Notícias
Mundos à parte
As cercas nos campos do Kenya separam mundos completamente diferentes. Dentro delas, nos ranchos que tem proprietários privados, maneja-se a terra e sua produção de maneira correta, mantém-se florestas nativas intactas, a caça indiscriminada é proibida e os animais, inclusive os ameaçados de extinção como o rinoceronte preto, vão muito bem obrigado. Do lado de fora das cercas, as terras são públicas e têm aspecto de deserto. Sobra pouca água, pouco mato e quase mais nenhum animal vive nelas, a não ser o gado dos Masai, tribo que desde a independência do país, em 1963, ganhou o direito de usar terras que ainda pertencem ao Estado. A devastação é de responsabilidade da própria tribo, que sempre se utilizou de maneira irresponsável os recursos naturais à sua disposição. Suas manadas crescem desordenadamente, destroem pastos naturais e derrubam florestas indiscriminadamente. Resultado, os Masai cada vez mais se condenam à miséria. O curioso, segundo relato do The New York Times (gratuito, pede cadastro), é que ao invés de modificarem seus hábitos, respeitar a natureza e manejar melhor seu gado, sentem inveja do que tem os fazendeiros e exigem que estes dêem acesso às suas terras. Insistem que elas no fundo lhe pertencem por direito ancestral. Já começaram a invadir algumas fazendas.