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Newsletter O Eco+ | Edição #145, Abril/2023

Perereca polinizadora, liga dos cientistas e um Mato Grosso perdido

Newsletter O Eco+ | Edição #145, Abril/2023

30 de abril de 2023

Uma pequena perereca se enfia dentro de uma flor, muito maior que ela, para sugar néctar. Ao sair, seu corpo está coberto de pólen. Uma perereca polinizadora? “Ninguém nunca tinha levantado a possibilidade de um anfíbio funcionar como polinizador. Existem mamíferos polinizadores, aves polinizadores, répteis polinizadores, mas entre os anfíbios não temos nenhum representante polinizador no mundo”, resume o herpetólogo Carlos Henrique Nogueira, do Laboratório de Sistemática e Biogeografia de Anfíbios e Répteis da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). A hipótese foi levantada a partir do registro em foto e vídeo por Henrique da perereca-comedora-de-frutas ou perereca-de-bromélia (Xenohyla truncata), uma espécie exclusiva das restingas do estado do Rio de Janeiro e pouco conhecida até mesmo pela ciência. Duda Menegassi conversou com o pesquisador sobre a peculiar perereca que, ameaçada de extinção, vê seu lar cada vez mais impactado e pressionado pela ocupação humana.

Assinado em dezembro de 2022 no Canadá, o histórico Acordo de Kunming-Montreal pretende proteger as terras e os oceanos do planeta, para evitar a extinção em massa de espécies devido à ação do homem. Os termos do acordo, que estabelecem a meta de proteger 30% do globo até 2030, foram comparados ao Acordo de Paris, que pretende limitar o aquecimento global a 1,5ºC no mesmo prazo. Será que vai dar tempo? Cristiane Prizibisczki escreve sobre uma iniciativa pioneira que pode ajudar em muito no cumprimento da meta assumida no Canadá. Atualmente com mais de 300 membros de 23 nações, a Rede de Coordenação de Pesquisa g2p2pop é formada por cientistas comprometidos com o desenvolvimento de modelos para compreender os principais processos que acontecem em diferentes níveis de organização biológica, a partir das mudanças no clima e outras alterações ambientais causadas pelo homem.

Segundo levantamento do MapBiomas, feito por meio de análise de imagens de satélites, 16 milhões de hectares de vegetação — o equivalente ao tamanho do estado do Acre — foram atingidos pelas chamas todos os anos entre 1985 e 2022. Nesse período, as queimadas nos biomas brasileiros atingiram uma área equivalente a duas vezes o estado do Mato Grosso, mais de 185 milhões de hectares de vegetação, ou 21,8% do território nacional, foram afetados por incêndios, sendo 86% dessa área na Amazônia e no Cerrado. Gabriel Tussini mergulha na análise do MapBiomas, que mostra detalhes dos milhões de hectares de vegetação queimados no país nos últimos 38 anos.

Boa leitura!

Redação ((o))eco

· Destaques ·

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· Conservação no Mundo ·

O valor da floresta (de algas) em pé. Um novo artigo publicado na revista Nature Communications sugere que as florestas de algas em todo o mundo geram uma receita de US$ 562 bilhões por ano de bilhões de dólares anualmente ao fornecerem três principais serviços ecossistêmicos: o aumento da produção pesqueira; a remoção de nutrientes nocivos, como o nitrogênio e o fósforo, da água do mar; e o sequestro de dióxido de carbono. De acordo com o estudo, as florestas de algas são cerca de três vezes mais valiosas do que se acreditava anteriormente, entretanto, são geralmente negligenciadas e subestimadas, e muitos desses ecossistemas estão ameaçados em todo o mundo. [Mongabay]

 


 

O que fazer com o plástico? No final de maio e início de junho, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente organizará uma reunião em Paris no esforço contínuo de salvar o mundo do plástico. Delegados de 175 nações, juntamente com partes interessadas privadas (incluindo a indústria petroquímica e grupos ambientais), tentarão criar um tratado internacional para controlar potencialmente a produção e a poluição de plástico. Com o mundo inundado de lixo tóxico e 1 milhão de garrafas plásticas descartáveis compradas globalmente a cada minuto, a urgência de se chegar a um acordo forte não passa despercebida pelos negociadores da ONU. Mas, além da data-alvo de 2025, o mundo não concordou com muito mais. Ainda é preciso definir até que ponto o tratado se concentrará na reciclagem, na redução de produtos plásticos descartáveis descartáveis, na fabricação de materiais menos nocivos e muito mais. [Mongabay]

 

· Animal da Semana ·

O animal da semana é o Grimpeiro! 🐦

Leptasthenura setaria é uma ave endêmica da Mata Atlântica do sudeste do Brasil e extremo nordeste da Argentina, e cuja distribuição está ligada à araucária. 🌳

Alimenta-se de pequenos artrópodes, como insetos e suas larvas e pequenas aranhas encontrados nas folhas e galhos do pinheiro-do-paraná. 🕷️

🎨 Gabriela Güllich (@fenggler)

· Dicas Culturais ·

• Pra ler •

Gente, bicho, planta: o mundo me encanta (2009) | Ana Maria Machado e Mauricio Negro

O livro reúne três histórias inteligentes, desafiadoras e divertidas, mas que tratam de assuntos bem sérios – o equilíbrio entre gente, animais e plantas, o ciclo da vida, a cadeia alimentar e a importância e a força dos elementos da natureza.

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• Pra ler •

As florestas que perdemos | Distintas Latitudes, Red LATAM e Mongabay 

A Global Forest Watch (GFW) mostra que entre 2001 e 2021 a América Latina perdeu mais de 39 milhões de hectares de florestas primárias, uma área equivalente à destruição de três quartos da América Central ou ao desaparecimento de toda a Alemanha. O artigo é uma investigação regional sobre o impacto do desmatamento na América Latina e no Caribe realizada por cinquenta pessoas, entre jornalistas, designers e integrantes da sexta geração da Rede LATAM de Jovens Jornalistas de Diferentes Latitudes, em aliança com a mídia especializada Mongabay Latam. Em espanhol.

Artigo

• Pra ouvir •

Rádio Novelo Apresenta | Rádio Novelo

No segundo ato do episódio Vejo o futuro repetir o passado, a repórter Giovana Girardi passa um dia em Anapu, no Pará. A cidade de cerca de 28 mil habitantes é onde a missionária norte-americana Dorothy Stang foi assassinada, em 2005. E ela não foi a única. Ao longo das últimas décadas, a disputa fundiária em Anapu transformou a cidade em um barril de pólvora.

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