
O Centro de Reabilitação do Peixe-Boi Amazônico, apelidado de Centrinho, completa em janeiro quatro anos de existência. O centro, que é lar do Projeto de Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), recebe filhotes de peixes-boi órfãos e cuida destes para poder devolvê-los posteriormente à natureza. O “Centrinho” nasceu da iniciativa do Instituto Mamirauá, que constatou o alto índice de filhotes do animal que eram separados da mãe, ou por elas terem sido caçadas ou pelo filhote ter sido capturado acidentalmente por redes.
O Centrinho funciona em uma estrutura flutuante no lago Amanã, no município de Maraã (650 Km a oeste de Manaus) e, no momento, abriga sete peixes-boi. A Petrobras patrocina o projeto Aquavert e está investindo na ampliação do Centrinho para melhorar o processo de reabilitação dos peixes-boi. “O atual patrocínio potencializou nossa capacidade de oferecer melhores condições de reabilitação desses animais, além da possibilidade de monitoramento dos animais por rádio-telemetria após sua soltura”, diz a coordenadora do projeto, Miriam Marmontel.
Piti, o primeiro peixe-boi beneficiado pelos cuidados do Centrinho, e que ganhou esse nome devido ao seu temperamento, foi apreendido de um caçador ilegal e levado ao centro por agentes ambientais. Ele chegou em estado crítico de saúde, no ano de 2007, e está previsto para retornar ao seu habitat natural em maio deste ano. O primeiro hóspede do “Centrinho” foi também aquele que mais se estendeu no prazo de recuperação, devido à problemas de perda de peso. O prazo ideal de devolução dos mamíferos à natureza é de dois anos, mas devido às condições do animal, nem sempre conseguem ser cumpridos.

A tarefa de receber peixes-boi órfãos e lesionados, como Piti, é de vital importância para a manutenção da espécie, porém o trabalho mais importante é o de conscientização. “A presença do Centrinho no lago Amanã nos permitiu realizar muitas atividades de sensibilização das comunidades, pois apesar de todo nosso sucesso, a melhor solução, além de buscarmos o fim da caça ao peixe-boi, é orientar os moradores das comunidades locais.”, conta Miriam. A recomendação, no caso de um filhote de peixe-boi ficar preso acidentalmente na rede, é libertá-lo imediatamente, pois a mãe irá procurar por ele.
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Opa, boa notícia pras empresas que organizam buffets e coffee-breaks em Belém…e só! De resto: “business as usual”, “greenwashing”, etc…