O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) é o principal órgão científico mundial dedicado à avaliação das mudanças climáticas. Criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o IPCC reúne centenas de cientistas de diversas áreas para analisar e sintetizar o conhecimento científico, técnico e socioeconômico produzido globalmente sobre o clima.
O IPCC não realiza pesquisas próprias nem monitora o clima. Seu papel é avaliar, de forma abrangente e independente, os estudos já publicados sobre as causas, impactos e possíveis respostas à crise climática. Esses resultados são consolidados em relatórios periódicos, conhecidos como Relatórios de Avaliação (Assessment Reports), que orientam políticas públicas e negociações internacionais, como as Conferências das Partes (COPs) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
Até o momento, seis relatórios de avaliação foram publicados, sendo o mais recente o Sexto Relatório de Avaliação (AR6), concluído em 2023. Cada relatório representa um marco no avanço do conhecimento científico sobre as mudanças climáticas e suas consequências. Em reconhecimento à sua contribuição fundamental para a compreensão das mudanças climáticas e seus impactos sobre a humanidade, o IPCC recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007, junto com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore.
Cada relatório do IPCC é elaborado por grupos de trabalho temáticos: o primeiro analisa a base física do sistema climático; o segundo aborda impactos, adaptação e vulnerabilidade; e o terceiro trata da mitigação das emissões de gases de efeito estufa. Um Grupo de Força-Tarefa adicional desenvolve metodologias para inventários nacionais de emissões. O processo é rigoroso, com revisões por pares e participação de governos, o que confere legitimidade científica e política às conclusões.
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