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Cientistas querem ressuscitar o mamute

Um time de pesquisadores russos e japoneses quer usar técnicas de clonagem para trazer de volta um animal extinto há cerca de 10 mil anos.

Eduardo Pegurier ·
9 de dezembro de 2011 · 11 anos atrás
Esse é Lyuba, um filhote de mamute-lanoso de 40 mil anos atrás, encontrado na península Yamal, no Ártico russo, e exposto no Field Museum, Chicago. foto: Alaine Browne
Esse é Lyuba, um filhote de mamute-lanoso de 40 mil anos atrás, encontrado na península Yamal, no Ártico russo, e exposto no Field Museum, Chicago. foto: Alaine Browne
O mamute-lanoso habitou as regiões mais ao norte da América do Norte e da Eurásia, segundo pesquisas feitas com ossos e carcaças do animal. Os exemplares mais antigos datam de 150 mil anos atrás e o último conhecido tem cerca de 10 mil anos. Seu nome advém da cabeleira de até 1 metro de comprimento, que o ajudava a sobreviver no frio extremo. Fósseis do animal são comuns e os mais bem preservados estão na Sibéria. Ele tinha tamanho semelhante ao atual elefante asiático e certamente cruzou com o homem. Lendas dos nativos norte-americanos fazem crer que seus antepassados cruzaram com o mamute-lanoso, que também aparece em desenhos feitos há 13 mil anos nas cavernas de Dordogne, na França.

Agora, cientistas russos, do Museu Siberiano de Mamutes, e japoneses, da universidade de Kinki querem ressuscitá-lo. Esse time conseguiu isolar células de medula muito bem conservadas de um fóssil encontrado na Sibéria. Eles acham que podem produzir uma mamute-lanoso vivinho da silva através da clonagem. A técnica é a padrão: eles inserirão o material genético das células de medula dentro de células de um elefante contemporâneo. O experimento começa em 2012 e pode levar, segundo o grupo, alguns anos para ter sucesso. A barriga de aluguel do embrião clonado será também de um elefante-fêmea. Segundo os cientistas, o ideal seria uma vaca, mas ela é pequena demais para levar a gestação a termo.

 

 

A BBC ouviu membros do Instituto Roslin, que clonou a famosa ovelha Dolly. Seus cientistas duvidam que a experiência funcione, pois consideram que dificilmente as células de medula do mamute estão intactas. Se de fato estiverem, acreditam que as chances de sucesso ficam entre 1-5%.

 

Outros cientistas são mais otimistas, pois a experiência não é inédita. A cabra-montês (Capra pyrenaica), extinta em 2000, foi clonada em 2009 com células que tinham cerca de 10 anos de idade. O feto clonado chegou a nascer, mas, devido a problemas respiratórios, sobreviveu por poucos minutos.

 

Ilustração do mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) exposta no Royal British Columbia Museum, no Canadá
Ilustração do mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) exposta no Royal British Columbia Museum, no Canadá

 

  • Eduardo Pegurier

    Mestre em Economia, é professor da PUC-Rio e conselheiro de ((o))eco. Faz fé que podemos ser prósperos, justos e proteger a biodiversidade.

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Comentários 1

  1. Absalão Ebenezer diz:

    Opa, boa notícia pras empresas que organizam buffets e coffee-breaks em Belém…e só! De resto: “business as usual”, “greenwashing”, etc…