arquitetura do centro e da avenida Praia do Flamengo. O resultado sai em fevereiro do ano que vem, mas Taís Pessoto tem como certo o reconhecimento da Unesco, dada a importância da “paisagem cultural” do Rio.

Por Redação ((o))eco
2 de setembro de 2004

Acredite se quiser

Cientistas americanos e canadenses revelaram que o salmão criado em currais marinhos à base de ração tem alta concentração de substâncias cancerígenas. Dizem que quem consome mais de 200 gramas por mês do peixe está correndo grave risco de saúde. O salmão de criação, alimentado com farinha e azeite de peixe, apresenta uma taxa de toxicidade superior à do salmão selvagem, que pode ser consumido com freqüência 8 vezes maior. Nos restaurantes, a maioria dos salmões vem de criadouros. As análises demonstraram que o salmão de criadouros europeus está mais contaminado do que o procedente das Américas do Norte e do Sul. No Brasil, o salmão vem do Chile.

Por Redação ((o))eco
2 de setembro de 2004

O sonho, ecologicamente correto

Um projeto de casa energeticamente eficiente e confortável, desenvolvida por uma equipe de arquitetos e voluntários brasileiros, foi apresentado à Caixa Economica Federal (CEF). Ela é duas vezes maior que a alternativa proposta pela CEF para casas populares e custa apenas 15% a mais do que o limite de financiamento para este tipo de moradia, que é de 7 mil reais. Tem 70 metros quadrados divididos em dois quartos, sala, cozinha e banheiro. As paredes externas foram feitas de superadobe, terra crua compactada em sacos de polipropileno. As internas têm tijolos de solocimento, feitos também com terra crua e um pouco de cimento. O telhado de cerâmica com forro em madeira foi parte da solução encontrada para diminuir a perda de calor durante o inverno. O projeto também prevê dois anexos de grande importância ecológica. O primeiro é uma estufa para cultivo de hortaliças e ervas, que serve também como centro de reciclagem para lixo orgânico. O segundo, um sistema de captação e armazenamento de 20 mil litros de água da chuva com reservatório em ferrocimento – técnica que utiliza argamassa de cimento e areia sobre uma malha de ferro para produzir paredes finas e resistentes.

Por Redação ((o))eco
2 de setembro de 2004

Mato Ralo

Em agosto, boa parte do Mato Grosso virou cinza. Até o dia 25, justamente durante o chamado período de restrições às queimadas, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) flagraram nada menos do 54.369 focos de incêndio no estado. Outros números também chamaram a atenção nos dados do INPE. Houve 450 focos de incêndio em Unidades de Conservação. Deles, 272 aconteceram na mesma área, o Parque Estadual do Cristalino, dono da mais rica amostra de biodiversidade da Amazônia. Nos últimos meses, vem crescendo a pressão de sem-terras e fazendeiros nos limites do Parque. Querem invadir as terras e torná-las produtivas. Impedidos de pôr os pés em área protegida, estão mandando o fogo em seu lugar, para adiantar o serviço.

Por Redação ((o))eco
2 de setembro de 2004

Brincadeira de criança

Reportagem do The Wall Street Journal (só para assinantes) conta que na Islândia até as crianças são mobilizadas para trabalhar em favor do meio ambiente. Uma das mais antigas tradições do país nesta época do ano é colocá-las para fora da cama no meio da madrugada e mandá-las às ruas das cidades para colher filhotes de gaivotas que, inadvertidamente, ao invés de seguirem seus pais em rotas migratórias, acabam aterrissando em áreas urbanas. Os filhotes são colocados em caixas de papelão e entregues ao governo, que se encarrega de levá-los até seu destino final, onde deveriam ter chegado voando.

Por Manoel Francisco Brito
1 de setembro de 2004