Tudo nos conformes

Para quem se preocupou com o impacto da corrida sobre a floresta, o chefe da unidade de conservação, Daniel Penteado, informa que tudo está autorizado e planejado pelo Instituto Chico Mendes. Segundo ele, a prova aproveita trilhas usadas há anos pelos moradores das 21 comunidades dentro da reserva. “É feita apenas uma limpeza em pontos onde a mata cresceu e dificultaria a passagem dos corredores”, comentou. Além disso, Penteado avalia que a disputa contribui para a preservação da mata. “A maratona chama a atenção para a área protegida e facilita outras atividades, como a educação ambiental. Não é à toa que cem pessoas de vários continentes estão aqui. Isso demonstra a importância da unidade de conservação”, disse.

Por Salada Verde
26 de setembro de 2008

Paralela baiana interditada

A construção do Canal de Mussurunga, próximo à Avenida Paralela, em Salvador (BA), foi embargada esta semana pelo Ibama. A obra não possuía licenças ambientais ou alvará. Apesar de uma placa responsabilizar a Secretaria Municipal de Infraestrutura pela empreitada, o órgão afirmou ao Ibama desconhecer a obra. A quem pertencerá a batata quente? Tribunal Regional Federal da 1ª Região e Ministério Público Federal acompanham o caso.

Por Salada Verde
26 de setembro de 2008

Goeldi lança livros em feira amazônica

O Museu Paraense Emílio Goeldi lança hoje três publicações na 12ª Feira Pan-Amazônica do Livro, que acontece em Belém (PA), até este domingo (28). Os títulos são A Flora da Resex Chocoaré-Mato Grosso (PA): diversidade e usos, Sinopse das espécies de Croton L. (Euphorbiaceae) na Amazônia brasileira: um ensaio taxonômico e Várzea e varzeiros da Amazônia. A primeira obra será doada, enquanto as outras custam, respectivamente, R$ 20 e  R$ 15. Mais informações aqui.

Por Salada Verde
26 de setembro de 2008

Eficiência no aval de manejo

A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema/MT) divulgou um relatório mostrando que, de janeiro de 2006 a setembro de 2008, 78% dos planos de manejo florestal protocolados na pasta foram aprovados. Os números, segundo o órgão, representam um aumento na produtividade, que iniciou novas práticas de gestão administrativa. A Sema fez ainda um ranking dos municípios que mais protocolaram pedidos para exploração de florestas. No topo está Juara, com 80 pedidos e 88% de aprovação. Depois vem Colniza, Apiacás, Aripuanã, Claudia e Juína. Dos 25 municípios listados, 12 estão na lista negra do governo federal dos maiores devastadores da Amazônia.

Por Salada Verde
25 de setembro de 2008

Fiscalização deficiente

Como se sabe, a aprovação de planos de manejo, por melhores que sejam, não garante seu cumprimento. Uma vez autorizados, raramente os órgãos competentes vão periodicamente a campo para verificar se estão sendo obedecidos. Por isso, na Amazônia, quando auditores contratados por empresas que compram madeira de áreas de manejo não fiscalizam e botam a boca no trombone, falar que a madeira vem de planos autorizados, a rigor, não representa grande coisa.

Por Salada Verde
25 de setembro de 2008

Carreata da truculência

A Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) acabou de definir sua programação para a carreata “Acorda Brasil, a Amazônia é nossa”, cujo destino é a cidade de Brasnorte, no noroeste do estado, dia 8 de outubro. A federação e sindicatos rurais organizaram pedagogicamente o dia, com apresentação de mapas da região para crianças e palestras como “As questões fundiárias e indígenas que preocupam o setor produtivo”, além de pronunciamentos do deputado ruralista Homero Pereira (PR/MT).

Por Salada Verde
25 de setembro de 2008

Preparação dos ruralistas

Em Juína, a 160 quilômetros de Brasnorte, caminhonetes de luxo de grandes fazendeiros e até carros de entrega de supermercados já exibem os adesivos da campanha, em repúdio à criação e ampliação de novas áreas protegidas em Mato Grosso: “Fora ONGs e Greenpeace”, entre outras truculências. O recado é destinado especialmente aos trabalhos que pretendem aumentar a Terra Indígena Enawene Nawe na área da gleba Rio Preto, região cobiçada para exploração madeireira que coloca o município entre os que mais desrespeitam as leis ambientais.

Por Salada Verde
25 de setembro de 2008

Novo leilão de créditos de carbono

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) realizou, na manhã de hoje, o segundo leilão brasileiro de Reduções Certificadas de Emissão (RCEs). Cada uma representa uma tonelada de carbono não lançada na atmosfera. A empresa suíça Mercuria Energy Tradin arrematou o lote de 713 mil RCEs por R$ 37 milhões. Cada uma foi vendida a 19,20 Euros, valor 35% acima do preço mínimo, que era de 14,20 Euros. Os créditos vieram dos aterros sanitários Bandeirantes e São João. O valor arrecadado será destinado à prefeitura da capital, que já se comprometeu a usá-lo em melhorias nos aterros.

Por Salada Verde
25 de setembro de 2008

Obras prometidas não saíram do papel

Quase 65% dos créditos negociados vieram do aterro Bandeirantes, que fica na zona norte de São Paulo e há cinco anos fornece gás para uma termoelétrica, com capacidade de geração de 170 mil MW/hora. Já no aterro São João, na zona leste da capital paulista, uma usina foi instalada no início deste ano, com capacidade para gerar 200 mil MW/hora. O primeiro leilão de crédito de carbono aconteceu há um ano, quando foram negociadas 808.450 toneladas de carbono. Na ocasião, a Prefeitura de São Paulo também prometeu melhorias para as condições de vida dos moradores da região do aterro Bandeirantes. Muita coisa ainda não saiu do papel.

Por Salada Verde
25 de setembro de 2008

Posseiros podem ganhar 4% da Amazônia

Não satisfeito com o pífio processo de regularização de terras na Amazônia promovido pelo Incra, o governo decidiu piorar a situação. Como? Doando 4% da maior floresta tropical do planeta para posseiros. Por mais incrível que pareça, a notícia é verdadeira e pode ser concretizada já em novembro – prazo estipulado por Lula para que o Plano Amazônia Sustentável defina mudanças nas regras de titulação de propriedades. Reportagem da Folha de S. Paulo (só para assinantes) diz que Brasília estuda a possibilidade de se desfazer de terrenos com até quatro quilômetros quadrados, hoje na mão de invasores. Caso a proposta vingue, uma área duas vezes maior do que o estado de Pernambuco seria doada à ilegalidade Amazônia, e o prejuízo para os cofres públicos chegaria a 2,1 bilhões de reais. É o governo consumando e estimulando a ilegalidade.

Por Salada Verde
25 de setembro de 2008