Fotografia

Serra da Chapadinha: um santuário natural desconhecido na Chapada Diamantina

Localizada na porção sul da Chapada, a serra abriga uma rica fauna e flora, com espécies que só existem ali, além de belas paisagens e muitos rios

Duda Menegassi ·
3 de agosto de 2023 · 1 anos atrás

Localizada na porção sul da Chapada Diamantina, a Serra da Chapadinha é um santuário natural. Com uma rica diversidade de plantas e animais, espécies que existem apenas lá e outras tantas ameaçadas que encontram um refúgio na serra. Entre paredões rochosos imponentes e esculpidos pelo tempo e pelo vento, com rios de água límpida e cor de chá, resiste uma paisagem que parece às vezes intocada pelo ser humano. Esse cenário, entretanto, está sob ameaça. Desprotegida, a Serra da Chapadinha está vulnerável a interesses exploratórios como a mineração, que já tem mais de 14 mil hectares prospectados na região, o desmatamento e a grilagem.

((o))eco foi a campo conhecer a Serra da Chapadinha, uma caixa d’água que ajuda a abastecer mais de 80 municípios na Bahia, entre eles Salvador. Nesta viagem para produzir uma reportagem sobre o movimento que luta contra mineração e tenta criar uma unidade de conservação para proteger a serra, ((o))eco testemunhou a beleza e diversidade da serra e compartilhamos com o leitor na galeria a seguir.

Entrada do cânion do rio Samina, na borda da Serra da Chapadinha. Foto: Duda Menegassi / O Eco
Uma espécie de caliandra, planta nativa do Cerrado. Foto: Duda Menegassi / O Eco
A flor crista-de-galo (Spigelia pulchella), endêmica da Bahia e comum na Chapada Diamantina, também usada para fins medicinais pelos locais. Foto: Duda Menegassi / O Eco
Uma espécie de gervão-azul (Stachytarpheta crassifolia) planta adorada por beija-flores. Foto: Duda Menegassi / O Eco
As plantas e flores da Serra da Chapadinha apresentam uma diversidade de cores, formatos e tamanhos. Na foto, uma Humiria balsamifera. Foto: Duda Menegassi / O Eco

Na fenda do cânion do rio Samina, um grupo de macaco-prego-do-peito-amarelo (Sapajus xanthosternos), aparece. O primata é classificado como Em Perigo de extinção e ocorre apenas no nordeste do Brasil. Foto: Duda Menegassi / O Eco

A parte alta do rio Samina, de águas rasas e entremeadas por rochas. Foto: Duda Menegassi / O Eco
A paina-cabloco (Heterocoma erecta), endêmica dos campos rupestres baianos e classificada como Em Perigo. A planta foi muito utilizada antigamente como estofamento. Foto: Duda Menegassi / O Eco
Uma chuva fina cai sobre o rio Samina. Os índices de pluviometria na Serra da Chapadinha estão muito acima da média do estado. As chuvas são fundamentais para garantir a recarga hídrica da Serra. Foto: Duda Menegassi / O Eco
Líquens também colorem as paisagens na Serra da Chapadinha. Foto: Duda Menegassi / O Eco
Uma fêmea de papa-taoca-do-sul (Pyriglena leucoptera), ave que se alimenta de formigas de correição. Foto: Duda Menegassi / O Eco
Uma vespa se alimenta em uma das flores. Foto: Duda Menegassi / O Eco
Início de floração da Stachytarpheta radlkoferiana, espécie de planta restrita à Bahia com ocorrência principalmente na Chapada Diamantina e considerada Vulnerável à ameaça de extinção. Foto: Duda Menegassi / O Eco

Na areia fofa, o rastro fresco de uma pegada de onça-parda (Puma concolor), espécie Vulnerável à extinção no país. Foto: Duda Menegassi / O Eco

  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

Leia também

Reportagens
12 de julho de 2023

Contra mineração, movimento luta para proteger a Serra da Chapadinha

Porção sul e desprotegida da Chapada Diamantina está na mira da mineração e segue vulnerável também à grilagem e desmatamento. Proposta de unidade de conservação é indicada ao governador baiano

Fotografia
14 de fevereiro de 2023

Galeria de fotos: soltura de papagaios-verdadeiros colore o céu mineiro

Grupo de 22 papagaios-verdadeiros, uma das aves mais traficadas do Brasil, ganha nova chance no Cerrado mineiro com soltura após reabilitação e aclimatação

Parte da área onde o condomínio privado pode se instalar. Ao centro, o sinuoso rio Catu atravessa o manguezal. Foto: Fellipe Abreu / Mongabay Brasil / O Eco
Reportagens
28 de junho de 2023

Condomínio na ilha de Boipeba aquece ocupação da Mata Atlântica

Especialistas avaliam que o projeto fomentará mais o desmate e a tomada de territórios de populações tradicionais no litoral baiano

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 3

  1. Jailson diz:

    Ótima matéria! É muito importante conhecermos nossas belezas naturais “ocultas”. Sucesso!
    Que tal fotografar rios da Chapada, adjacências e suas nascentes?


  2. Ana lucia Dos Santos Oliveira nogueira diz:

    Parabéns pela reportagem, este lugar precisa de leis que o protejam da ganância do homem por dinheiro, visto que estes são apenas exploradores sem qualquer preocupação na presevaçao deste lugar e de sua importância para todos nós baianos.


  3. Jader diz:

    Parabéns pela fantástica matéria!!
    Esse lugar merece todo o cuidado e preservação que o estado e populacão tem que prover!