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Newsletter O Eco+ | Edição #122, Novembro/2022
06 de novembro de 2022
De janeiro de 2019 a julho de 2022, o governo Bolsonaro publicou 855 normas que contribuíram efetivamente para a destruição das leis ambientais do país. Cristiane Prizibisczki traz o documento lançado nesta quinta-feira (3) pelo Instituto Talanoa, que propõe a revisão ou revogação total de 401 dessas 855 normas. Para tentar reverter o quadro de desmonte, traduzido no aumento do desmatamento, queimadas, invasões de terras públicas, garimpo ilegal e violência no campo, entre outras ilegalidades, o documento traz uma análise dos atos legais assinados no governo Bolsonaro e elenca aqueles que requerem ações imediatas, nas áreas climática e socioambiental.
À primeira vista é impossível dizer quantos pássaros compõem a revoada na foto. Então, a fotografia do antropólogo Francisco Inciarte vai ganhando pontinhos coloridos. Uma a uma, as aves vão sendo marcadas por números. Depois de um exaustivo trabalho, que compartilha com a mulher, a veterinária Libicni Rivero, o quebra-cabeça vai sendo montado. E os resultados são surpreendentes. Emanuel Alencar revela a pesquisa inédita do casal venezuelano que contabilizou 26 mil pássaros migratórios num único ano na cidade do Rio de Janeiro. Eles integram um movimento global de apaixonados pelas aves limícolas que se debruça a investigar hábitos desses animais, que cumprem jornadas de mais de 30 mil quilômetros toda temporada. As fotografias e relatos alimentam um censo que tem como objetivo principal garantir a proteção dos pássaros migratórios.
Entre 2013 e 2021, a Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, em Mato Grosso, teve quase 8 mil hectares explorados ilegalmente pela atividade madeireira. Foram caminhões e caminhões com toras de ipê, de maçaranduba, de cedro, de roxinho, saqueadas da unidade de conservação. Em teoria, a reserva e o mosaico de unidades de conservação de que faz parte deveriam proteger as florestas da região. A reportagem de Duda Menegassi mostra que, na prática, estes limites invisíveis que deveriam manter o território e seus atributos naturais longe da pressão do desmatamento são violados diariamente na região.
Boa leitura!
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· Destaques ·
Instituto propõe a revisão de 401 atos do governo Bolsonaro para reconstruir política ambiental
Os guardiões das aves invisíveis de Sepetiba
Madeira de lei fora da lei
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· Conservação no Mundo ·
Uma crise colorida. A crise climática aumentará as oportunidades de ver arco-íris, de acordo com um novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade do Havaí (UH) em Manoa. Arco-íris são produzidos quando gotículas de água refratam a luz solar. As atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, estão aquecendo a atmosfera, o que altera os padrões e as quantidades de chuva e cobertura de nuvens. Os autores do estudo estimam que até 2100, terras continentais no planeta experimentarão cerca de 5% mais dias com arco-íris do que no início do século 21. As latitudes do Norte e elevações muito altas, onde se prevê que o aquecimento cause menos neve e mais chuva, terão os maiores ganhos na ocorrência de arco-íris. No entanto, lugares com chuvas reduzidas sob as mudanças climáticas – como o Mediterrâneo – devem perder dias de arco-íris. [Mongabay]
Cortina de fumaça. Embora o mercado de compensação de carbono exista há 25 anos, especialistas apontam que ainda há problemas fundamentais em sua estrutura. Eles questionam os conceitos subjacentes e se recusam a considerá-lo uma ferramenta para a ação climática. Parte do problema é que a transparência é baixa: compradores e vendedores de compensações de carbono muitas vezes nunca se encontram e são separados por intermediários com seus próprios incentivos de lucro. Não está claro quem compra compensações ou quais emissões são compensadas. Por esta razão, entendem que esse mercado não pretende contribuir com mudanças significativas nas emissões, mas sim ser uma ferramenta extra para canalizar fundos para o desenvolvimento sustentável quando as empresas não estão fazendo a transição dos combustíveis fósseis. “O que fazemos agora importa. Se as compensações nos permitem afirmar que estamos fazendo algo quando não estamos, isso é muito perigoso nesta década, quando precisamos de ação real”, disse Barbara Haya, que dirige o Berkeley Carbon Trading Project, uma iniciativa da Universidade da Califórnia, Berkeley. [Mongabay]
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