Newsletter O Eco+ | Edição #191, Abril/2024
07 de abril de 2024
Na entrevista de Matheus Lopes Quirino, o biólogo Pablo Casella conta sobre sua longa trajetória na Chapada Diamantina e como a ficção se fez presente (e necessária) para mostrar a realidade de um Brasil que, até para a literatura, mantém-se indecifrável. Por duas décadas, Casella fez parte de uma equipe que percorreu diariamente os caminhos do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no centro da Bahia. Por aquelas matas e estradas de terra que se aprofundou, viu de tudo. De novas espécies da fauna e flora ao crescimento dos incêndios, os impactos do El Niño e a seca que se alastrou nos últimos anos que esteve na reserva. Todas essas histórias estão presentes em ‘Contra Fogo’ (editora Todavia), seu primeiro romance.
Cientistas e Ministério Público pressionam por mudanças em infraestrutura elétrica para conter mortes da arara-azul-de-lear, ave ameaçada exclusiva do sertão baiano. Choques associados à expansão da rede por meio de projetos para democratizar o acesso à eletricidade matam cerca de 100 araras-de-lear ao ano, mas números podem ser maiores. Os acidentes assombram a conservação da espécie, que tem menos de 2,3 mil exemplares voando livres na natureza da Caatinga, mostra a reportagem de Aldem Bourscheit. Além dos choques mortais na rede elétrica, a espécie enfrenta desafios como o tráfico e a geração de energia eólica perto de suas moradas e rotas de voo.
A coluna da Rede Ressoa traz um questionamento: será que compreendemos as influências do Oceano em nossas vidas e as nossas influências sobre o Oceano? O movimento da Cultura Oceânica busca sensibilizar a sociedade para a importância do Oceano em nossas vidas e sobre os efeitos que as ações humanas têm sobre ele para promover mudanças nas relações da sociedade com o Oceano, independente da proximidade geográfica com o ambiente marinho. A escola pode contribuir com essa aprendizagem quando inclui nos currículos os princípios da Cultura Oceânica.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
· Destaques ·
Memórias do fogo: Como um ambientalista transformou as queimadas da Chapada Diamantina em um romance
Para frear a morte de araras-de-lear por choques elétricos
O Oceano é fonte de temas a serem trabalhados na educação de crianças e jovens
· Conservação no Mundo ·
90 anos e contando. Jane Goodall, icônica cientista e ativista, celebra seu 90º aniversário e sua mensagem para as gerações mais jovens é de esperança: não temer a próxima aventura. Na palestra que antecedeu seu aniversário, em um teatro em Seattle (EUA), Goodall disse: “Cada um de nós é importante, tem um papel a desempenhar, faz a diferença todos os dias”. Mas seu apelo não é por ações individuais. “Precisamos nos unir, porque juntos podemos fazer a diferença, agora, antes que seja tarde demais”, reforçou a pesquisadora. [Grist]
Cigarra pra Deus e o mundo. Nos EUA, cigarras de olhos vermelhos e músculos semelhantes a jatos nas costas estão prestes a emergir em números não vistos em décadas. Rastejando do subsolo a cada 13 ou 17 anos, com uma música coletiva tão alta quanto motores a jato, as “cigarras periódicas” são as rainhas do calendário da natureza. “Temos trilhões desses incríveis organismos vivos saindo da terra, subindo em árvores e é uma experiência única, um espetáculo para ser visto”, explica Saad Bhamla, especialista da Georgia Tech. “É como se uma espécie alienígena inteira vivesse sob nossos pés e depois de anos, eles aparecessem para dizer olá.” [HuffPost]
· Dicas Culturais ·
• Pra ler •
Os Invasores | De Olho nos Ruralistas
Estudo joga luz sobre um dos principais obstáculos à efetivação dos direitos dos povos originários. Produzido pelo núcleo de pesquisas do observatório De Olho nos Ruralistas, o relatório “Os Invasores: quem são os empresários brasileiros e estrangeiros com mais sobreposições em terras indígenas” revela, de forma inédita, o nome de pessoas físicas e jurídicas por trás de 1.692 casos de sobreposição de fazendas em territórios delimitados pela Funai.
• Pra ouvir •
Intercâmbios: De bugios ao bugio, do samba à musette | Rádio Novelo Apresenta
Os bugios-pretos (Alouatta caraya) são conhecidos pelo barulho assustador que fazem no meio das matas. Mas apesar do ronco imponente, nem de longe são grandes predadores. Os bugios comem folhas, flores e frutos. Só que a proximidade com os seres humanos está mudando os hábitos da espécie. Pesquisadores do Rio Grande do Sul perceberam que eles estão comendo churrasco. Uma prática que, apesar de nova, já era retratada na música e folclore locais.
• Pra assistir •
Os Segredos dos Elefantes | National Geographic
Eles são poderosos, amorosos e sábios, mas só agora começamos a revelar os segredos mais profundos dos elefantes. O seu pensamento estratégico, emoções complexas e linguagem sofisticada criaram uma cultura única e dinâmica, tornando-os mais parecidos conosco do que alguma vez pensámos ser possível. Esta série irá mudar para sempre tudo o que pensava sobre os elefantes.
