Custódio Coimbra era uma criança de 11 anos quando passou a colaborar como assistente em um clube de fotografia no bairro de Quintino, subúrbio carioca. Virou mascote da turma, e três anos depois herdou o laboratório e uma câmera Yashica. Só que teve que abandonar o espaço logo depois, quando sua família mudou-se para o Méier. A câmera, não abandonou nunca mais. Hoje, aos 51 anos, seu nome é sinônimo de qualidade fotográfica.
Começou intuitivo, clicando tudo o que lhe despertava interesse, da arquitetura a cenas de violência. Para sustentar o seu “vício”, passou a fazer retratos de famílias, pôsteres, casamentos e batizados, até ganhar emplacar como colaborador da imprensa alternativa da época, nos jornais Pasquim, Bondinho, Ex e O Repórter. No final da ditadura, colocou o ofício a serviço da resistência política, colaborando com diversos jornais sindicais.
Na grande imprensa, estreou no Última Hora, passou pelo Jornal do Brasil e acabou no O Globo, onde trabalha desde 1989. Marcaram história suas imagens do caso Riocentro, da volta dos exilados, da anistia, da campanha das Diretas Já, e de desastres ambientais como a contaminação por mercúrio que atingiu a cidade de Campos dos Goytacazes, na década de 80.
A ecologia interessa cada vez mais o autor, e infelizmente o Rio de Janeiro tem servido de cenário para diversos dramas ecológicos, retratados por Custódio em importantes reportagens sobre a degradação de Sepetiba, Ilha Grande, Guapimirim e a Baía de Guanabara.
Em Rio Cidade Água, trabalho permanentemente inacabado, o fotógrafo explora as lagoas, baías e praias do Rio. Exposição com parte de seu acervo está na galeria Maison de Ameriques Latines, em Paris, intitulada “Brésil a la Une”.
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