Se você mora no Rio de Janeiro ou em São Paulo e gostaria de ajudar a combater o desmatamento na Floresta Amazônica mas não sabe o que fazer porque mora longe, a idéia dessa coluna é justamente lhe trazer uma opção: incentivar a produção de madeira plástica usando o nosso próprio lixo plástico.
Mas o que vem a ser madeira plástica?
A madeira plástica é um produto que apresenta propriedades semelhantes às da madeira natural. Ela é fabricada com conteúdo de plástico (de preferência reciclado) de pelo menos 50% em massa e possui dimensões típicas dos produtos de madeira natural industrializada. Isso quer dizer que ela pode ser utilizada para fazer tábuas, perfis, ripas e praticamente qualquer forma que se encontre por aí em madeira natural.
Além disso, oferece diversas vantagens em relação à madeira natural. Ela apresenta, por exemplo, maior durabilidade e não requer o uso de pesticidas; é fácil de limpar com água e sabão, é moldável e impermeável e pode ser furada, aparafusada e serrada. Ela pode ser feita a partir de diversos tipos de plástico e levar na composição cargas minerais e fibras naturais ou de vidro para aumentar a sua resistência e estabilidade, dependendo do que se queira atingir.
Nos Estados Unidos, o uso de resíduos plásticos como matéria-prima para a fabricação de mesas de piquenique, bancos de jardim, tampas de lixo, cercas, mourões e outras aplicações destinadas a ficar ao ar livre cresce vertiginosamente a cada ano. No Brasil, embora incipiente, esse mercado de reciclagem de plástico aparenta ser promissor, impulsionado pelo momento favorável que as questões ambientais desfrutam.
Em São Paulo, a recicladora Wisewood acaba de acionar suas máquinas para a produção de cruzetas de poste elétrico (aquelas madeirinhas sobre as quais os fios e cabos se apóiam), pallets e dormentes de ferrovia, usando como matéria prima a madeira plástica.
O presidente da empresa, Vladimir Kudrjawzew, engenheiro formado no ITA, conta que o grande diferencial do seu negócio está no desenvolvimento tecnológico do seu processo produtivo e na composição do material para garantir a qualidade dos seus produtos. Para isso, a Wisewood selou uma parceria com a professora Élen Vasques Pacheco, do Instituto de Macromoléculas da UFRJ, na busca da maior variedade possível de misturas de materiais recicláveis que possam ser comprados num raio de, no máximo, 100km da fábrica e que, ao mesmo tempo, atendam às exigências dos seus produtos.
Vladimir reforça que embora os resíduos de pós-consumo industrial (como aparas e peças deformadas) sejam, na maioria das vezes, mais baratos que os materiais recicláveis vendidos pelas cooperativas, a recicladora garante o mínimo de 50% de sua compra para cooperativas. Com isso, a empresa contribui para garantir o emprego e a renda da população que encontrou no lixo uma oportunidade de trabalho.
Então, que tal fazer parte desse movimento e ajudar a preservar a nossa floresta e, ao mesmo tempo contribuir para destinação adequada do nosso lixo?
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