Uma década. ((o))eco comemora dez anos nesse agosto de 2004 ganhando de cara dois presentes: o primeiro é uma coluna de Sérgio Abranches, cientista político e jornalista, hoje um dos principais analistas de questões e políticas ambientais do país, e um dos nossos fundadores. Ele relembra como ((o))eco ganhou nome e forma ao sair da cabeça de Marcos Sá Corrêa e das conversas entre os dois e Manoel Francisco Brito, que fechava o ilustre trio que deu a partida no site.
O segundo presente é o Guia Prático de Sinalização de Trilhas, de autoria de Pedro da Cunha e Menezes, articulista desde a arrancada de ((o))eco em 2004 e o novo presidente da Associação O ECO, a ONG por trás do site. Pouca gente gosta mais de Parques Nacionais e áreas protegidas ou os conhece e perscruta quanto Pedro. O guia é fruto deste prazer que ele cultiva ao longo da vida.
É emocionante ver que o ((o))eco chegou aqui. O bom berço foi essencial. Das várias pessoas que o sonharam, o catalisador das ideias foi Marcos Sá Corrêa, jornalista, fotógrafo e roteirista, homem sempre generoso e agregador. Ele aceitou as instigações de Miguel Milano, então presidente da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e representante da Fundação Avina, e fez a ideia fermentar e nascer, junto com Sérgio e Kiko.
Desde aquele agosto de 2004, ((o))eco é uma tocha que insiste em permanecer acesa tanto nos tempos em que o resto da mídia está grudada em assuntos ambientais, como em 2012, na Rio+20, ou nos dias atuais, em que as redações emagreceram e dispensaram jornalistas brilhantes da área.
Chova ou faça sol, ((o))eco cultiva uma monomania: falar sobre conservação e Natureza.
Antes e depois do começo
A coluna de Sérgio rememora com gosto o início da redação. Acrescento aqui o capítulo anterior, que decorreu das afinidades e da amizade entre Miguel Milano e Marcos Sá Corrêa. Ela começou com a admiração de Milano por artigos que Marcos escreveu sobre conservação. Miguel relembra que um deles foi sobre a Estrada do Colono, um tema ainda palpitante. Daí surgiu um convite a Marcos, recebido e aceito, para participar do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, o CBUC do ano de 2000. Da soma da percepção de Milano de que faltava uma publicação dedicada à conservação e da experiência de Marcos com o site NO. (No ponto) surgiu o impulso que se transformou em ((o))eco.
((o))eco, ou melhor, a Associação O ECO, também agregou um Conselho estelar de ambientalistas: Maria Tereza Jorge Pádua, primeira dama da conservação brasileira, Marc Dourojeanni, Malu Nunes, Fernando Fernandez e o próprio Miguel Milano. Infiltrado nas hostes ambientalistas, para nossa honra, está Luiz Octavio da Motta Veiga, sempre presente em momentos decisivos. Carolina Zani, Verônica Theulen e Carlos Rossoni também nos emprestaram ou emprestam seus talentos. A Associação O ECO é uma organização sem fins lucrativos, desvinculada de qualquer partido político ou facção, que comemora hoje esses 10 anos graças à abnegação e cuidado deste Conselho. Ela também se orgulha de ter sido presidida por Marcos Sá Corrêa, Maria Tereza Jorge Pádua e, agora, por Pedro Menezes.
Uma rede poderosa
Obrigado a todos que nos emprestaram a pena, a motivação, o talento, a teleobjetiva, a perna e a imaginação.
Os colunistas são a nossa alma. Fazer uma lista histórica seria um risco, mas não posso deixar de citar aqueles com quem tenho convivido, os eloquentes, eruditos, politicamente incorretos, com frequência indignados, perspicazes e até engraçados: Maria Tereza, Marc, Fabio Olmos, Fernando Fernandez, Reuber Brandão, Paulo Barreto, José Truda, Adriano Gambarini, Pedro Menezes, Guilherme Purvin, Suzana Pádua, Frederico Brandini, Marcos Rodrigues, Gustavo Geiser, Silvio Marchinni, Germano Woehl Jr. e Peter Crawshaw.
Passaram pela cadeira de editor Lorenzo Aldé, Carolina Elia, Aldem Bourscheit, Andreia Fanzeres e Gustavo Faleiros, jornalistas jovens, argutos e de brio. Na mão deles, o site não parou de crescer.
Entre os repórteres tempo integral tivemos Cristiane Prizibiscki, Juliana Tinoco, Felipe Lobo, Eric Macedo, Aline Ribeiro, Gabriela Machado e Bernardo Camara. Cristina Matos foi nossa primeira webmaster.
Ao longo do percurso, se não fossem os colaboradores e editores de temas espalhados pelo Brasil, ((o))eco não iria tão longe. Valeu Flávia Moraes (Porto Alegre), Vandré Fonseca (Manaus), Fabio Pellegrini (Campo Grande), Leilane Marinho (Palmas), Maria Emilia Coelho (ex-Rio Branco, hoje em Santarém), Karina Miotto (nossa cigana), Daniel Santini e Victor Moriyama (São Paulo), Fernanda Melônio (Belém e Rio Branco), Nathália Clark (Brasília), Celso Calheiros (Recife), Fabíola Ortiz e Marcio Isensee (Rio de Janeiro).
E um reconhecimento especial à equipe atual: Paulo André Vieira, nosso editor de tecnologia, que acompanha o site desde o início, responsável por várias de suas belas encarnações visuais; a Nádia Santos, também veterana, que administra o dia a dia da organização e não nos deixa mergulhar no caos; ao entusiasmo de Daniele Bragança, nossa incisiva repórter, e Rafael Ferreira, um webmaster com talento de escriba.
Leitores, comunidade ambiental, vocês são a nossa razão de ser. Continuem próximos, opinem, comentem e critiquem; experimentem nossas ferramentas colaborativas, o InfoAmazônia e o WikiParques. Pois é, apesar da tenra idade de dez anos, ((o))eco já deu filhote.
À Fundação Avina, um agradecimento pelo aporte financeiro inicial, que permitiu o surgimento de ((o))eco. Ao Grupo Boticário e à Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, nossa gratidão por terem sido os principais apoiadores nos últimos anos.
Resta entrar firme nos próximos dez anos. Hoje, falando com Miguel Milano, ele disse: “((o))eco nasceu com ênfase em conservação, no valor da Natureza independente de quanto ela renda ao ser humano”. E relembrou uma tirada de Marcos Sá Corrêa: “Tudo o que você faz em favor da conservação da Natureza ela devolve em benefício do homem, e o contrário não costuma ser verdade”.
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