Pulverizando a fiscalização

O Ministério Público estadual em Juína (MT) anunciou nesta quarta-feira que vai iniciar um trabalho de notificação nas mais de duas mil propriedades rurais que estiverem com irregularidades ambientais. Mas a ação, planejada para os próximos meses, corre o risco de sofrer limitações. Conforme afirmou o economista da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Amado de Oliveira Filho, com a regulamentação do MT Legal, que dispensa a cobrança de multas aos proprietários que se cadastraraem no programa de regularização, as notificações do MP, na prática, não vão ameaçar ninguém. “A regularização é do interesse dos proprietários, todos vão se cadastrar e ficarão dispensados das multas”, disse o ruralista, durante apresentação no Fórum Sócio-ambiental de Juína.

Por Salada Verde
20 de agosto de 2008

Incerteza do cadastramento

Como resposta, o MP deixou no ar que o programa MT Legal poderá ser questionado na Justiça, mas não explicou por quais motivos. Neste caso, as notificações serão mantidas. A certeza de cadastramento dos proprietários de Mato Grosso, no entanto, também não é real. Basta lembrar do desempenho do estado quando, em abril deste ano, o Incra precisou inibir o código de 6.299 imóveis rurais só em Mato Grosso, porque não atenderam à chamada de recadastramento nos 36 municípios que mais desmataram a Amazônia.

Por Salada Verde
20 de agosto de 2008

Banho de democracia

Ainda durante sua palestra, Amado defendeu que a Assembléia Legislativa do estado está dando um “banho de democracia” ao promover as audiências públicas para discussão do zoneamento ecológico econômico, que há mais de 18 anos aguarda aprovação da própria assembléia. Os parlamentares ajudariam ainda mais se divulgassem com antecedência a data das consultas no interior do estado, para que a população tenha condições de se preparar para o debate. O governador Blairo Maggi avisou que quer ver o zoneamento aprovado até o fim do ano, mas por causa das eleições, as audiências estão suspensas.

Por Salada Verde
20 de agosto de 2008

Carreata para Brasnorte

Agora que estão fazendo barulho em Roraima, os ruralistas de Mato Grosso que viajaram em carreata em solidariedade aos arrozeiros da Terra Indígena Raposa Serra do Sol finalmente admitiram que esta marcha não foi de graça. Vão cobrar o mesmo apoio em meados do mês de setembro, quando promoverão nova manifestação, desta vez em Brasnorte (MT), contra a ampliação da Terra Indígena Enawene Nawe, no noroeste mato-grossense. O autor do controverso livro Máfia Verde, Lorenzo Carrasco, defendeu em Pacaraima (RR) que “a marcha a Roraima marca um novo começo da nação brasileira” e declarou guerra contra o que ele chamou de “novo colonialismo” promovido pelas organizações internacionais.

Por Salada Verde
20 de agosto de 2008

Mudanças climáticas provocam migração

Ornitólogos franceses observaram um sintoma típico do aquecimento global. Ao longo de quase duas décadas de pesquisa, constataram que diversas espécies de pássaros estão migrando para o norte do país em busca de adaptação às alterações climáticas. Em média, eles estimam que a população de aves na França migrou 91 quilômetros no sentido norte entre 1989 e 2006. Mesmo assim, pesquisadores alertam que as migrações ainda são consideradas lentas perto da velocidade das mudanças climáticas. A notícia está no site da BBC.

Por Salada Verde
20 de agosto de 2008

Menos de 1% do mar é protegido

Relatório elaborado pelo Greenpeace indica que apenas 0,8% das áreas marinhas brasileiras são protegidas em unidades de conservação. No mundo todo, situação é bem semelhante.

Por Salada Verde
19 de agosto de 2008

Falta de informação aumenta problema

O estudo do Greenpeace foi elaborado a partir de entrevistas com 46 profissionais da área, que  apontaram os temas prioritários na preservação, como impacto das mudanças climáticas nos oceanos, criação de áreas marinhas protegidas e ausência de uma Política Nacional de Oceanos. A ONG também identificou a falta de informação sobre o bioma marinho como um dos fatores determinantes para a negligência do governo e da população: pesquisa feita pelo Instituto Ipsos mostrou que a degradação dos oceanos aparece na 17ª posição no ranking das principais preocupações do brasileiro com o futuro. O estudo ouviu 1 mil pessoas de sete capitais brasileiras.

Por Salada Verde
19 de agosto de 2008

Meta não é viável?

Segundo Ana Paula Prates, representante do Ministério do Meio Ambiente no evento, o governo está, sim, dando atenção à proteção dos oceanos. Ela citou o aumento nos recursos destinados à fiscalização das áreas marinhas, que subiram de 5 milhões em 2007 para 18 milhões este ano. A analista ambiental também especificou como a meta de 20% será alcançada: até 2012 deverão ser implementadas áreas protegidas marinhas que alcancem 10% de todo mar brasileiro, com enfoque para as regiões que mais sofrem pressão, como o Arquipélago de Abrolhos. Os outros 10% da meta viriam por meio da determinação de áreas com restrição total à pesca. Para o Almirante Ibsen Gusmão Câmara, o governo não deveria estipular uma meta que não poderá cumprir, mas sim focar em determinadas áreas mais vulneráveis. “Temos que ser pontuais e ter os pés no chão. Não vamos conseguir proteger 350 mil km² até 2012 [...]. Não podemos estabelecer metas para sermos desmoralizados”, disse.

Por Salada Verde
19 de agosto de 2008

INPE consolida dados do desmatamento do ano passado

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou, nesta terça-feira, a consolidação dos dados sobre a perda das florestas na Amazônia Legal para o período 2006-2007, realizado pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (PRODES). O resultado final confirma o que já foi dito e redito em outras ocasiões: que a taxa de desmatamento entre 2006 e 2007 teve uma redução de 18% em relação à medida no período 2005-2006. O resultado final foi obtido pela análise de 213 imagens de satélite, que computou total de 11.532 km² de desflorestamento na Amazônia Legal, número bem próximo ao divulgado em novembro de 2007, de 11.224 km². O Estado do Pará contribuiu com 5.425 km²/ano da taxa levantada pelo INPE e o Mato Grosso com 2.678 km²/ano.

Por Salada Verde
19 de agosto de 2008

Ar como nunca se respirou

Embalado pelas notícias olímpicas, o jornal China Daily publicou que a qualidade do ar em Pequim nunca esteve tão boa nos últimos 10 anos. Como prova, exibiu uma foto de um ginásio envolto por um céu azul como ainda não se viu nas transmissões esportivas. De acordo com autoridades chinesas, o ar deve continuar excelente nos próximos dias por causa das medidas de controle de poluentes impostas por causa dos Jogos, como fechamento de indústrias e restrições à circulação de veículos.

Por Salada Verde
19 de agosto de 2008