Na semana que vem, o Exército deve se retirar da Floresta Nacional de Bom Futuro (RO), após três meses de atuação. A operação, que deveria retirar os mais de 3 mil invasores da floresta nacional, foi um tiro que saiu pela culatra depois que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc resolveu que iria apreender o gado e não as pessoas que cometem crimes ambientais na unidade de conservação há mais de 15 anos. Piorou quando o governo federal fez acordo com o governador de Rondônia, Ivo Cassol, “trocando” a área pela Floresta Estadual do Rio Vermelho, que será parcialmente alagada pela usina de Jirau. Esse desvirtuamento da ação da área ambiental do governo, que contradiz as intenções de proteger a floresta, deixou os agentes de fiscalização sem ter o que fazer em Bom Futuro.
Tornaram-se, assim, alvos de ameaças e registraram pelo menos um veículo incendiado no mês passado. Na prática, da maneira como as negociações estão sendo conduzidas, não adianta manter os servidores em local tão perigoso. Por este motivo, as forças estão sendo drasticamente desmobilizadas. Dois dos quatro postos de fiscalização deverão ser desativados, o que vai facilitar e muito a retirada ilegal de madeira da floresta. Hoje restam 13 servidores do Instituto Chico Mendes (ICMBio), 34 agentes da Força Nacional de Segurança e 15 policiais militares do estado. Os cerca de 100 homens do Exército só ficarão no local até o dia 10 de agosto. O Ibama já retirou seus fiscais da área.
A papagaiada de Minc no início da operação foi, como sempre, chamar atenção para si mesmo. Efeito prático a favor da floresta não houve nenhum. Pelo contrário. De floresta nacional, administrada pelo governo federal, a área está cotada para virar áreas estaduais com mínima proteção. A fatia que pelo acordo com Cassol seria destinada à proteção integral é força de expressão. Parte dela já é sobreposta Terra Indígena Karitiana.
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