Palestras:
8:30hs – Por que os parques tropicais não estão cumprindo suas funções, e o que precisa ser feito? –
John Terborgh
Extensões territoriais cada vez maiores têm sido demarcadas e protegidas em forma de parques nacionais em países em desenvolvimento com florestas tropicais. Mas, infelizmente, só no papel. Esta é a opinião de John Terborgh, diretor do Centro de Conservação Tropical da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. A capacidade de gestão dessas áreas é sempre embarreirada quando há pobreza, falta de democracia, transparência, economia baseada na extração de recursos naturais primários e problemas fundiários. Nessas condições, os esforços de conservação estão fadados ao fracasso.
10hs – Representatividade ambiental das unidades de conservação: propondo novas UCs no Tocantins –
Fábio Olmos
O Tocantins é um estado com crescentes pressões contra seus ambientes naturais e tem áreas importantes a serem protegidas. Diante da iminente destruição de habitats, os sistemas de unidades de conservação integrais devem ser projetados para que eles resistam a condições cada vez mais adversas. Na palestra do biólogo Fábio Olmos, ele dá detalhes de como o Tocantins pode assegurar uma proteção mais eficaz à biodiversidade local.
11hs – Visitação em unidades de conservação de megapaíses com megadiversidade –
Daan Vreugdenhil
Daan Vreugdenhil, diretor do World Institute for Conservation & Environment, junto com mais sete pesquisadores, comparou o desempenho de visitação em áreas protegidas de Brasil, México e China. Eles descobriram que mesmo com a economia em fase ruim, os brasileiros preferiram passear no exterior do que conhecer seu patrimônio natural. Com isso a natureza perdeu potenciais aliados e a economia deixou de arrecadar com turismo em áreas protegidas, responsáveis por mais da metade dos atrativos turísticos do país.
14hs – Financiando áreas protegidas: fechando as lacunas por meio da análise de mercado –
Gonzalo Castro
Embora se tenha evoluído substancialmente na obtenção de recursos para áreas protegidas, os esforços públicos ou de meios filantrópicos em países em desenvolvimento ainda estão longe de saciar, sozinhos, todas as necessidades do setor. A alternativa é o desenvolvimento do mercado de créditos de carbono para combater o aquecimento global de forma que estimule a conservação em países pobres. E de acordo com Gonzalo Castro, do Sustainable Forestry Management, não existe possibilidade de alcançar este objetivo sem investimentos em áreas florestadas.
17hs – Concessão de Florestas Públicas na Amazônia –
Antônio Carlos Hummel
Todas as florestas nacionais do Brasil não estão em condições ideais de manejo e implantação. Quem admite é o diretor de Florestas do Ibama, Antônio Carlos Hummel. No entanto, ele acredita que o manejo florestal seja uma estratégia importante para conciliar produção e proteção dessas unidades de conservação. Para concretizar essa idéia, o Ibama, o Serviço Florestal Brasileiro e o Instituto Chico Mendes devem trabalhar conjuntamente.
Entendendo populações locais para facilitar a conservação da onça-pintada no Brasil –
Peter Crawshaw Jr.
Para conseguir preservar populações de felinos, como outros animais, é preciso envolver as comunidades locais e torná-las aliadas da conservação. Até no Pantanal, onde a quantidade de onças-pintadas ainda é notória, elas estão ameaçadas porque significam risco a proprietários de gado. Peter Crawshaw Jr., do Ibama, defende que é necessário compreender o imaginário dos pantaneiros sobre esses animais para traçar estratégias mais eficientes para a espécie.
Compreendendo os conflitos na conservação de recursos naturais –
Tara Teel
Os conflitos entre o homem e a vida selvagem representam um dos maiores desafios à gestão de áreas protegidas. Segundo Tara Teel, da Universidade do Colorado, embora sejam locais de refúgio, a proximidade dessas áreas com as cercanias habitadas representa riscos econômicos e à saúde. Há, por exemplo, registro de centenas de mortes na Ásia e na África por acidentes envolvendo animais e humanos. Por isso, a União Mundial para Conservação da Natureza recomendou recentemente que tais conflitos sejam evitados e mitigados como estratégia fundamental para conservação em qualquer parte do planeta.
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