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Newsletter O Eco+ | Edição #161, Agosto/2023

Fungos, iniciativas de restauração ambiental e o combate à mudança climática

Newsletter O Eco+ | Edição #161, Agosto/2023

20 de agosto de 2023

450 quatrilhões de km em 10 cm de solo global: esse é o tamanho da extensão dos filamentos de fungos no nosso planeta. Isso cobriria 3 trilhões de vezes a distância da Terra ao Sol. Presente em praticamente todo o planeta, a grande família dos fungos é uma peça-chave do equilíbrio ecológico e climático. Porém, enquanto 90% das plantas estão listadas, apenas 4% das espécies de fungos foram cadastradas. No Brasil, há 6,5 mil tipos já registrados. Nesse especial escrito por Aldem Bourscheit e ilustrado por Gabriela Güllich, ((o))eco te convida a conhecer mais sobre a vida secreta dos fungos.

Ecossistemas inteiros podem falir sem os fungos, ameaçados por agropecuária, urbanização, crise do clima, poluição e desmatamento. Mas o Funghi não é o único reino a sofrer com essas questões. Na África, soluções baseadas na restauração tentam salvar um outro reino, o Plantae. Com mais da metade das suas terras produtivas degradadas e 45% afetadas pela desertificação, 34 países se comprometeram com um total de 130 milhões de hectares de terras a serem restaurados no continente africano até 2030. Os compromissos visam recuperar funções ecológicas de florestas e paisagens naturais, e melhorar a qualidade de vida em áreas desmatadas ou degradadas. Esta reportagem foi feita com apoio da Earth Journalism Network, através da oportunidade “Scholarships for Journalists to Cover Biodiversity Conferences”. A bolsa financiou a cobertura do International Congress for Conservation Biology (ICCB) 2023, realizada pela repórter de ((o))eco Duda Menegassi.

Os debates a respeito da exploração de petróleo são pauta quente no Brasil. Enquanto o governo avalia a exploração na Foz da Amazônia – a despeito de protestos da sociedade civil e manifestações do IBAMA, a coluna de Carlos Bocuhy no mostra um caso interessante do outro lado das Américas: em Montana (EUA) um grupo obteve sentença favorável contra novos projetos de combustíveis fósseis. A juíza americana Kathy Seeley reconheceu que a questão climática gera danos psicológicos aos jovens. E foi além: “O Estado e seus agentes poderiam considerar as emissões de GEE (gás de efeito estufa) e os impactos climáticos e rejeitar projetos que levariam à degradação irracional do meio ambiente de Montana.”

Boa leitura!

Redação ((o))eco

· Destaques ·

A vida secreta dos fungos

Presente em praticamente todos os pontos do planeta, no solo, ar, geleiras, vulcões e até em nosso organismo, a grande família dos fungos é uma peça-chave do equilíbrio ecológico e climático planetário

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Contra desertificação e crise climática, África aposta na restauração

Ao todo 34 países já se comprometeram com um total de 130 milhões de hectares de terras degradadas e desmatadas a serem restaurados no continente africano até 2030

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Combate à mudança climática ganha força nos tribunais

Se a sentença for mantida, o governo de Montana será obrigado a considerar as mudanças climáticas na renovação ou aprovação do licenciamento de novos empreendimentos de combustíveis fósseis

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· Conservação no Mundo ·

Nutrindo comunidades. A maioria dos fertilizantes utilizados no continente africano vem da importação. Isso encarece o produto e é um problema que se agrava para aqueles que vivem longe de portos. Os produtos são pouco adequados às condições locais, e os compostos podem prejudicar a qualidade do solo – e o rendimento das colheitas a longo prazo. Para enfrentar esses desafios e melhorar a segurança alimentar, a startup queniana Safi Organics desenvolveu um sistema descentralizado de produção de fertilizantes. A iniciativa enriquece as comunidades locais e produz fertilizantes vitais adaptados às necessidades dos agricultores locais. [Afr100]


A revolução começa no seu bairro. Assunção [PY] havia aprovado sistematicamente a construção de postos de combustível sem respeitar as distâncias mínimas previstas. Essas medidas foram estabelecidas para proteger a água que abastece três milhões de pessoas no Paraguai, além de servirem para proteger a cidade da poluição do ar e reduzir o perigo de incêndios nos bairros. Cidadãos se organizaram para questionar as autorizações e cobrar medidas de contenção da expansão dos postos. [El Surti]

· Animal da Semana ·

O animal da semana é a harpia!

Maior ave de rapina do Brasil e maior águia do mundo, a harpia é um verdadeiro predador de topo. Suas patas são letais na captura de macacos e preguiças, suas presas favoritas.  

A harpia – também conhecida como gavião real – é encontrada do México até a Argentina. No Brasil, a ave tem uma ampla ocorrência, porém a espécie já foi extinta em alguns locais e tornou-se extremamente rara em outros, como a Mata Atlântica. 

Neste ano, um registro raríssimo da ave em Minas Gerais causou comoção entre os ambientalistas.

🎨 Gabriela Güllich (@fenggler)

· Dicas Culturais ·

• Pra ler •

Fio d’água | Daniel Massa

O romance é escrito em versos e transita entre os gêneros literários, criando uma forma de narrar inovadora e por vezes sinuosa, como o leito do rio que ganha corpo a partir de um fio d’água. Embalado pela essência e força da água, o leitor acompanha o crescimento de Moisés, assim oportunamente batizado, em meio a espaços como o bairro Educandos, as palafitas do Bodozal e a Feira da Panair, evidenciando os conflitos civilizatórios da metrópole amazônica. Orsina, preocupada em alimentar e educar o menino, busca afastá-lo de seu passado, mantendo-o longe do rio e do mistério sobre a sua filiação.

Editora 7Letras

• Pra ouvir •

A curiosidade matou a harpia | ((o))eco

Nosso podcast “Bichos, plantas e histórias que não contaram para você” agora também está disponível no Youtube. Toda quarta-feira às 7h, lançaremos um episódio animado para quem ainda não ouviu e pra quem quer relembrar esse projeto super especial de ((o))eco. Ajude a fortalecer o jornalismo ambiental se inscrevendo no nosso canal!

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• Pra jogar •

Jogo do patrimônio histórico | Matheus Lopes Fernandes

Criado no Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Análise de Políticas Públicas da UNESP, o “Jogo do patrimônio histórico” é uma iniciativa para tentar ocupar o vácuo do ensino patrimonial no município de Franca e evitar o descaso com a memória local. A dinâmica apresenta uma série de patrimônios históricos tombados e cria situações para que os participantes tenham que decidir se será ou não preservado a partir do uso das cartas de instrumentos de preservação (Plano Diretor, Tombamento, Inventário e etc).

UNESP

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