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Newsletter O Eco+ | Edição #168, Outubro/2023

Volta das ararajubas, mercado de carbono no Senado e as fronteiras do crime

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08 de outubro de 2023

Após 100 anos extintas localmente, as ararajubas voltaram a colorir o céu de Belém. Por sua beleza, a ave foi, historicamente, vítima de tráfico de animais silvestres. Além disso, a perda de habitat contribuiu para a redução das populações de Guaruba guaruba na Amazônia, bioma em que ocorre. Por tais fatores, os céus do Pará – estado onde cerca de 80% da população da espécie está concentrada – foram paulatinamente perdendo o colorido da ave. Tanto que, há aproximadamente um século, a capital paraense, Belém, declarou a espécie extinta localmente. Felizmente, esse cenário está mudando. A reportagem de Cristiane Prizibisczki mostra como um projeto conduzido pelo Ideflor-bio e pela Fundação Lymington, com o apoio do MZUSP, vem reintroduzindo os indivíduos na natureza.

No Senado, a Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou por unanimidade o projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. A notícia gerou reações tanto do lado daqueles que defendem a exclusão da agropecuária do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), quanto daqueles que a condenam. Para entender melhor a questão, ((o))eco ouviu dois especialistas sobre o assunto no Brasil. A eles foi feita a seguinte pergunta: “A agropecuária deveria entrar no mercado regulado de carbono?”. Você confere as respostas na matéria de Cristiane Prizibisczki

Esta semana, ((o))eco foi anunciado como um dos finalistas do 45º Prêmio Vladimir Herzog na categoria Produção Jornalística em Multimídia com a reportagem especial Fronteiras do Crime. Uma parte importante da força comercial do Mercosul é conectada ao tráfico de produtos pelas fronteiras dos países membros. Mercadorias de diferentes partes do mundo chegam a Ciudad del Este e atravessam a movimentada “Ponte da Amizade”, que conecta o Paraguai ao Brasil. Em uma fronteira onde, diariamente, cruzam mais de 40 mil veículos e mais de 80 mil pedestres, as apreensões de agroquímicos (agrotóxicos, fertilizantes e outros itens usados em lavouras) dispararam nos últimos anos. A reportagem de Aldem Bourscheit (Brasil) e Aldo Benítez (Paraguai) revela como as fronteiras entre países sul americanos se tornaram alvo do crescente e lucrativo tráfico internacional de agrotóxicos.

Boa leitura!

Redação ((o))eco

· Destaques ·

Após 100 anos extintas localmente, ararajubas voltam a colorir o céu de Belém

Programa de reintrodução já retornou cerca de 50 indivíduos à natureza. Com população relativamente pequena em toda Amazônia, ave é considerada vulnerável à extinção

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Fronteiras do crime

Um dos centros mundiais do comércio ilegal de mercadorias, as fronteiras entre países sul americanos se tornaram alvo do crescente e lucrativo tráfico internacional agrotóxicos.

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· Conservação no Mundo ·

Árvore caída. Um homem de 60 anos foi preso por policiais que investigavam a derrubada da mundialmente famosa árvore ‘Sycamore Gap’ em Northumberland, na Inglaterra. A árvore, próxima à Muralha de Adriano, foi cortada em um “ato deliberado de vandalismo”. Segundo as autoridades locais, “a destruição sem sentido daquele que é, sem dúvida, um marco de renome mundial resultou numa onda de choque, horror e raiva”. A árvore ficou conhecida depois das filmagens de Robin Hood (1991) e era uma das mais fotografadas do Reino Unido.  [TheGuardian]


Árvore de pé. Enquanto isso, no Quênia, árvores nativas transformam paisagem e meios de subsistência. Nas terras semiáridas do país, um projeto de gestão florestal trabalha de mãos dadas com a comunidade local: a Acacia EPZ (empresa queniana fundada em 2012), trabalha com agricultores na colheita de goma arábica de acácias nativas, um ingrediente industrial usado para fazer chocolate, doces e aglutinantes. [Afr100]

· Animal da Semana ·

O animal da semana é o tatu-bola-da-Caatinga! 

Exclusivo do Brasil, o Tolypeutes tricinctus é menor que o seu parente tatu-bola e, apesar de ser “da Caatinga”, a espécie também ocorre no Cerrado. 

O tatu-bola-da-Caatinga tem a capacidade de curvar completamente sua carapaça sobre o corpo e passa a assumir o formato de uma bola. Apesar dessa estratégia funcionar contra a predação, não possui a mesma eficácia contra os caçadores.

Segundo o ICMBio, o tatu-bola-da-Caatinga sofreu uma diminuição de 50% da população nos últimos anos, que se dá diretamente pela perda de habitat. A Caatinga sofre uma forte pressão de desmatamento, seja por queimada ou desmatamento ilegal.

🎨 Gabriela Güllich (@fenggler)

· Dicas Culturais ·

• Pra ler •

Mesmo com melhoria da qualidade da água em alguns trechos, mancha de poluição no rio tietê quase dobra em dois anos | SOS Mata Atlântica

A mancha de poluição no rio Tietê segue crescendo. A análise, realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica com o apoio de voluntários, revela que a água de qualidade imprópria para usos múltiplos se estende hoje por 160 quilômetros. Trata-se de um aumento de 31% em relação a 2022, quando a mancha atingiu 122 quilômetros, chegando perto de dobrar na comparação com 2021 (85 km).

SOS Mata Atlântica

• Pra ouvir •

As lacunas da proposta do Senado para o mercado de carbono | Durma com essa

O Senado aprovou na quarta-feira (4) o projeto de lei que cria o mercado regulado de carbono no Brasil. Mesmo sendo responsável por boa parte das emissões do país, o agronegócio ficou de fora da regulação, após um acordo entre o governo e a bancada ruralista. O texto — que ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados — recebeu críticas de ambientalistas, que repercutiram nesta quinta-feira (5). O Durma com Essa explica o que é esse mercado e o que diz a lei que tramita no Congresso.

Nexo Jornal

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Série documental apresentada por Marcos Palmeira traz investigação instigante sobre a relação da humanidade com o meio ambiente. Fundação Grupo Boticário é uma das empresas patrocinadoras da obra, que mostra a conexão humana com os elementos essenciais da vida – Ar, Fogo, Água e Terra

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