Um santuário ecológico a 43 quilômetros da costa de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo. Um paredão de rochas intrigantes que sobe das entranhas da terra e é o maior ninhal de aves marinhas do sudeste brasileiro, servindo como morada para centenas de espécies de aves. Um conjunto de ilhas que se faz morada única para a jararaca-de-alcatrazes e perereca-de-alcatrazes, endêmicas do arquipélago homônimo. Um paraíso que desde 1980 é usado como raia de tiros em exercícios da Marinha do Brasil.
Este é o Arquipélago dos Alcatrazes, composto por 13 ilhas, ilhotas e lajes. O conjunto é protegido pela Estação Ecológica Tupinambás, uma Unidade de Conservação Federal de Proteção Integral. Navegação e pesca são atividades proibidas. Ao longo dos últimos anos, principalmente depois de novembro de 2004, quando durante exercícios militares parte da ilha principal foi incediada, a ponto das chamas serem avistadas do continente, ambientalistas fazem forte pressão contra as atividades de tiro da Marinha. Em 2005, inclusive, passou a vigorar um Termo de Cooperação entre o Ministério do Meio Ambiente e a Marinha que restrigem os testes com bombas ao período entre novembro e abril – época de menor reprodução animal – e impedem o uso de material explosivo nos exercícios.
No começo deste ano, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, e a Marinha concordaram em transformar o arquipélago num Parque Nacional Marinho, o que permitirá atividades turísticas, como mergulho e observação de aves. O desembarque na ilha principal não deve ser permitido, dado a costeira íngrime da ilha, que impede desembarques seguros, e a fragilidade das espécies que nela habitam.
Filipe Manoukian é repórter do jornal O VALE, de São José dos Campos, desde abril de 2010. Também trabalhou no diário valeparaibano. Repórter de política, vê na área do jornalismo ambiental, uma das grandes paixões, um campo infindável para reportagens especiais.
Flavio Forner é editor e fotógrafo do jornal O VALE desde abril de 2010. Trabalhou durante 5 anos para Agência Estado (O Estado de S. Paulo) e também no jornal Valeparaibano. Faz um trabalho de fotojornalismo e fotografia documental.
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