Notícias

Jaguatirica é capturada em reserva de Mata Atlântica

Fêmea capturada é o primeiro carnívoro de médio porte encontrado dentro do Parque Estadual Dois Irmãos, no Recife, Pernambuco.

Celso Calheiros ·
26 de maio de 2011 · 13 anos atrás

Na armadilha, a bichinha não parece feliz, mas ela foi solta e será monitorada por pesquisadores da UFRPE. Foto: Vanessa de Oliveira Ribeiro
Na armadilha, a bichinha não parece feliz, mas ela foi solta e será monitorada por pesquisadores da UFRPE. Foto: Vanessa de Oliveira Ribeiro
Uma fêmea de jaguatirica (Leopardus pardalis) foi capturada no Parque Estadual Dois Irmãos, no Recife, Pernambuco. É a primeira vez que um carnívoro de médio porte entra em uma armadilha nessa reserva. A jaguatirica integra a lista de espécies ameaçadas de extinção no país.

O animal capturado pesa 6,1 kg e da cabeça até o final do rabo mede 1,4 metro. A captura foi comemorada por Jean Carlos Ramos da Silva e seus orientandos. O animal foi tatuado e ganhou um chip para sua identificação, caso seja novamente capturado ou seja encontrado morto. A fêmea foi solta no mesmo lugar onde ficou aprisionada em uma armadilha, no dia 5 de maio.

O Parque Dois Irmãos tem 384,42 hectares, abriga um zoológico, protege uma nascente de água e fica dentro do Recife, fazendo sendo limitado ao leste por uma BR. Encontrar um predador que ocupa o topo da cadeia alimentar reflete a qualidade da reserva ambiental, comemora o pesquisador. “A presença da jaguatirica significa que as condições de sobrevivência da mata. Se há alimento para ela, há também para os animais que ela come”, explica Jean Carlos. A jaguatirica na Mata Atlântica nordestina se alimenta de roedores, pequenas aves, répteis.

A captura se deu em uma das armadilhas do “estudo epidemiológico das zoonoses em carnívoros silvestres e domésticos e suas implicações para a saúde pública em Pernambuco”. O trabalho é coordenado por Jean Carlos e começou em 2009. Abrange áreas de Mata Atlântica e Caatinga pernambucana e procura estabelecer relações entre as zoonoses de animais silvestres com a dos animais domésticos. O trabalho é uma parceria do departamento de medicina veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco com o Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação e tem apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco e do CNPq.

{iarelatednews articleid=”25008,23713″}

Leia também

Reportagens
8 de dezembro de 2023

COP 28 inicia contagem regressiva para seu fim, ainda sem vislumbre de desfecho positivo

Países ainda não encontraram consenso mínimo sobre eliminação do uso de combustíveis fósseis, ponto principal dos debates. Próximos dias serão tensos

Reportagens
8 de dezembro de 2023

“Desafio está em conter os retrocessos na agenda ambiental”, diz Nilto Tatto 

Em entrevista ao ((o))eco, coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista na Câmara afirma que ruralistas aprenderam a ocupar espaços reservados para a discussão da pauta ambiental

Reportagens
8 de dezembro de 2023

ANP ignora emergência climática e leiloa 603 blocos de petróleo no pós COP 28

Relatório sinaliza que a oferta ameaça a biodiversidade, inúmeros territórios indígenas, quilombolas e extrativistas, além de contrariar diretrizes da própria agência nacional

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.